A grama do vizinho

A vida dos solteiros é boa. A dos casados também. Mas quem está do lado de cá, olha para o lado de lá.

Enquanto os solteiros estao por aí se divertindo, os casados ou enamorados estão abraçados vendo um filme na TV ou fazendo alguma coisa mais interessante a dois.

Os solteiros, bem resolvidos, vão para o bar, saem para jantar, vão dançar, conhecem pessoas, fazem novas amizades, viajam com amigos, são convidados para festas e aproveitam para badalar.

Os casados participam de churrascos em família, geralmente com os mesmos amigos em igual situação. As crianças correm pela casa. Cinema e jantar a dois. Ficar em casa, abrir  um vinho e assistir um filme de vídeo pode ser um bom programa. À noite, dormem abraçados e pela manhã sempre tem um beijo de bom dia. Domingo o almoço é na casa dos pais. Dividem os problemas e a educação dos filhos.  Brigam de vez em quando, mas fazem as pazes. A vida continua assim.

Inevitavelmente há comparações. Os casados olham para os solteiros felizes e acham que a vida pode ser boa assim. Os solteiros, por sua  vez, se cansam um pouco de estarem sozinhos.

Sim, esse status nem sempre é tão satisfatório. Tudo o que é demais pode cansar. Viver só nem sempre traz realizações. Por outro lado, compartilhar sua vida com outra pessoa exige alguns sacrifícios: paciência, tolerância, compreensão, renúncia e doação entre tantas outras coisas.

Vantagens e desvantagens. Não há regras para ser feliz.

É…a grama do vizinho muitas vezes parece mais verde do que a sua. Nem sempre é, concorda?

O que tem que ser…

Nem sempre será do jeito que você quer. Isso nos causa uma grande frustração.

Eu tenho o péssimo hábito de ficar brava quando as coisas não acontecem exatamente como eu desejei. Aí que raiva que dá!

As nossas experiências nem sempre são bem sucedidas. Com frequência, nos decepcionamos com as pessoas por que criamos expectativas.

Quando nos relacionamos com alguém estamos sempre esperando alguma coisa em troca. Como cada um dá o que tem, nem sempre o que recebemos é aquilo que gostaríamos de ter. Difícil aceitar, certo?

“Nunca espere nada de ninguém.” Esse sempre foi o conselho da minha mãe.

O que a vida te dá é exatamente aquilo que você merece ter. Se você perde alguma coisa, geralmente outra bem melhor vem ocupar esse espaço que ficou vazio.

Claro que as coisas nunca acontecem no tempo que você quer. Tudo tem o seu momento. Tudo vem na hora certa.

Pensar positivo pode te ajudar a receber coisas melhores. Se você se deixar levar pela negatividade, certamente não aproveitará as boas oportunidades.

Quando você aprende a aceitar as coisas e as pessoas do jeito que elas são, tudo fica mais facil. Ninguém tem que agir do jeito que você quer. Se voce continua a insistir nisso, é melhor parar para pensar.

Infelizmente, na vida, é preciso aceitar as derrotas. Não dá pra ganhar todas as vezes. Perder faz parte do jogo.

Se voce ainda não aprendeu, ainda há tempo. Nem sempre é tão fácil assim.

E quer saber, o que tem que ser, será!  Não tenha dúvidas disso. Sabias palavras da Dona Eunice!

Eles não dão conta!

Rita Lee disse que mulher é um bicho esquisito. Tudo bem, eu até concordo. Nós temos tensão pré-menstrual, choramos com mais facilidade, comemos muito mais chocolates do que os homens, nos preocupamos com a nossa aparência, usamos maquiagem, compramos roupas e sapatos mesmo sem precisar e nos apaixonamos rapidamente.

Além disso, conciliamos várias coisas ao mesmo tempo: vida de mãe, dona-de-casa e a vida profissional. Mais do que isso, sempre temos um tempo disponível para nos dedicar à parte sentimental. Sim, essa é praticamente a diferença básica entre nós.

Aliás, isso nos alimenta. E como! Nós mulheres conseguimos executar melhor todas essas tarefas quando estamos certas de que vamos ter alguém para perguntar como foi o nosso dia.

Homens não pensam assim. Eles não conseguem administrar tudo ao mesmo tempo. Se eles perdem o emprego e estão numa situação financeira complicada, eles “não funcionam”, literalmente. Sexo: nem pensar!

A separação, para eles, também é bem complicada. Geralmente, sem os filhos, são obrigados a morar sozinhos. Alguns – poucos – voltam para a casa dos pais. Isso, para eles, significa muitas vezes um retrocesso. Sozinhos, são obrigados a assumir uma nova identidade: o regresso para a vida de solteiro.

