5 dicas para transformar a relação entre mãe e filho

Por muitos anos escutamos nossos bisavôs, avôs e pais contarem sobre como eram repreendidos e educados durante a infância. Ouvimos e repetimos geração após geração, essa velha máxima de que para as crianças serem educadas é necessário colocar limites por meio da punição e do castigo, mas você já parou para se perguntar se essas atitudes realmente funcionam?

Esse tipo de educação pode até ser útil em curto prazo, mas conforme as crianças crescem, ela deixa de surtir efeitos. É nesse momento que os pais enfrentam os maiores desafios, justamente na fase da adolescência, quando ameaças e punições deixam de funcionar e dão lugar a uma grande rebeldia.

E por que isso acontece? Segundo as bases da Disciplina Positiva, desenvolvidas pelo psiquiatra austríaco Alfred Adler, os seres humanos nascem com duas necessidades emocionais básicas: de pertencer e de ser importante no meio em que vivem. Se essas necessidades emocionais não forem atendidas, o mau comportamento surgirá como sintoma da falta, que passa a ser focalizada em conseguir chamar a atenção de maneira negativa. Se seus filhos receberem atenção de qualidade, e se sentirem conectados, úteis e importantes dentro da esfera familiar, essa atitude tende a diminuir ou até mesmo a desaparecer.

O que queremos é educação de verdade e de longo prazo, e não formas de resolver apenas o problema do momento. Para isso a relação deve ser construída com uma base emocional forte.

Quando seu filho tiver uma reação indesejada ou fizer algo de negativo para chamar sua atenção, ao invés de olhar para essa cena como algo terrível, permita-se fazer a seguinte pergunta: Qual necessidade emocional básica pode não estar atendida nesse momento?  O que pode estar por traz desta atitude?

Veja 5 dicas que podem transformar a relação entre vocês rapidamente:

Crie conexão: Olhos nos olhos, contato físico, beijos e abraços. Escute com atenção o que seus filhos têm a dizer. Crianças que se sentem aceitas e amadas tendem a colaborar muito mais com os pais. Muitas famílias perderam a conexão com o uso exagerado da tecnologia, celulares, Ipad’s e jogos eletrônicos. Desligue tudo por pelo menos 1 hora do dia e se conecte de verdade.

Estimule a autonomia: Não faça pelo seu filho o que ele pode fazer sozinho. A superproteção cria filhos emocionalmente fracos e dependentes. Mais tarde quem terá que pagar o preço dessa escolha serão os próprios pais

Respeito mútuo: Nossos filhos seguirão nosso exemplo, não o nosso conselho. Então se queremos ser respeitados, precisamos ser os primeiros a respeitar. Respeitar as diferenças de personalidade, as diferentes opiniões e as emoções e sentimentos como todo ser humano merece. Não diga: “Faça o que estou mandando e acabou”. Ao invés disso, fale: “Por favor, você poderia me dar uma mão para limpar a cozinha? Sua ajuda será bem-vinda”.

Tempo de qualidade: Vocês têm tempo de qualidade juntos? Tire um tempo especial para cada filho diariamente, e esteja presente de corpo e alma nesse momento. Mesmo que sejam 15 minutos por dia, já é um tempo que pode ser dedicado a preencher as necessidades de atenção e afeto de seus filhos. Lembre-se que de todo jeito teremos que investir tempo, se não for enchendo o copo de amor positivamente, será lidando com as consequências da falta dele.

Responsabilidade: Deixe seu filho sentir as consequências de suas escolhas e se frustrar com elas. Não fique toda hora lembrando e repetindo mil vezes a mesma coisa. Permita que seus filhos aprendam com os próprios erros. Por exemplo: Seu filho sempre esquece a chuteira na hora do treino de futebol. Pare de lembrá-lo. Permita que ele chegue ao clube sem o tênis e experimente a frustração por não poder participar do jogo. Certamente, da próxima vez ele estará mais alerta para lembrar-se de pegar a chuteira com antecedência.

Experimente hoje mesmo e persista. Quando mudamos, o outro também muda!

Por Telma Abrahão – Coach de Pais e Educadora Parental, membro da PDA Americana (Positive Discipline Association dos EUA) e da Sociedade Norte Americana de Psicologia Adleriana.

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Seu tempo com seus filhos

Por Gisela Campiglia

O desejo dos pais é o de educar seus filhos para que eles sejam pessoas independentes e felizes. Mas, como atuar em direção a este propósito quando o tempo disponível para os filhos é limitado?

A comum necessidade de que o casal trabalhe fora para prover o sustento da família, restringe a convivência entre pais e filhos. Desta forma, muitas famílias encontram “educadores” alternativos para substitui-los em sua ausência justificada. Uma empregada, a escola em tempo integral, ou as avós acabam ficando encarregadas desta função. Esses preciosos colaboradores ajudam bastante, no entanto, o alcance de suas ações é restrito. Por melhor que seja uma funcionária doméstica, ela não tem a mesma autoridade que os pais para dar limites à criança quando necessário.  A escola tem influência na educação dos alunos, mas a função da escola é escolarizar, passar conhecimento acadêmico, e não educar. Uma boa escola pode até auxiliar os pais na educação de seus filhos, mas é importante ter a consciência de que existe ex-aluno, mas, não existe ex-filho. A escola convive com o aluno temporariamente, os filhos convivem com os pais por toda a vida. As avós são de plena confiança, ótimas cuidadoras, e oferecem amor as crianças, mas muitas mimam os netos em demasia, fato que acaba trazendo problemas no futuro.

Na impossibilidade de conviver o quanto gostariam com seus filhos alguns pais sentem-se culpados, por isso acabam comprando todos os presentes que as crianças pedem no intuito de compensar sua ausência. Este é um grande equívoco, pois a criança que ganha tudo aquilo que deseja, terá dificuldades de superar frustrações durante a vida. A criança não tem a oportunidade de treinar em casa, mas a vida fará com que ela aprenda a lidar com as contrariedades na marra. A quantidade de objetos que os pais oferecem aos filhos não supre suas necessidades afetivas. Os filhos precisam sentir o quanto eles são importantes para seus pais através do amor, da atenção, dos cuidados e dos limites que recebem. Somente a convivência pode construir uma relação de amor, mas como realizar essa nobre missão quando o tempo disponível para os filhos é escasso?

