Muitas mulheres se deparam com a dor na penetração desde a primeira tentativa, quando tentam perder a virgindade, quando precisam realizar exame ginecológico ou mesmo realizar o toque vaginal. Algumas, após várias tentativas frustradas de conseguir a penetração, acabam entendendo que realmente existe um problema, algo estranho está acontecendo!
Mas, e quando essa dificuldade perdura por meses ou anos? Acredite, existem mulheres que nunca conseguiram uma penetração vaginal de nenhum tipo. Nunca se submeteram a exame ou rotina ginecológica, não conseguiram uma relação sexual com penetração.
Estima-se que no Brasil, cerca de 0,4 a 6,66% das mulheres sofram com o Vaginismo, sem contar a subnotificação, já que uma grande parte, sequer fala sobre a queixa com seu médico ou outro profissional da saúde, sentem-se constrangidas.
Definido como uma desordem que se caracteriza pela contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico e que envolvem o canal vaginal, o Vaginismo é descrito como uma das disfunções psicossexuais mais comuns, constituído por:
– Alteração psicológica induzida por atitude fóbica e ansiedade à penetração;
– Alteração física, observada pelo aumento da tensão dos músculos do assoalho pélvico e da musculatura acessória (glúteos, abdome, adutores), reação espasmódica que impede ou dificulta a penetração vaginal, que pode ocorrer na penetração peniana, do dedo, de absorventes internos, dos dilatadores vaginais ou na realização de exames ginecológicos;
– Perturbação acentuada causada por sofrimento ou dificuldade interpessoal.
Na verdade, essa mulher, que nunca foi penetrada, sofre pela antecipação da dor. A dor que ela imagina que irá sentir, mas o que é certo, é que, pela contração que realiza, na tentativa de qualquer tipo de penetração, realmente a dor estará presente.
O tratamento é multidisciplinar, ginecologista, psicólogo e fisioterapia especializada nas disfunções sexuais. Cada uma das especialidades desempenhando o seu papel. Na abordagem fisioterapêutica é tratado os sintomas físicos, que se refletem nas contrações pélvicas, na dessensibilização da região vulvovaginal, pois algumas mulheres não conseguem nem mesmo ser tocadas na vulva. Também irá trabalhar a coordenação e a propriocepção, quase sempre comprometidas. O intuito é o de melhorar a qualidade de vida dessas mulheres e promover autonomia e funcionalidade para que ela possa vivenciar sua sexualidade como quiser, e principalmente, livre da dor!
Por Cristina Nobile
Fisioterapeuta Pélvica / Pós-Graduada em Oncologia
Crefito-3/157407-F
Tel: (11) 93404-3370 – (11) 3061-3370
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Site: www.clinicamulheresmais.com.br
Atendo há mais de 5 anos apenas mulheres com dor na relação sexual. São mulheres de todas as idades, mas o meu maior público são as que estão na casa dos 45 ou 55 anos, como eu!