Quando algo os aborrece a última coisa que pensam é encontrar aconchego no colo feminino. Pode até ser, se eles tiverem a mãe por perto. Eles preferem uma cerveja com os amigos ou um jogo de futebol. Resolvem uma coisa de cada vez. Cumprem as etapas. Bem diferente de nós.

Isso não quer dizer que nós mulheres também não passamos por esses momentos. É inevitável. Mas certamente, lidamos melhor com esses conflitos.

E você, dá conta?

Homens na cozinha

Os tempos mudaram tanto que cozinha já não é mais coisa só de mulher. Antigamente nós pilotavamos o fogão. Hoje as coisas mudaram bastante.

Homens estão se arriscando nessa tarefa. E fazem isso muito bem, diga-se de passagem. Enquanto nós mulheres preparamos uma “macarronada” eles fazem pratos gourmets.

Azeite trufado, foie gras, caviar de entrada com champagne. A “pasta” é preparada com ingredientes especiais. O arroz virou risoto com especiarias qualificadas.  Geralmente um prato basta. Bem diferente de nós que pensamos em aperitivos variados, duas entradas, um prato principal que agrada todos os gostos: uma carne assada ou um salmão com alcaparras. E de sobremesa, uma mousse de maracujá – para quem gosta de doces mais leves -ou um pavê sonho de valsa – geralmente uma receita do livrinho secreto das nossas mães.

Eles não se preocupam muito com isso. Depois do jantar lhe servem um vinho licoroso, um chocolate importado e um café descafeinado. Sobremesa? Geralmente eles têm outras sugestões.

Se você for convidada para um jantar feito por um homem, pergunte antes sobre o cardápio de sobremesa e aproveite a sua noite. Buon appetito!

Foi bom pra você?

Que o mundo dos relacionamentos mudou isso já sabemos. As coisas estão tão diferentes que hoje, logo a partir do primeiro encontro, as pessoas já deixam bem claras as suas intenções.

Quem já passou por alguma decepção trata logo de se defender. Antes mesmo de viver a nova experiência. Impõe os limites para que não haja nenhum tipo de cobrança e nem para que se crie qualquer expectativa. Ou seja, um balde de água fria logo de cara!

Ou é assim…ou é assim. Nao há alternativas. Ou você dança conforme a música ou vai ter que dançar sozinho.

Nada de compromissos. Denominar a relação nem pensar. É um tiro n’água.

Tem que saber levar. Mais do que isso, é preciso saber esperar. Dar tempo ao tempo e deixar as coisas acontecerem aos poucos.

Se vale a pena investir, é preciso ter paciência. Mais do que isso, sabedoria.

Eu sempre acreditei que o universo conspira a nosso favor. Claro que existe o tal do livre arbítrio. Temos o direito de escolha. Mas que as oportunidades estão aí a todo momento, disso eu não tenho dúvidas. É pegar ou largar. Caso contrário, como dizem por aí, a fila pode andar.

Se foi bom pra você? Aproveite o seu momento. Nada de questionar ou discutir a relação. Você não precisa mais disso.

Mas esteja preparada para o dia seguinte. Nem sempre as coisas acontecem do jeito que você quer.

Ah, eu adorei essa propaganda! Enjoy!

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Diferenças que fazem toda a diferença

Eu tenho uma amiga que se casou com um homem bem mais velho.

Na época, ela tinha 21. Ele 46. Vinte e cinco anos de diferença. Viveram um grande amor, sem preconceitos. Não tiveram filhos.

Hoje ela é uma mulher de quarenta. Ele, um homem de 66 anos.

O amor e a admiração daquele tempo transformaram-se numa profunda amizade. Sim, ela o ama, da forma dela. Ele a tem como uma filha agora. Vivem juntos um dilema.

Os anos impedem que ela saia de casa. Ela lhe é grata.  Ele, já não acompanha mais o mesmo ritmo.

Ela trabalha; ele é aposentado. Entregou-se às tarefas da casa. Vive depressivo e sem vontade de nada. Adoeceu.

Ela tem muitos amigos, é esportista, tem a força e o vigor da época dos quarenta. Essa é a fase de questionamentos da mulher. E do homem também, por que não? Ele a entende, apesar de tudo. Os anos lhe trouxeram essa compreensão.

O sexo já não existe mais. Dormem juntos na mesma cama, apesar disso. A chama do amor se apagou, sem mais nem por que.

O que fazer numa situação dessas? Minha amiga está entre a cruz e a espada. Não sabe se vai ou se fica.