Uma frase bem colocada causa muito mais impacto do que horas de conversa sem conteúdo. Um abraço de amor intenso tem mais valor do que vários telefonemas ao dia.O que produz significado em nossa vida a quantidade, ou a qualidade?

Existem mães que ficam em casa com as crianças o dia todo, porém não desgrudam os olhos da tela do computador. Quando a criança solicita atenção, a mãe responde:
”- Espere só um minutinho que eu já vou!”.  O filho espera minutos, horas, e nunca chega o momento de receber a atenção desejada.  A consequência é que a criança sentirá que sua presença na vida da mãe é irrelevante, e isso é muito perigoso. Pesquisas revelam que o uso de drogas na adolescência também é motivado pelo fato do jovem sentir-se desvalorizado pelos pais. A pior miséria que existe no mundo é a falta de amor, vivemos em um planeta cheio de carentes emocionais.

A solução é estar presente de corpo e alma quando houver a oportunidade de ficar com seus filhos. Determine um tempo sagrado para dar atenção exclusiva a eles, mesmo que seja apenas uma hora por dia. Evite permitir que sua energia seja desviada para qualquer outra tarefa durante o período que você criou para estar com as crianças. Não dá para disfarçar em que direção esta indo seu fluxo de energia, os filhos sentem quando o seu foco de atenção não está neles. Programar o cardápio da semana, atender o celular, assistir novela, checar os e-mails pessoais, ou conversar com o cônjuge, são tarefas para serem realizadas quando as crianças já estiverem dormindo.  Se você fica o tempo todo realizando multitarefas, e nunca oferece o privilégio de dar atenção especial para seu filho, ele interpreta o fato equivocadamente. Passa a acreditar que não é merecedor de sua atenção, cresce com baixa estima e leva essa influência para a vida adulta. Não adianta explicar que você é muito ocupado, porque esta se matando de trabalhar para dar uma boa educação para eles. Os filhos precisam ser nutridos com amor, o alimento da alma.

Praticar a sua autoridade em relação aos seus filhos também é uma forma de exercer amor. Muitos pais relutam em realizar essa função intransferível com medo de que os filhos deixem de amá-los, ou mesmo, pela vaidade de mostrar uma imagem sempre agradável para as crianças. Não tenha receio de corrigir quando houver necessidade, proteger seus filhos é diferente de evitar frustrações, o seu sentimento de pena enfraquece a criança. Um adulto sem limites revela uma educação sem limites. A prática do amor inclui disciplina. Você não deve admitir que seus filhos alimentem-se com doces e refrigerantes em excesso, não pode tolerar que se comportem agressivamente na escola. A firmeza dos pais quanto à educação é um ato de amor e proteção. O resultado é a formação de um adulto estruturado com forças existenciais e morais, capaz de conquistar a própria felicidade.

Pais, por favor, não se torturem! A sua relação com seus filhos não é definida pelo tempo que você passa com eles, mas sim pela forma como você se relaciona durante o tempo que dispõe. A sua postura e sentimentos em relação aos seus filhos vão determinar a qualidade da educação que você oferece.

Até a próxima!

Gisela Campiglia

Formada em psicologia, física quântica, bioenergia e metafísica. Trabalha com desenvolvimento pessoal, promove palestras, escreve artigos e é colunista do Mulheres de Quarenta.

 

 

 

 

Liberte-se do seu passado

Uma das minhas amigas e seguidoras do Mulheres de Quarenta se desabafou comigo. Ela é recém-separada e se lamentava sobre a solidão. Os filhos, já crescidos, estavam tomando seu rumo. Ela, que ficou anos casada, está se redescobrindo nesse momento pós-separação.

Durante a nossa conversa eu refletia sobre o que eu mesma já havia passado. Como foi difícil e dolorida a separação.

Quem já passou por isso, sabe muito bem que temos os momentos de euforia e de depressão. Altos e baixos são bastante comuns nessa fase. Mesmo porque o sentimento de perda fica por um bom tempo presente nas nossas vidas. Ainda mais quando se tem filhos, e eles, queiram ou não, são criados para o mundo.

Minha amiga continua na sua antiga casa. Seus móveis relembram o passado que insiste em estar presente. Cada canto da casa tem uma história a ser contada. Nesse momento é preciso de reinventar. Levantar e sacudir a poeira. Deixar para trás aquilo que já passou e acreditar que tudo pode ser diferente.

E um bom começo, embora possa parecer estranho, é promover não só mudanças interiores como também exteriores. Isso não quer dizer que você precisa mudar de casa. Claro que não. Mas mude os móveis de lugar. Compre umas almofadas coloridas. Despeça-se daquilo que já não serve pra nada. Mande embora aquele velho vaso que você nunca gostou. Jogue fora as tralhas, os potes quebrados e tudo aquilo que está em excesso na sua casa.

Abra espaço para o novo. Faça isso também no seu armário. Tire as roupas velhas e aquelas que você comprou por impulso e nunca usou. Faça isso com as suas roupas de cama e banho. Aprenda a viver com menos. Tenha mais qualidade do que quantidade. Arrume a sua caixa de bijuterias. Livre-se do que está quebrado e nem mande mais consertar. Jogue fora as maquiagens quebradas. Deixe apenas aquilo que tem utilidade pra você.

Faça uma arrumação geral na sua casa e livre-se do que for supérfluo. Deixe ir o que tem que ir. Com essas atitudes, o novo terá espaço para chegar até você. E isso, em todos os sentidos, não só material, como principalmente na sua vida pessoal.

Não espere as mudanças acontecerem. Elas dependem exclusivamente de você.

