Ele me deixou! Não entendi nada, simplesmente foi embora, eu que sempre me dediquei a ele, dói demais isso. Opa! Isso eu não falo, só digo que fui enganada, rejeitada…
Caro leitor, você pode trocar o pronome “ele” por “ela”, acontece da mesma forma, a diferença é que quando o homem “leva um fora“, a síndrome do macho ferido associado pode promover mais tempestades de agressão, ressaltando em cena o pior dos sentimentos ligados ao ciúmes, que é a posse.
Pela posse, países brigam, vizinhos de cerca perdem a amizade, casais se desentendem, homens enfurecidos pelo término matam.
Saibam todos, quando terminam um relacionamento com você é como a puberdade, chega para todos, um dia ou outro você vai sentir.
O término por si só seria muito fácil de lidar, pois a rejeição, o não, o sai pra lá, vem sendo nos ensinado desde que nascemos. Começa quando saímos do forninho da mãe, lá tava quentinho, gostoso, estávamos protegidos, alimentados, amados, mas nossa mãe natureza sabia que lá não teríamos chance de crescer, ia morrer você e a mãe se lá permanecêssemos.
Hoje, orientações equivocadas de alguns “Coach/Psicólogos/blogueiros”, fez esse momento se tornar o ouro dos tolos, fez a cultura do amor próprio tóxico crescer como pão com fermento. A autoestima ficou inflamada, e uma geração de egocentrismo misturado com autopiedade tem crescido na bandeira da, entre aspas, baixa autoestima. Brinco que na verdade o que vivemos nesses casos é uma “estimite“, já que o sufixo “ite” se usa para processos inflamatórios, como apendicite, amigdalite; tendinite…
Vou te explicar melhor o que é “estimite”. É um processo ocasionado não por uma baixa autoestima como enfatizam alguns “coach/psicologas/bloqueiras”, que surfam na onda da autopiedade, fazendo mulheres adultas se comportarem como crianças mimadas que perderam seus brinquedos. Enfatizo que essa situação não é causada por baixa autoestima, mas sim por uma autoestima tóxica que faz você acreditar que sua mãe te fez a última bolacha do pacote!
Perceba no discurso de quem sofre de “estimite” que o ego inflado fala mais alto. Como ele me deixou? Como se você fosse perfeita, sem defeitos, como se você fosse a mais linda, a mais inteligente, a mais carinhosa, a mais prendada, a mais estimada, a mais…
Cadê as sandálias da humildade? Ele te deixou porque você não era tudo aquilo que ele tinha anseio ou talvez porque ele nem sabia o que queria ainda, talvez só passar tempo, simplesmente por isso!
E você ficar buscando conselhos de terapeutas nas redes sociais que mais se parecem com “psicologia de botequim” não vai te fazer superar mais rápido o fora.
Seguir essa linha de que “eu sou melhor“, eu não preciso dele, eu me olho no espelho e me vejo bela, maravilhosa, empoderada, não vai te fazer melhor. E o pior disso tudo, só vai deixar mais inflamado sua autoestima tóxica, vai amplificar sua dor e fazer tornar crônico sua estimite.
Chega! Pare de alimentar sua autoestima tóxica! Pare de cultivar o vitimismo e de se achar a última bolacha do pacote! Seu problema não é baixa auto estima! é justamente o contrário ! Ela é tão elevada que você não aceita a rejeição!
Ficar alimentando isso só te fará ficar mais tóxica! E o pior disso, vai demorar muito mais para aceitar o término. E quando estiver em um novo relacionamento, e pode ter certeza que estará, você entrará nele com mais autoestima tóxica!
Sabe, essa “estimite” te impede de ver a vida como ela é, te impede de sentir melhor, te impede de você poder ser sua melhor versão, te impede de crescer fisicamente, emocionante e espiritualmente!
Ele te deixou porque busca a felicidade dele, e não encontrou em você! Talvez porque não era pra ser você ou pode ser que foi justamente pela sua autoestima tóxica, sua estimite!
Sabe aquela história que menos é mais? Então, começa a aplicar no caso e reveja se ficar ouvindo conselho de “coach/psicóloga/blogueira” de botequim vai te fazer de fato crescer e ser mais feliz.
Faz assim, vai no Google agora e procure por psicologia/psiquiatria. Encontre um bom profissional terapeuta na sua cidade e invista em você.
Não me venha dizer que não tem dinheiro para terapia, pode ter certeza que é mais barato que as bolsas, sapatos, roupas, cosméticos e procedimentos estéticos que você compulsivamente consome.
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Por Davi Vidigal
Médico atuante desde 1991, com especialização em Psiquiatria e dependências químicas, Davi Urias Batista Vidigal é a personificação da Escola Mundial de Promoção da Qualidade de Vida e do Ambiente de Trabalho.
Como médico psiquiatra, Davi Vidigal, também chamado carinhosamente de “o Dr. FIB”, integra a chamada geração saúde física e emocional.