Aos quarenta, a gente faz um balanço da vida. De que forma quero viver? Quais são as minhas opções? Quais as minhas escolhas? Resgatar a minha felicidade ou viver pra sempre do mesmo jeito?

Às vezes é preciso abdicar de algumas coisas pra vida poder seguir em frente. Ainda que esse processo seja doloroso para ambos os lados.

Tempo, reflexão e coragem para tomar decisões e correr riscos.

Minha amiga não tem certeza de nada. E ninguém pode fazer nada por ela nesse momento.

Mas eu estou certa que estarei seu lado para o que der e vier. Amigas são para essas coisas, certo?

Mas é claro que para todas as regras há exceções, concorda?

Eu tenho, você não tem!

Minha mãe, assídua leitora do Mulheres de Quarenta, pediu que eu não escrevesse tanto sobre separação. Está certo, ela tem um pouco de razão. É que apesar de ter passado por essa situação há pouco tempo, tenho me deparado com várias pessoas da nossa idade que passam pelo mesmo momento.

Eu sei que há casais que vivem bem e felizes no casamento. Esse seria o certo. O casal “Palazzi” é o meu maior exemplo. Meus pais estão juntos há mais de 50 anos. Confesso que foi muito difícil encarar o divórcio tendo eles como meus pais. Enfim…

Hoje sou uma mulher divorciada com duas filhas pequenas. Claro, que assim como todas as mulheres, eu também penso em encontrar alguém para me relacionar. E já sei que não posso exigir um homem solteiro, sem filhos e sem história. Haverá uma bagagem, estou certa disso. Muito diferente de quando somos jovens, livres, solteiras e desimpedidas. Homens com filhos, para mim, não me incomodam hoje como me incomodariam no passado.

Mas para quem nunca viveu a experiência de ser pai ou mãe é mais difícil se relacionar com quem tem filhos. Claro que não é impossível, mas requer um pouco de paciência. Filhos são para o resto da vida e nós pais temos responsabilidade eterna sobre eles. E ainda temos que conviver, bem ou mal, com o (a) nosso (a) ex.

Por outro lado, a parte que não tem filhos precisa saber entender isso muito bem. E tem que estar disposta para essa relação. Conviver com as birras das crianças sem ter o pátrio poder. Ver a namorada brigando com o ex por causa das crianças e não poder se intrometer nessa relação e assim por diante.

Mas com disposição, de ambos os lados, é possível conciliar essa relação, que pode sim, dar muito certo, porque não?

Não há barreiras que o amor verdadeiro não possa superar.

Eu tenho, você não tem! Vai encarar?

Coração de mãe

Cada vez que vejo o toque da escola no meu celular meu coração literalmente vem parar na minha boca. 

Minha filha Giovanna caiu na escola e se machucou. Ela é uma menina forte. Só chora mesmo quando a coisa está feia.

Minhas pernas tremiam mas ao mesmo tempo, nessas horas, é preciso manter a calma. Peguei minha bolsa  e segui meu caminho até a escola.

Apesar de saber que tudo estava sob controle eu queria estar por perto. Lembro-me bem de quando eu era criança…há momentos que a gente quer colo de mãe. Alias, até hoje eu quero! Rsrsrsrs

Ver uma das minhas filhas chorar de dor me corta o coração.

Não há mãe que não se compadeça com o sofrimento do filho, independente da idade que ele tenha. Nessas horas a gente pede a Deus que a dor seja nossa. Infelizmente nem sempre é possível evitar. Quem dera a gente pudesse! Ser mãe é realmente padecer no paraíso

A Giovanna está bem. Ela precisava de mim assim como não vivo mais sem ela.

É, amor de filho dói… E como dói!

Mundo face

Muito se tem falado sobre essas novas mídias sociais. Regras de etiqueta, comportamento nas redes bem como o risco que se corre ao postar informações que ficam visíveis para todo mundo ver.