Minha amiga? Ela seguiu o meu conselho…

Vamos lá! Está disposta a começar! Bora se renovar. Eu garanto que vale a pena!

Beijos e até a próxima!

Vanessa Palazzi

Madrastas de 40

Ser madrasta não é uma tarefa fácil. Um aprendizado que requer muita paciência e dedicação para que as coisas funcionem da melhor maneira possível. Ser feliz nos novos relacionamentos com filhos de ambos é possível sim. Essa é a visão da terapeuta familiar Roberta Palermo, nossa convidada da semana, que dá dicas para que essa relação funcione da melhora maneira possível. E aí? Está disposta a encarar? Confira!

“Não coloquem os mais velhos para cuidar dos menores. Se precisarem de ajuda contratem uma babá para ajudá-los. E também para poderem sair só com os mais velhos, por exemplo.

Organizem as duas casas para receberem as crianças. Lugar para guardar roupas e brinquedos, local aonde irão brincar, comer e dormir, se for o caso. Dependendo da idade, separem os meninos das meninas.

Não tire seu filho de sua cama ou do quarto para dar lugar ao seu enteado. Ele será o amigo, a visita, e assim será com o seu filho quando estiver na casa do seu namorado.

Alternem os finais de semana com os ex-cônjuges igualzinho, para o final de semana livre do casal ser o mesmo! É fundamental que vocês tenham esse tempo livre sem filhos.

Se um dos dois não tiver o pai ou mãe que dívida a convivência, podem ter a babá, uma avó bacana que ajuda, uma tia, madrinha, enfim… Tenho certeza de que vocês são presentes no dia a dia das crianças e merecem tempo para se dedicar ao novo relacionamento!

O importante é ter companhia, a parceria no dia a dia para essa tarefa tão importante de educar um filho. Oferecer um ambiente saudável, divertido, cheio de trocas e aprendizagem. Boa sorte na construção da sua nova história!

Roberta Palermo

Assista também a entrevista da Roberta Palermo para o nosso canal do Mulheres de Quarenta.

 

 

Divórcio e terapia de casal

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Saber a hora certa de tomar uma decisão definitiva no seu casamento não é nada fácil. Afinal, quais são os sinais de que o relacionamento está desgastado e é hora de se divorciar? Consultei a psicanalista Lelah Monteiro para saber um pouco mais sobre esse assunto. Vejam o que ela nos diz.

Só quem sabe da sua vida é você!

“Cada casal sabe quando chega a hora certa de se separar. Algumas crenças podem impedir que isto ocorra e muitos casais acabam empurrando com a barriga um relacionamento que já acabou.

Entre os sinais mais comuns estão a falta de desejo, irritação e intolerância aos posicionamentos do parceiro ou da parceira, que podem gerar ações agressivas, instabilidades de humor – que se agravar pelo uso de drogas ou de álcool – isolamento e fuga de si mesmo.”

Sabemos que nem sempre é fácil manter a amizade após o fim do relacionamento, especialmente para os casais que têm filhos. A Lelah Monteiro recomenda que ambos se afastem por certo tempo e não participem da vida alheia principalmente nas redes sociais. “Mantenham os filhos longe destes conflitos e permitam o convívio deles com seu ex-marido ou ex-mulher.”

O outro, a outra

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Pode acontecer de o seu parceiro arrumar outra companheira ou vice-versa. Nesse caso, ambos devem se manter neutros e nada de colocar os filhos contra essa relação. “É preciso permitir que o outro busque o seu caminho, assim como você tem todo o direito de seguir a sua vida!” diz Lelah.

Tudo o que é meu, é meu!

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Ela recomenda que as pendências legais, como venda de casa, guarda dos filhos, etc, sejam decididas no momento da separação. Nada de protelar!

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Viver uma vida infeliz não é a melhor escolha. E também digo, por experiência própria, que a separação não é fácil para ninguém. Por mais que o amor tenha se acabado, a dor da separação é grande e é preciso estar preparado para enfrentá-la a qualquer momento.

Se precisar chorar, chore tudo o que for necessário e nada de perder seu tempo descrevendo para todos os defeitos do seu ou da sua ex. O conselho da Lelah é o de que você faça isso na sua terapia. “Socialmente, mantenha a sua autoestima e recomece sua vida. Você merece!”

Lelah Monteiro é psicanalista, fisioterapeuta uroginecológica e urológica, é terapeuta de casais e sexóloga da Rádio Globo.

www.lelahmonteiro.com.br

(11) 9 9996-3051

Se conselho fosse bom

01-600x350Namorar com homem casado, pode? Essa foi a pergunta de uma leitora do blog Mulheres de Quarenta que está se envolvendo com uma pessoa já comprometida.

Embora ela tenha me questionado, não me julgo no direito de aconselhar ninguém nesse sentido, mas não pude deixar de emitir minha opinião. E como diz o bom ditado, se conselho fosse bom ninguém dava, vendia!

Vejam o dilema da nossa amiga que pode ser muito parecido com o que muitas de nós pode viver.

“Namoro um homem casado. Eu o amo muito e sinto que ele me ama também. Às vezes eu penso em deixá-lo e falo que está tudo acabado entre nós. Ele implora e me pede pra voltar. Nós não vivemos juntos e ele não me ajuda financeiramente. Tenho cinco filhos e, apesar dele não ser o pai das crianças, ele as quer muito bem, se preocupa com eles e os trata como se fossem seus filhos. Isso faz com que eu o ame mais, mas o que realmente pesa é o fato dele ter uma mulher. Me ajude, Vanessa, por favor?”

Eis a íntegra da minha resposta:

“Amiga, o que posso lhe dizer? Cada um faz aquilo que acredita que deva fazer. Todas nós temos livre arbítrio e podemos fazer as nossas escolhas, mas temos que arcar com todas as consequências dos nossos atos.

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Pergunto: esse homem é a sua única opção nessa vida? Acredito que não, certo? Além disso, quem pode se machucar feio é você.