Tá certo, eu concordo. É preciso ter um pouco de cautela.
A verdade é que o facebook diz tudo sobre você. Já reparou nisso? Não? Então faça o teste agora. Entre em qualquer perfil, aleatoriamente. Ao abrir a pagina do seu amigo você verá o tipo de pessoa que ele – ou ela -é.
As postagens mostram o que as pessoas gostam de fazer, onde gostam de ir, com quem gostam de estar e com quem se relacionam. E você tem a opção de curtir ou não!
Eu tenho reparado em diversos tipos por aí. Muitos são comuns entre si. Mas basta dar uma esmiuçada para ter todas as informações sobre o seu alvo.
Ainda que o amigo não poste muitas fotos, dá para saber se a pessoa é religiosa, por exemplo. Tem gente que adora publicar textos bíblicos. Protetores de animais, baladeiros, tímidos, envergonhados, discretos, sensíveis, amigos verdadeiros, observadores, inteligentes, obsessivos e lunáticos. Está cheio por aí.
Esqueci dos exibidos que publicam fotos sem camisas e das mais ousadas com fotos de biquíni na piscina. Loucos para encontrar alguém! Rsrsrsrs
Frases de efeito então é o que mais têm. Eu fico pensando, será que as pessoas seguem a risca o que costumam publicar? Quem precisa dessas lições? Elas mesmas? Rsrsrsrs
E os pouco criativos então? Gente que só compartilha bobagens. Tá bom, tá bom, eu concordo. O face é uma revista eletrônica da nossa própria vida. O “mundo de caras” dos desconhecidos. Sim, é verdade! Vá ver se os famosos tem facebook? São todos fakes!
Mas a verdade é que todos, no fundo, têm um pouco de vaidade. Afinal, quem não quer ter um minuto de fama?
Bom, mas eu preciso confessar…o que seria de nos agora sem esse brinquedinho fantástico, heim? Você consegue viver sem?
É, cada um tem o facebook que merece!

Autoestima em alta!

Roberta é uma mulher fora dos padrões de beleza exigidos hoje pela sociedade. Dona de um sorriso lindo e um olhar encantador, tem um corpo robusto. Curvas acentuadas, seios grandes e um quadril avantajado.

Ela é uma mulher vaidosa. Gosta de se arrumar. Não vive sem maquiagem. Usa roupas adequadas para o seu tipo físico, apesar de estar acima do peso. Os acessórios estão sempre presentes. Brincos, colares, echarpes , sapatos modernos e bolsas coloridas.

Ela se permite ser sensual, do seu jeito. Claro que Roberta não faz o tipo de muitos homens por aí. Mas ela não se importa. É casada. Seu marido valoriza sua personalidade. Ele, assim como ela, aprendeu a aceitá- la do jeito que é.

Na cantina do clube eu frequentemente a encontro fazendo um lanchinho. Nada “light”, diga-se de passagem.

– Acabei de sair da esteira! – Exclama Roberta me oferecendo a coxinha que come com prazer.

Eu gosto da companhia dela. Peço uma água-de-coco e fico por um tempo conversando com a amiga. Gosto de ver como ela se comporta perante a vida. Ela nao se importa com seu tipo físico. Sua autoestima fala mais alto.

Ela é uma mulher segura. Seu marido chega e lhe dá um beijo. Os dois, abraçados, me convidam para uma festa, na mesma noite. Eles se despedem e saem em seguida.

Encostei no balcão, pedi duas coxinhas e uma coca-cola.

– Zero? – Perguntou o atendente.

– Normal. – Disse-lhe segura.

Lembrei-me da minha amiga. Comi sem culpa. Voltei para a casa toda feliz e me preparei para a festa.

Como é bom estar ao lado de pessoas despidas de complexos e culpas. Gente que sabe ser feliz independente de qualquer coisa. Pessoas que se importam em ser e se aceitam do jeito que são.

Viva a autoestima! Eu aprendi a lição.

Mulheres interesseiras?

Na mesa de um bar a discussão era sobre se as mulheres eram interesseiras ou não. Homens defendiam arduamente a tese a esse favor. Nós, mulheres, falávamos sobre o nosso ponto de vista.

As mulheres de hoje são bem diferentes daquelas da época das nossas mães. Antes as mulheres se casavam para serem donas-de-casa. Tinham filhos e passavam a vida se dedicando às tarefas do lar.

Esse quadro mudou bastante. As mulheres foram para o mercado de trabalho. Ainda que tenham tido filhos continuaram a exercer suas profissões. São independentes financeiramente e, de certa forma, um tanto quanto auto-suficientes. Claro que isso não quer dizer que preferem estar sozinhas. Não, sem dúvidas que não. Elas querem um companheiro, mas não precisam dele para se sustentar. Essa é a grande diferença.

Por essa razão, as mulheres não querem alguém que seja “menos” do que elas. O que eu quero dizer é que as mulheres não aceitam alguém que tenha uma condição muito inferior à delas. Certamente que há exceções. Há mulheres sim que se sujeitam a sustentar um homem apenas para tê-lo ao seu lado. Esta cheio por aí.

Mas as mulheres inteligentes e mais seguras de si estão bem mais exigentes. E estão certas nesse ponto. Elas conquistaram esse espaço.