Eu prefiro a honestidade. Se o relacionamento não funciona mais para alguma das partes é preferível que sejam sinceros e parem por aí. saiam do relacionamento para que depois possam se acertar com outra pessoa que tenham interesse em ficar. Esse seria o correto, mas sei que nem sempre acontece assim. Mas quem sou eu para lhe dar esse conselho? Eu pularia fora correndo! Beijos, boa sorte!”

E você, o que acha? Quero ouvir a sua opinião!

 

Engravidar aos quarenta

img_como_engravidar_depois_dos_40_anos_15482_600Carmem, uma das nossas seguidoras aqui do Mulheres de Quarenta, me procurou para contar sobre a experiência que ela está vivendo aos 46 anos de idade. Inesperadamente, passados 20 anos do nascimento da sua primeira filha, ela descobriu que estava grávida. E é claro que eu quis saber um pouco mais sobre essa história pra poder contar para vocês. Vejam que bacana o depoimento dela.

Carmem, conte-nos como tudo aconteceu?

“Vanessa, sou casada há 27 anos. Eu e meu marido tivemos a nossa primeira filha quando eu estava com 25 anos. Por motivos de trabalho e da vida corrida que levamos, acabei adiando a outra gestação. O tempo passou e, com a chegada dos quarenta, já não tínhamos a menor pretensão.

Quando fiz 42 deixei de usar pílulas anticoncepcionais para não interferir na menopausa. O uso de preservativo foi nossa escolha como método contraceptivo. Do início do ano pra cá eu achava realmente que não estava mais no grupo que teria chance de engravidar. E foi então que inesperadamente engravidei!

Foi uma grande surpresa. A notícia que causou um grande impacto em todos nós. Minha filha, embora com 20 anos, também sentiu um pouco, afinal ela passou muito tempo sendo filha única. Hoje já está aceitando bem o fato de ter um irmãozinho. Meu marido também ficou anestesiado e radiante após o nosso primeiro ultrassom. Estamos emocionados e curtindo cada momento da gestação.”

Eu quis saber da Carmem como era estar grávida depois de tantos anos da sua primeira gestação?

“A diferença é total. Quando minha filha nasceu eu tinha apenas 25 anos. Não curti cada dia, cada momento da gravidez como hoje. Tudo, absolutamente tudo, é diferente! São novas sensações que se devem mesmo ao fato de sermos mais maduras e experientes. Na minha juventude foi tudo muito automático, até por ser a minha primeira experiência como mãe. Hoje dou valor a cada segundo da gestação.

Perguntei à Carmem se ela faria algo de diferente dessa vez.

“Estamos à espera de um menino, o Thiago. É surpreendente a renovação que ele representa em nossas vidas. Uma benção enorme. Com relação à minha primeira experiência como mãe, vou me dedicar mais, trabalhar menos e curtir meu filho intensamente. Vamos viver juntos cada momento.”

O que você diria para as Mulheres de Quarenta que desejam engravidar?

“Meu conselho para as Mulheres de Quarenta que desejam ter um filho é que é imprescindível estarmos com a saúde em dia, nos cercarmos de todos os cuidados para que o bebê e a mamãe estejam seguros. Sigam em frente e curtam e agradecem a Deus por essa benção.”

Gente, não foi demais! Adorei conhecer a Carmem e em breve queremos que ela nos apresente o Thiago! Nós, do Mulheres de Quarenta, desejamos muitas felicidades pra toda a família!

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Encoraje seu filho!

IMG_2337Eu, como mãe, vivo me questionando sobre o modo como ajo com as minhas filhas. Quantas vezes fui acometida por um sentimento de culpa. E falo, sinceramente, que até já chorei de arrependimento por ter sido dura com as meninas.

O fato é que não é nada fácil educar. Eu diria mais: não é para qualquer um. Tem que ter dom. Tem que ter vocação. Tem que ter tempo. E, acima de tudo, tem que estar muito disposto. Sim, porque seu filho vai lhe fazer uma pergunta complicada bem na hora que você começou a assistir sua série preferida na TV. Ou vai passar mal de madrugada e você vai ter sair correndo para o hospital. Além disso, terá que lhe ensinar tudo aquilo o que aprendeu e, com isso, tentar fazer com que ele seja uma pessoa melhor do que você.

Acho que esse é o maior objetivo: fazer com que os nossos filhos sejam melhores do que nós. Prepará-los para o futuro e ensiná-los a se defender de todas as adversidades que terão pela frente. Sim, vamos chorar por eles, porque muitas vezes será praticamente impossível evitar que sofram. E a dor de um filho, eu sei, doi bem doído na alma.

Há pouco tempo, minhas meninas –  a Rafaela, de 11 e a Giovanna, de 10 anos – fizeram um “complô” contra mim. Chamaram-me de chata e reclamaram de uma porção de coisas. Eu me senti muito mal. Parecia que todo meu esforço de educá-las para esse mundo vil, que nós sabemos que existe, era em vão.

Tive uma conversa muito sincera com elas e em tom de seriedade, disse-lhes que mudaria meu jeito de ser. Por um dia fiquei séria, parei por um momento de tentar mostrar a elas o que era certo e errado. Confesso que estava no meu momento de reflexão.

As meninas ficaram muito preocupadas com aquela transformação repentina. Elas se reuniram por um dia todo para pensar numa tática para chegar até mim. Dessa vez, elas queriam e… precisavam me resgatar. E é claro que quando voltei a implicar com elas, eu havia voltado para a normalidade.

Vejo que muitos pais, na tentativa de evitar as inevitáveis frustrações de seus filhos, se adiantam em arrumar meios de evitar que isso aconteça. Temem falar não. Não conseguem impor as regras. São permissivos e quando perdem as rédeas, recorrem a terceiros para que eles tenham a tarefa de corrigir o que está errado. E, mais do que isso, acreditam que poupar seus filhos dos desafios que a vida desde cedo lhes impõe é um erro grave que influenciará em muito a personalidade na vida adulta.