Apesar de toda essa auto-suficiência têm coisas que não saem de moda. Queira ou não homens e mulheres têm papeis diferentes na sociedade. Por mais liberais que as mulheres estejam, elas não abrem mão de um homem que lhe abra a porta do carro, que lhe mande flores e que lhe pague a conta do jantar. Isso é uma questão de gentileza. Muito mais do que isso, uma questão de educação.

“Dividir a conta? Nem pensar! Se não puder me pagar um jantar, leve-me ao Mac Donalds” disse uma das amigas que estava na roda do bar.

Conquistar a independência financeira não quer dizer que deixamos de querer as gentilezas próprias que um homem deve ter com uma mulher. Será que isso é ser interesseira?

Meninos, deu pra entender a diferença? Rsrsrsrs

Amizade colorida

Quem tem quarenta se lembra bem desse termo usado na década de 80. Amizade colorida servia para definir casos amorosos que não tinham muito compromisso mas de certa forma eram constantes.

Nos dias de hoje eu definiria como “ficantes”. É o que se usa no momento. Fulano é meu “ficante”. Esse termo define bem a falta de compromisso. Ambos “ficam” quando podem e quando dá, sem nenhum tipo de cobranças. Existe até uma constância mas não há regras. Pode acabar a qualquer momento. E cada um pode ter vários desses “ficantes” ao mesmo tempo. Claro, desde que um não saiba do outro.

Isso não acontece só com os jovens. Esse tipo de relacionamento serve para todas as idades. E tenho visto que é muito comum principalmente entre homens e mulheres que estão na faixa dos quarenta.

Eu tenho amigos que pedem para eu escrever sobre esse tema. Sim, pasmem! Os homens querem compromisso. Muitos estão cansados das “amizades coloridas”. Querem algo mais sério e reclamam da dificuldade de encontrar mulheres que queiram o mesmo.

Homens e mulheres estão tão independentes em todos os sentidos que pensam que não precisam mais de ninguém para compartilhar nada. Cada um se basta. Apenas se encontram para suprir mutuamente as suas carências . Tudo é muito passageiro. No dia seguinte, ninguém sabe o que vai acontecer. Não há expectativas.

Os relacionamentos esfriaram um pouco. A razão tem falado mais alto do que a emoção. Tudo é uma questão de viver o momento. E claro que esse tipo de relação acaba incomodando um pouco. Principalmente quando os sentimentos falam um pouco mais alto. Chega uma hora que cansa. Quem não quer um colo para deitar? Quem não quer um companheiro para ir ao cinema ou um ombro para chorar quando for preciso?

É…o mundo está mudado. Pense nisso!

O resgate

Um dos maiores erros que cometi na vida foi, por um certo tempo,  mudar o meu jeito de ser.

Claro que eu não percebi. Tudo aconteceu naturalmente.

Eu me lembro bem, há alguns anos, tive um namorado mais baixo do que eu. Depois de alguns meses de namoro eu, que sempre adorei sapatos  bem altos, tratei de levá-los ao sapateiro para cortar os saltos. Esse namorado também não gostava que eu usasse maquiagem e nem cabelos soltos.

Homens inseguros te diminuem para que se sintam melhores do que você. Isso acontece com frequência.

Depois que me casei, achei que isso nunca mais aconteceria comigo. Errei mais uma vez. Tudo certo com a maquiagem e com os saltos. Ele era alto afinal. Eu me anulei de outras formas. Mesmo sem querer deixei de tomar algumas atitudes próprias da minha personalidade.

Coisas bobas como subir numa cadeira para dançar sem medo de achar o que os outros iriam pensar ou até de falar alguma coisa para alguém quando eu quisesse.

Estive com uma amiga que não via há algum tempo. Ela me conhece há muitos anos. Logo depois do nosso encontro, ela me ligou para dizer que estava feliz de ver a Vanessa de antigamente, aquela mesma que ela conheceu.

Sim, eu me resgatei, literalmente. Voltei a ser quem eu sempre fui. A mudança, queira ou não, é bem aparente.

Acho que agora aprendi bem a lição. Eu faço o que eu quero, na hora que quero e do jeito que eu quero!

Quer saber? Eu gosto de ser a Vanessa que eu sou! Como é bom ser uma mulher de quarenta!

É…o que não te mata, te deixa mais forte! Curta aí!

A revanche

Raquel estava na farmácia. Com a mudança do tempo a gripe chegou. Ela conversava com o farmacêutico quando viu seu ex-namorado entrar. Eles moram perto e frequentavam praticamente os mesmos lugares.