O que eu quero dizer é que se o peixinho do seu filho morrer…não corra para comprar outro! Encoraje seu filho para que ele se acostume com as perdas e aprenda a lidar com elas desde cedo da melhor maneira possível.

E aos trancos e barrancos, sem muitas regras, sem muita psicologia, vou seguindo com as minhas meninas. Elas adoram a mãe chata que tem. E eu, não abro mão disso!

 

 

Como falar de sexo com filhos adolescentes?

10427321_550235278455659_2078553038229457252_nNossa mais nova colaboradora do site é a Lelah Monteiro. Ela é sexóloga, fisioterapeuta e psicanalista e estará por aqui para falar de temas super bacanas para as mulheres de quarenta.

Falar sobre sexo com filhos adolescentes é um assunto delicado mas não é tão difícil assim de lidar. A Lelah dá dicas importantes para nos ajudar com essa questão. Confira a entrevista abaixo.

Colocar o tema sexo em pauta deve ser iniciativa dos pais? E se o filho ou filha não demonstrar interesse em discutir o assunto em casa?
Começar pelas perguntas do próprio adolescente é um bom caminho. Muitas vezes as perguntas não são exatamente sobre sexo,mas sobre toda a transformação biológica que começa na menina e no menino.
Não há necessidade de discutir o assunto,mas dar pequenas orientações,como por exemplo a necessidade de uma higiene mais cuidadosa já que nesta fase começam a surgir os odores axilares, as acnes e as transformações corpóreas.

Você comenta que “a opinião do grupo vale mais que a dos adultos” nessa fase da adolescência. Por que isso acontece? E o que os pais podem fazer para superar essa resistência?
A adolescencia é a época onde a voz do grupo passa a ser a melhor,porque há uma identificação,sentem-se entendidos,iguais.
Neste momento serem aceitos é muito importante.

Você recomenda aos pais não transferir suas dúvidas sobre sexo ao adolescente. Como você avalia, em termos de informação sobre o tema, a formação da atual geração de pessoas cujos filhos estão chegando à adolescência?
Ainda há muita desinformação e pouco diálogo. Ter uma conversa franca demanda confiança do adolescente para com seus pais ou cuidadores, e esse é um processo a ser construido.

Eles vivenciaram as mesmas dificuldades que existem hoje?
Sim, estes pais provavelmente viveram estes mesmos conflitos em contextos diferentes.

Invertendo a situação, como você acha que o adolescente deve abordar assuntos relacionados a sexo com os pais? Por exemplo, quando decide revelar que está namorando e quer dormir com o(a) namorado(a) em casa, quando assume que é gay ou outras situações do gênero?
Com naturalidade. Orientação: é melhor ter os filhos por perto, mas é preciso deixar claro quais são as regras da família. O respeito deve ser bilateral.

A seu ver, em tempos de Internet, TV e por aí vai, existe mais abertura hoje para falar de sexo em casa?
Sim, mas devem-se respeitar os valores daquela família. Não é porque está na tv que teremos a mesma postura. O mais importante é respeitar as diferenças.

Mais do que nunca, os meios de comunicação são onipresentes na vida dos adolescentes. Antes era a TV, hoje também a Internet. Como esses meios influenciam a formação do jovem em se tratando de sexo? A seu ver, os pais precisam (e podem) impor algum tipo de limite?
Limites são sim atos de amor. Os meios de comunicação são mais um veículo de informação. A presença da família, da escola e de outros locais de convívio social são partes desta formação.

E você, já falou de sexo com seus filhos? Acha o assunto complicado? Queremos ouvir a sua opinião.

Pacote completo

mae-filhosHomens que se aventuram a assumir relacionamentos com mulheres de quarenta têm muito o que aprender. Elas têm experiência, sabedoria, são decididas e até podem não saber muito bem aquilo que querem, mas certamente, sabem exatamente aquilo que não querem. Sofrer, por exemplo, é um item que está fora de cogitação.

Nesses anos elas já tiveram chances de experimentar muitas coisas. Amadureceram, ainda que tenha sido pela dor. E aprenderam, queira ou não, que ninguém morre por amor. São corajosas para assumir alguma coisa sabendo que, se não der certo, podem sobreviver.

Além disso, muitas delas vem com acessórios inseparáveis: os filhos. Ainda que elas se apaixonem loucamente, eles estarão em primeiro lugar. E ai de quem mexer com a sua cria. De uma hora para outra as leoas viram feras.

O companheiro que tiver a coragem de assumir uma mulher de quarenta tem que estar disposto a comprar o pacote completo. Terá que aprender a conviver neste novo cenário familiar, enfrentar as diferenças e os conflitos. Saber lidar principalmente com as pequenas disputas e entender que no amor não existe divisão. Se em algum momento tentar concorrer com os filhos, sairá perdendo.

Se por outro lado, usar sua maturidade e inteligência para saber administrar a situação e acima de tudo, se houver amor verdadeiro, não haverá obstáculo que impeça o bom relacionamento familiar.

A mulher, por sua vez, se regozijará ao ver o companheiro empenhado em fazer o seu melhor para os seus filhos. Quem nunca ouviu aquele velho ditado: quem meu filho beija, minha boca adoça?

E aí? Pacote completo? Vai encarar?

Só para os fortes!

Deixe-me em paz!

cap22“Eu não aguento mais”. Esse foi o desabafo de um amigo recém separado que vem sofrendo as consequências do desequilíbrio da sua ex que não consegue superar a falência do casamento.

Seu único objetivo é destruir emocionalmente seu ex-companheiro de maneira ardilosa, numa vingança sem fim. Suas artimanhas para alcançar o que tanto quer são tão vis que não só atingem o seu ex como todos os que estão a sua volta. Nessa cadeia, as principais vítimas são os filhos, além dos pais, e sogros, também.