Já fazia um tempo que haviam terminado, mas nunca mais haviam se encontrado. Ela não gostava mais dele tanto quanto antes. Mas alguma coisa estava mal resolvida.

Raquel passou mão nos cabelos. Ajeitou a roupa e encolheu a barriga. Pegou rapidamente o seu remédio e se dirigiu ao setor de preservativos.

Quando Miguel chegou mais perto, ela chamou a sua atenção. Tratou de colocar rapidamente três caixas distintas de preservativos na sua cesta, com sabores e tamanhos distintos.

– Oi, quanto tempo!? Como você está? – Disse-lhe ele, beijando-a na face.

– Nossa, que bom te ver! Estou ótima! – Disfarçando a voz afônica que estava.

– O que faz por aqui? – Continuou ele.

– Passei para dar uma olhadinha. Sabe como são as mulheres, não é? – Falou ela olhando para a cesta e com um leve sorriso nos lábios.

Quando Miguel viu a cesta cheia da ex, arregalou bem os olhos.

– Puxa! – Soltou ele, meio que sem querer.

Ela fingiu ficar um pouco sem graça e esboçou um leve sorriso nos lábios.

– Bem, tenho que ir, estou atrasada. Foi bom te ver! – Saiu ela dirigindo-se ao caixa.

– CPF na nota? – Perguntou o atendente.

– Sim, certamente. – Disse ela despejando aquele monte de caixas barulhentas sob o balcão.

Miguel chegou logo em seguida para pagar com um desodorante nas mãos.

Raquel pagou a conta, pegou a sacola e despediram-se mais uma vez.

– Tenho que ir…até mais. – Disse-lhe Raquel.

Ele mal lhe deu “tchau”. Ficou furioso. Possesso, eu diria. Parou para pensar no tempo que estiveram juntos e lamentou a perda. “Nossa, como ela está mudada.” – Pensou Miguel.

Raquel voltou para a casa. A vingança estava feita, ainda que tivesse demorado um pouco para chegar. Na época que estavam juntos, Miguel a traiu com uma mulher mais nova. Sim, Raquel é uma mulher de quarenta.

Ela chegou em casa e arrumou os armários. Guardou seus preservativos na cômoda, bem ao lado da sua cama. Olhou para o telefone na esperança dele tocar.

Abriu um vinho, colocou uma música e depois de algumas horas finalmente adormeceu.

Ela acorda todos os dias e olha para a gaveta da sua cômoda. Fica na dúvida do que fazer para se livrar do estoque que fez. Pensa no Miguel.

Ai, ai, se arrependimento matasse.

Essa mulherada apronta cada uma!

Tolerância zero

Meu pai me disse que atingiu certa idade da vida que já não tolera mais algumas coisas. Ele está prestes a fazer 70 anos. Tem todo o direito.

Eu, aos 40, resolvi não esperar mais 30 pra poder ficar intolerante a algumas coisas.

Eu não tolero mais gente chata, gente pessimista, que só fala de doenças, de problemas. E gente que só fala de trabalho então? Ah, ninguém merece! Rsrsrsrs

Pessoas que insistem no mesmo assunto, são redundantes, prolixas, não sabem dar espaço para os outros falarem. Ah, tô fora!

Eu quero gente, gente de verdade! Gente alegre, gente feliz, gente positiva, gente agradável, gente inteligente e que sempre tem alguma coisa pra contar.

Gente de classe, não social, mas gente educada. Gente de bem que tem sempre alguma coisa a acrescentar.

Eu quero ao meu lado gente que não seja invejosa, gente segura. Quero gente que ri quando leva um tombo na rua, ainda que tenha doído muito!

Quero gente bem resolvida e que, ainda que divida seus problemas comigo, não destrua o meu astral.

Isso! Eu quero gente de bom astral!

Tá bom, eu concordo com você! Não é fácil encontrar pessoas assim todos os dias, mas que seria uma boa seria, não é? Será que estou com a síndrome da tolerância zero?

Com todo o respeito que tenho por vocês, quer saber? Gente feliz…não enche o saco!

Vida leva eu

Fernanda é uma mulher de quarenta e poucos anos. Ela já passou por algumas etapas da vida. Casou, teve dois filhos e depois de dez anos se divorciou. Os filhos crescem sem problemas. 

Ela demorou um pouco até se acostumar com a nova vida. Precisou se adaptar a nova realidade de administrar a vida como uma mulher “solteira” e com filhos.

Nao foi fácil no início. Ela deu algumas cabeçadas por aí. Achou que o primeiro homem que encontrasse iria substituir tudo o que ela havia perdido. Ledo engano! 

Logo depois da separação, conheceu um homem que lhe prometeu mundos e fundos. No dia seguinte, ele desapareceu. E assim, aconteceu sucessivamente. Uma decepção atrás da outra.

Apesar de não perder as esperanças, Fernanda resolveu viver a vida da melhor maneira possível. Claro que ela quer encontrar alguém especial, mas enquanto isso não acontece – sim, ela ainda está solteira – entrou no novo “esquema” dos relacionamentos, mesmo sem querer.

Passou a se divertir sem pensar no dia seguinte. Fez novas amizades, encontrou velhos amigos, saiu para dançar e literalmente, comecou a dançar conforme a música.

Com isso, parou de criar expectativas e passou a viver um dia de cada vez. Assim mesmo, como tem que ser.

Fernanda esta só. Nunca desacompanhada. Vive cercada de gente feliz que a quer muito bem. Aprendeu que nem sempre a vida segue o rumo que gostaríamos que seguisse. Há pedras no caminho. As estradas nem sempre nos levam aonde queremos chegar. 

Ela aceitou essa nova condição e continua sempre em frente. A razão tem lhe falado mais alto. Com isso, ela aprendeu a viver melhor e mais feliz.

A vida só chega ao fim no dia em que morremos. Enquanto isso, muitas coisas vão acontecer. Basta remar conforme a maré. 

Ah, vida, leva eu? Zeca sabe das coisas!

Atirei o pau no gato…

Cumprindo minha rotina como mãe, descobri uma rubrica na agenda da minha filha que não era minha. A Rafaela é uma menina muito responsável. Gosta de ler e escrever. Aprendeu rápido. Tenho recordações dela escrevendo aos 3 anos e meio.

A professora mandou um recado dizendo que ela havia esquecido um de seus livros escolares. Ela, com receio que eu ficasse brava, fez essa pequena traquinagem. Claro que quando me deparei com isso, ela não ficou imune. Como mãe, fui obrigada a lhe explicar as consequências que isso pode lhe causar no futuro. Conversamos a respeito do assunto e ela entendeu bem.

Como filha, me lembrei de quantas vezes fiz isso na época da escola. Quem nunca, com medo de tomar uma bronca, “falsificou” a assinatura da mãe na caderneta escolar. Sim, na nossa época, as anotações vinham na caderneta! 

Parece que hoje as crianças já nascem obrigadas a serem “politicamente corretas”. Não podem falhar. Qualquer pequeno erro torna-se intolerável! Mães e pais não admitem que seus filhos sejam crianças de verdade. O que os outros podem pensar? Qual é a imagem que eu quero que os outros tenham do meu filho?

Na escola, não é mais permitido cantar o famoso “Atirei o pau no gato”! A música ganhou uma nova versão: ” Não atire o pau no gato…to…to, porque isso não se faz…faz…faz”.  Quem não sabe que não se atira o pau no gato? Até a criança mais esperta sabe que isso não se deve fazer. Será que é preciso explicar? rsrsrsrs

Eu cresci em cima do telhado e joguei “bambuchas” na rua. Soltei fogos escondida e soltei balão. Quebrei os cristais da casa e joguei ping-pong na mesa de jantar. Levei umas boas palmadas da minha mãe, mas nem por isso precisei aprender a cantar o “Atirei o pau no Gato” de outra maneira.

Quer saber? Não quero que minhas filhas aprendam a nova versão! Elas cantam atirei o pau no gato e a gente se diverte bastante com isso.

Elas terão muito tempo pela frente para aprender o que é certo. Enquanto isso, elas têm todo o direito de errar!

Do meu jeito!

A melhor coisa mulher de quarenta é que ela sabe bem o que quer. E o que não quer também.

Eu tenho vivido minha vida a cada dia. E claro que tenho momentos tristes e problemas como todo mundo tem. Às vezes um dia ruim no trabalho, as contas para pagar no início do mês, a administração da casa, entre outras coisas, como cumprir minhas tarefas como mãe e educar minhas filhas.

Mas nada impede que eu seja feliz. Apesar de todas as dificuldades pelas quais eu passei, hoje eu me sinto mais forte. Mais determinada. Sei bem por onde quero ir. Melhor que tudo, sei bem o caminho que não quero seguir.
Os erros quer cometi me fizeram aprender. E a principal lição que tirei de tudo é que eu não quero mudar o meu jeito de ser. Sou quem eu sou. Quem gostar, muito que bem!

Eu nao tenho vergonha e nem medo de ser feliz. Hoje em dia eu faço tudo o que tenho vontade e fico frustrada quando não atendo os meus próprios desejos. Eu vou atrás do que quero realizar. Os anos fizeram com que eu entendesse isso melhor.