Eu me recordo bem do momento da minha separação. Entendo perfeitamente o quanto é difícil aceitar essa nova condição. Lembro-me de como foi complicado ter que assumir tudo sozinha e aceitar que as coisas realmente haviam mudado em todos os sentidos, principalmente a minha situação financeira.

Também senti dor, medo e raiva. Chorei muito, sofri bastante. Até que um dia, enquanto eu me lamentava dessa situação tomei um grande “chacoalho” da minha mãe. Ela me via jogada, quase desistindo, quando mandou que eu me levantasse da cama e tratasse de cuidar da minha vida e da vida das minhas filhas, afinal, era essa a única – e melhor herança – que havia restado daquela relação.

Então eu me dei conta de que enquanto eu pensava em fazer alguma coisa para me vingar de tudo o que havia acontecido, minha vida andava para trás. Eu não conseguia trabalhar, nem me concentrar em nada. Não me divertia e apenas amargava o meu destino. Com o choque emocional dado pela minha mãe eu tomei a decisão de que não deixaria nada mais me abalar. E assim, eu me levantei da cama e segui em frente. Tratei de cuidar de mim e minha relação com as meninas foi a melhor possível, tanto que, apesar de todo o sofrimento, medos e angústias, passamos juntas por esse momento sem que elas precisassem de qualquer tipo de ajuda.

Posso dizer que nós, juntas, nos superamos. E apesar de toda a derrota, saímos vitoriosas. Minha vida continuou. Eu segui em frente e descobri muitas outras coisas que me faziam feliz. Amigos, festas, diversão e o principal: que mesmo só, eu poderia ser uma ótima companhia para mim mesma.

Meu amigo espera que verdadeiramente sua ex encontre seu caminho e que ambos possam viver em paz.

Eu também torço por eles!

 

Que amor é esse?

sindrome-coracao-partidoUma das minhas amigas me confidenciou que seu atual companheiro andava reclamando sobre a falta de sexo.
Eles se relacionam há algum tempo e vivem bem. Têm, inclusive, uma viva sexual bem ativa. Ele declara um amor incondicional e eu sempre soube que a recíproca era verdadeira.

Minha amiga me confessou que estava magoada com a postura de cobrança do companheiro mesmo porque ela, muito bem resolvida, não tinha nenhum problema dessa natureza. Sempre encarou o sexo com naturalidade.
Ela, assim como a maioria das mulheres, tem para si que o sexo, muito mais do que satisfação de seus instintos, é um complemento do amor.

Homens sem muita sensibilidade não entendem que mulheres são bem diferentes nesse quesito. Não que não apreciem a coisa, mas para elas têm que haver algo a mais. Isso quer dizer que não adianta chegar “chegando” sem antes dizer porque veio.

Sexo requer gentilezas que se iniciam muitas vezes com um simples bom dia, um pequeno elogio, um agrado, e claro, com as carícias que fazem parte de todo esse processo.

Homens insensíveis, egoístas e egocêntricos não conseguem enxergar essas nuances e com isso podem colocar tudo a perder.

O amor, na sua plenitude, é capaz de superar as bundas moles, os peitos caídos, os cabelos brancos e as rugas que o tempo inevitavelmente deixará acontecer.

E se ele sobreviver um dia as lembranças podem ser muito melhores do que as cobranças e futilidades que o tempo, para alguns, não conseguiu ensinar.

Uma pena que tantos ainda tenham muito para aprender.

 

Como enlouquecer os seus filhos

Cri-2Pode parecer piada mas não é.
Navegando pela internet encontrei uma sentença proferida por um juiz de família que me fez refletir bastante.

Eis o texto:

“Na avaliação, percebe-se que a genitora da criança não conseguiu elaborar a separação do Sr. João (nome fictício) e com isto se desestabilizou afetivamente também em relação ao seu papel materno, vindo inclusive a negligenciar os cuidados com o filho, por isto mantém uma postura de insegurança, medo e dificuldade de retomar a sua vida.
Sugere-se tratamento psicoterápico de no mínimo 6 (seis) meses para que a genitora possa elaborar os lutos resultados da separação, bem como rever seu papel como genitora.”

O que parece incomum é mais corriqueiro do que se possa imaginar. Fatos como esse acontecem com frequência.
Mães que foram deixadas por algum motivo e não digeriram bem a separação acabam transferindo essa carga – mais do que pesada – para seus filhos.
Muitas, em razão de sua dor, acabam deixando-os de lado, sem se preocupar com alimentação, escola ou com os cuidados básicos que devem ser dispensados à sua prole.
Pior ainda, algumas armam armadilhas emocionais para chantagear, inclusive financeiramente, o ex-conjuge. E agem sem limites usando artimanhas tão vis que causam danos irreparáveis não só no emocional como na saúde física de seus filhos.
Lamentável que isso aconteça. Filhos reféns desses comportamentos ficam agressivos, raivosos, e às vezes introspectivos. Os primeiros sinais estão na queda do rendimento escolar. Fora isso, encontram dificuldades para se relacionar ainda que os ambientes sejam familiares.
Além disso, as consequências drásticas podem vir com o tempo, principalmente na fase crítica da adolescência.
Pais que se dispuseram a colocar filhos no mundo têm que arcar com a responsabilidade de criar, educar e lhes proporcionar um ambiente em que possam crescer saudáveis e felizes, independente se estiverem juntos ou separados na árdua tarefa de formação dos filhos.
Nós pais, somos responsáveis pelo futuro das nossas crianças.
Que cada um aprenda a conviver com as suas dores e as suas frustrações sem transferí-las para as crianças.
Erros todos nós cometemos. Sorte de quem tem a chance de reconhecê-los, dar um passo para trás para poder voltar a seguir em frente enquanto ainda há tempo.
Esse juiz nos dá uma boa lição!
Recomendo a leitura dos meus textos publicados há alguns anos sobre minhas próprias experiências após a separação.