Quantas vezes deixei de fazer o que eu queria fazer para respeitar a vontade dos outros. Quantas vezes deixei de ser eu mesma para não ofender ou magoar quem estava ao meu lado. Hoje isso nao acontece mais.

Eu faço o que eu tenho vontade. Nada me impede. Se isso e egoísmo da minha parte? Sim, eu me tornei um pouco egoísta. Não me importa o que os outros pensam de mim. Quem me julga ou se incomoda comigo não paga as minhas contas! (Nossa, como eu estou brava! rsrsrsrs)

Estou certa que quem me ama de verdade quer me ver feliz e realizada,  independente de qualquer coisa. O amor é  isso, concorda? 

Bom, como eu mesma tenho sido minha “fada madrinha”, realizei um dos meus desejos! Olha só como eu atendo bem os meus próprios pedidos!

E pra não perder o hábito…uma pequena canja!

Novas famílias

Minha mãe é dona de casa. Desde que se casou ela se dedicou ao marido e aos filhos. Naquela época, a mulher era criada para casar e “procriar”. Ela cuidou muito bem de nós. Foi realmente um privilégio ter uma mãe ao nosso lado, que nos ajudava a fazer a lição, nos levava para a escola, fazia o almoço e o jantar e cuidava de tudo o que precisávamos.

Hoje o conceito de família já é outro. Aconteceu uma verdadeira revolução nos moldes familiares que estávamos habituados a conhecer.

A mulher despontou no mercado de trabalho e além de assumir os filhos, passou, em muitos casos, a ser arrimo de família. O homem não é mais o único provedor do lar. Ambos dividem as tarefas e as despesas de casa. Muitos deles, optaram por cuidar da casa e dos filhos, enquanto a mulher sai para trabalhar. E aceitam bem esse papel sem perder sua masculinidade.

Esse modelo já existe há algum tempo e a sociedade passou a aceitá-lo sem nenhum preconceito. Bem diferente do que acontecia antigamente.

As famílias, agora, são unilaterais. O aumento dos divórcios fez com que isso acontecesse com maior frequência. Pais separados cuidam bem de seus filhos. Estes por sua vez, convivem com amigos em iguais condições. Crescem sem traumas. Aceitam essa relação – ainda que não seja das melhores – e não apresentam problemas no futuro. Claro, desde que os pais, cada um do seu lado, saibam exercer bem o seu papel.

Você já se deu conta disso? Sim, essa é a nova realidade. E quem disse que não dá pra ser feliz assim?

Quando eu for homem…

Eu tratarei de ser gentil com a minha mulher, sem perder minha masculinidade. Eu falarei o quanto ela é importante para mim e o quanto é bom estar ao seu lado.

Eu acordarei para trabalhar e antes de sair lhe darei um abraço, assim mesmo, sem falar nada. Meu toque será suficiente para que ela saiba que é amada. Eu farei dela uma mulher segura. Ciúmes destroem os relacionamentos.

Eu a levarei para jantar e lhe mandarei flores quando ela menos esperar. Eu farei com que cada lugar se torne especial e inesquecível. Com ela dividirei as minhas alegrias. Eu a suportarei nos dias ruins e lhe darei colo quando ela precisar. Ainda que ela nao me peça.

Serei duro, sem ser rude, quando necessário para que ela me sinta forte. Sim, essa é a minha essência.

Eu lhe serei grato pela sua companhia e ficarei feliz de dividir os bons momentos. Nos dias difíceis eu pedirei seu ombro amigo. Também quero ser ouvido. Saberei entender os seus pontos fracos, as suas dúvidas, as suas dores e as suas inseguranças. Essa é a essência dela.

Eu lhe farei surpresas. Mulheres precisam disso. Eu reservarei um tempo para ficarmos a sós. Quero jogar conversa fora, contar piadas, dar risadas e chorar se for preciso, sem ser interrompido. Eu lhe dedicarei uma música para que todas as vezes que ela a ouça lembre-se de mim.

Eu a levarei para dançar. Quero vê-la feliz.

Nossa casa estará sempre cheia. Bons amigos merecem conviver conosco.

Lembrarei do meu passado e lhe contarei da minha infância. Falarei dos meus valores e serei seu parceiro na educação dos filhos. Serei seu amigo, seu conselheiro e principalmente seu melhor amante. Eu quero ama-lá de todas as formas.

Farei com que ela seja única para mim. E eu, serei eterno enquanto estiver ao seu lado.

Ah…se eu fosse homem!

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