Seguem os links:

https://mulheresdequarenta.com.br/separacao-e-um-luto/

https://mulheresdequarenta.com.br/lutos-da-vida/

 

Meus defeitos, suas qualidades

1303304515796_fHoje pela manhã, sem querer, eu e minhas filhas iniciamos – a pedido delas – um importante exercício. Tudo começou com a brincadeira de apontar os defeitos e as qualidades de cada uma.

Não é fácil receber críticas. Ninguém gosta de ouvir as verdades.

As meninas colocaram pra fora as suas insatisfações em relação a mim. Giovanna, minha filha menor, disse-me que um dos meus defeitos era a sinceridade: -Mãe, às vezes você magoa!

Rafaela, minha pré-adolescente, reclamou da minha braveza.

Eu, como mãe, apontei coisas básicas que crianças da idade delas costumam fazer, como desobediência, desordem e outros pequenos deslizes que ainda podem ser corrigidos.

Confesso que não foi uma conversa fácil. Reconhecer nossos próprios erros é difícil. Os elogios amenizaram um pouco a nossa avaliação pessoal.

A tal “brincadeira” mexeu com os nossos sentimentos por que, queira ou não, aceitamos as críticas e prometemos, mutuamente, mudanças e melhoras. Se vamos conseguir, só o tempo poderá nos dizer.

Nosso café da manhã de hoje foi regado à lágrimas, beijos e abraços coletivos.

É…o amor às vezes dói. Em nome desses nossos desafios, seguimos em frente na certeza de que estamos aqui para nos superar a cada dia.

Que bom que ainda temos tempo para aprender.

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Quem manda no pedaço sou eu

1360778973.2-fotoQuando criança, minha mãe chamava minha atenção e sempre me dizia que eu havia passado dos limites. Eu não entendia muito bem o que era isso até o momento em que eu, repentinamente, tomava uma boa palmada.
Sim, minha mãe usava essa técnica e eu nunca a odiei por isso. Acontece que essa prática, nos dias de hoje, não é usual. Tem até lei que trata desse assunto.

O fato é que desde pequena eu entendi que meus pais é que mandavam no pedaço, não eu. Eu lhes devia o respeito, obedecia e por muitas vezes tinha um “não” como resposta.

Claro que o castigo não acontecia com frequência porque minha mãe, sempre muito inteligente, sabia como tirar alguns privilégios por conta do meu comportamento. Com isso perdi várias festinhas de aniversário, tive que recusar alguns convites e também deixei de ganhar as coisas que eu tanto queria. Tenho a convicção de que se os meus erros de infância não tivessem sido corrigidos, talvez eu não me tornasse aquilo que hoje eu sou.

Só tive consciência de que eles estavam certos quando me tornei mãe. Um dia, arrependida por ter repreendido minha filha, tratei de ligar para a minha mãe. Ao ouvir minha história, minha conselheira me disse que aquilo que se faz com a espontaneidade que o momento exige é o certo, ainda que tenha sido necessária um pouco de rispidez.

Bom, sigo criando minhas filhas com muito amor, mas impondo-lhes limites. Elas sabem que, por enquanto, quem lhes impõem as regras sou eu. Ainda assim, eu lhes mostro os caminhos certos e sempre deixo que a escolha seja feita por elas. Sou dura e firme quando preciso, sem medos, sem culpas e sem arrependimentos. E, ainda que cometa alguns erros, estou sempre tentando acertar. Elas sabem disso!

 

Bandeira branca, amor!

White Flag: Last LapFiz uma enquete na página do Mulheres de Quarenta para ver o que as mulheres queriam ouvir. Relacionamentos que resultam em filhos foi um dos temas solicitados. O que fazer para viver em paz com o seu ex quando se têm filhos? Confesso: não é fácil.

Logo depois da minha separação fui a uma festinha de criança. Eu estava só com as minhas duas filhas. A mãe da aniversariante era separada e o pai, ex-marido dela, estava na comemoração. Eu achei aquilo o máximo, afinal estava em pé de guerra com o meu ex. Senti uma pontinha de inveja porque enquanto minhas filhas sofriam com aquele momento que estávamos passando, a aniversariante estava toda feliz ao lado do pai e da mãe.

Apesar de achar que meu dia nunca chegaria, posso dizer que hoje vivo em paz com o pai das minhas filhas. Temos uma relação de respeito e cordialidade o que já é suficiente para que nossas filhas vivam felizes e confortáveis com a harmonia que agora existe entre nós.

Claro que não foi fácil chegar até aqui. Brigamos, discutimos, envolvemos as meninas até que percebemos que, para elas, o melhor seria tentarmos uma convivência pacífica. Com isso, elas não nos deram trabalho. Sofreram a perda, como nós, mas entenderam e, por fim, aceitaram bem a separação.

Hoje entendo que enquanto um não levanta a bandeira branca, a guerra nunca acaba. Perder, por um lado, significa ganhar do outro. Pense bem se a decisão de viver bem não cabe a você! Às vezes é melhor ser feliz do que ter razão. Boa sorte!

Envelhecer é uma arte

casal-abracando-620-size-598Quem nunca ouviu essa frase? Pode parecer clichê, mas entender as etapas da vida e aceitar que inevitavelmente os anos vão passar não é pra qualquer um.

Dia desses ouvi o relato de uma amiga. O marido, quarentão, tentou pular a cerca. Se ele conseguiu, eu realmente não sei. Nem ela. Ele se comunicou com outras mulheres e trocou mensagens íntimas. Como eu conheço o casal, duvidei que ele tivesse feito algo de concreto.

Tirando minhas próprias conclusões, alertei minha amiga sobre um fato que realmente ocorre quando a idade se aproxima. Não só homens como mulheres precisam estimular sua autoestima. Nem sempre isso ocorre da melhor forma. No caso da minha amiga, seu companheiro preferiu receber elogios de outras mulheres. O que ele queria mesmo era tão simplesmente massagear o seu ego.

Mulheres nessa faixa etária também se equivocam. Muito comum estarem insatisfeitas com seus corpos e abusarem dos recursos que a medicina oferece. Nada contra as cirurgias plásticas, aliás, muito pelo contrário. Pequenas correções ao longo do tempo são fundamentais. Os exageros são abomináveis. Até os melhores médicos especialistas, tenho certeza, concordam comigo.

E não fica só nisso. Mulheres que não aceitam as marcas implacáveis do tempo, recorrem a outras alternativas. Muitas agem como adolescentes, inclusive se vestem e agem como tal. Conheço algumas que concorrem com as próprias filhas.

Tirar proveito das experiências passadas é a melhor coisa que o tempo pode nos trazer. E aceitar as mudanças do corpo e da alma é um exercício que tem que ser praticado com frequência para que possamos caminhar felizes nessa nossa jornada.

Ah…o marido da minha amiga? Já era. Ela está feliz pra burro!

Papo de homem

mad_men_whisky-560x373Carta do seu atual namorado para o seu ex

E ai cara? Beleza? Estou pegando a sua mulher. Agora ela é minha! Já sei que você sabe de tudo e não estou nem aí. Nossa relação é bem tranquila mas ela é cheia de “mi mi mis”. Era assim com você também? Enfim…

Não sei muito a seu respeito. Também nem quero saber. Pra mim não importa. Aliás, falar sobre você é um tanto quanto irrelevante. Tudo o que sei é que você se incomoda um pouco pelo fato dela estar comigo neste momento. É…perdeu playboy! Mas faz parte. Também já passei várias vezes por isso.

Comigo não rola competição. Somos parceiros, afinal. Estou cuidando muito bem daquilo que um dia já foi seu. Também não queira pegar de volta. Sou um tanto quanto possessivo. E se você me respeitar nesse sentido, podemos até ser bons amigos. Quem sabe tomamos “uma” juntos?

Seus filhos são bacanas e nós nos damos bem. Só que tudo tem limites. Há momentos em que preciso me impor. Claro que faço do meu jeito. E você como pai também pode me ajudar. Não incentive a raiva deles contra mim. Não há a mínima necessidade. Também sou pai e posso ser um ótimo padrasto. Pode confiar!

O que eu precisava saber a seu respeito já foi suficiente. Vamos seguir nosso caminho. Cada um na sua, é claro. Eu te respeito, sem problemas, desde que você não mexa no meu queijo.

Por fim, quer um conselho? Saia com os seus amigos, tome todas e afogue as suas mágoas. Tenho certeza que você se sentirá muito melhor. E relaxe: seus filhos ficarão bem. Eles não são os primeiros e nem serão os últimos a conviverem com pais separados. E qualquer coisa, lembre-se: eu estou por aqui! Se precisar se companhia, conte comigo!

E por experiência própria, posso te dizer que logo você encontrará uma outra mulher. Mas não se iluda: esse papo de que vai ser diferente é balela. Elas são todas iguais!

Boa sorte, parceiro!

Confira também o texto “Depois de você”, carta da namorada para a ex do seu atual namorado: https://mulheresdequarenta.com.br/depois-de-voce/

 

 

Depois de você

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Olá ex, eu estou aqui! Sim, sou eu a atual do seu ex. E é claro que você já notou a minha presença. Não tenho motivos para me esconder.

Já sei da sua história. Compreendo as suas dores. Sei dos seus medos, das suas angústias e das suas aflições. Conheço bem as suas inseguranças. Discordo de algumas atitudes, mas respeito o seu momento. Também não lhe julgarei.

Saiba que não estou aqui para competir, nem com você e nem com ninguém. Nem pretendo substituí-la. Você, assim como eu, tem o seu valor. Apenas não me desmereça. Afinal, você não sabe o caminho que percorri para chegar até aqui.

Seus filhos são seus. Sim, eu sei. Mas eu os quero bem e não tenho como impedir os meus sentimentos. Não tenho a mínima intenção de substituí-la como mãe. Melhor pra você que eu goste deles, certo? E como diz o velho ditado: “quem meu filho beija, minha boca adoça”.

Estou onde devo estar assim como você. Entendo o seu presente e não tenho nada a ver com o seu passado. O que me interessa, apenas, é o meu futuro. E nele, escrevo uma nova história.

Desejo que você encontre um novo amor e que seu coração se encha de esperanças. Que você viva feliz e faça feliz aqueles que estão ao seu lado. Que cuide bem dos seus filhos e lhes encha do amor que eles tanto precisam. Só assim eles crescerão seguros e felizes ainda que, nesse mundo mais do que moderno, tenham que conviver e aceitar os novos modelos de família.

Desejo ainda que você, assim como eu, ame e seja amada. E que por fim, tenha muito boa sorte!

Esses são os meus mais sinceros votos!

Depois do fim

tumblr_ln71oqynfs1qlcj40o1_500Os anos após a separação me fizeram aprender. Nada melhor do que o tempo para ganharmos experiência e maturidade. Claro que depois do luto da separação – aquele que todo mundo passa – e depois de todas as dores e amarguras, vem a bonança.  Sim, isso para aqueles que conseguem se superar.

Não é uma tarefa fácil. Demanda tempo. Mais do que isso: vontade, equilíbrio e sabedoria.  No meu caso, minhas duas filhas foram o meu maior incentivo. Foi através delas que encontrei motivação para seguir em frente e vencer essa etapa.

Quando a perda da separação é insuperável, os resultados geralmente são trágicos, especialmente para os filhos que são os que mais sofrem nesse processo. Se o ex, ou a ex, já encontrou um novo par, pode ser pior ainda!

Os filhos viram escudo. São jogados de um lado para o outro. Participam, ainda que sem querer, das chantagens emocionais contra o ex parceiro ou parceira.

E você, que já passou pelos mesmos problemas, observa sem nada poder fazer. Apenas torce para que tudo acabe bem, assim como acabou para você. Torce para que o tempo passe rápido, para que a poeira tome assento e para que tudo chegue ao fim.

Enfim, você torce para que as pessoas vivam em paz. Amém!

 

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