Minha amada mãe Eunice me deixou um importante recado antes da sua recente morte. “Aproveite tudo o que você puder nesta vida!”
Essa foi uma das suas últimas mensagens para mim.
Confesso que a sua passagem me dez ficar introspectiva e pensar sobre tudo o que já fiz e de que forma quero e posso viver daqui pra frente.
O luto te desperta para a vida. É fato!
É inevitável pensar em tudo o que já se passou e imperativo tomar uma decisão de como será o seu futuro.
Agora entendo que tudo é aprendizado, inclusive a morte.
Todos os dias temos lições a aprender. E se você não aprende com elas, os erros na sua vida tendem a se repetir. Lembre-se daquele velho ditado: lição não aprendida, é lição repetida!
E com isso eu te convido a uma reflexão. Você deseja ser vitoriosa? Quer ter sucesso e felicidade na sua vida ou viverá na incerteza de que dias melhores virão?
Vivi intensamente com minha mãe nesses últimos meses. Foi um período de muito aprendizado. Numa das nossas últimas conversas, ela me disse que eu seria feliz de qualquer jeito. “Não importa o que aconteça, você será sempre feliz!”
Ela estava certa. Mesmo passando pela maior dor da minha vida – a morte de minha amada mãe – sinto meu coração aliviado e confortado pelas suas palavras que, para mim, serão sempre imortais.
E ela não foi embora sem me dizer o quanto me amava.
Desejo que você possa ser feliz todos os dias da sua vida e que as suas dores se transformem em motivação para que você possa vencer todas as suas dificuldades e alcançar tudo aquilo que deseja.
“(Sentimos) muito medo (da morte). Isso tem a ver com o fato
de que a vida é vista isoladamente, como um bem pessoal, do qual eu cuido e
aproveito tanto quanto for possível. Mas também posso ver isso de maneira
oposta, como se a vida me tomasse como propriedade dela. Ou como uma força que
me traz à vida, me sustenta e finalmente me deixa cair. Essa visão parece-me
muito mais próxima da realidade. Quando a pessoa se submete ao todo, ela sente
algo parecido com uma força que a sustenta. Mas é uma força que também traz
sofrimento. O movimento que faz o mundo girar não é a nossa felicidade, mas
algo muito diferente. Para tanto fomos chamados à serviço. A isso temos que nos
submeter. No fim, deixamos a vida para voltar a algo sobre o qual nada sabemos.
Tampouco chegamos aqui vindo do nada. Chegamos através dos nossos pais. Neles
conflui algo que nos dá vida e que está integrado a algo maior.”
Bert Hellinger, no
livro “Constelações Familiares – O reconhecimento das Ordens do amor
Três em um
Precisamos separar duas partes de nós para talvez
compreender melhor este artigo. Existe o “eu” individual. E existe um filho. Os
dois, misturados em um mesmo corpo. Para ambos, a perda de um pai e uma mãe é
algo profundo. Mas nestas duas partes, um filho é o que sofre mais.
Somos todos “filhos”. Essa é uma condição que todos, sem
exceção, recebem. Alguns se tornarão pai, mãe, marido, esposa… talvez. Mas, o
papel de filho, este sim, está reservado a todos. E para que haja um filho, é
obrigatório que haja um pai e uma mãe. Não importa a forma da concepção, em
algum lugar aquele filho tem um pai e uma mãe.
Então esses três, unidos pelo vínculo mais profundo de
todos, se tornam referências entre si. O papel do homem, junto com uma mulher,
abrem espaço para um terceiro papel: o de pai e mãe. O filho, que veio através
deles, também se percebe na vida pelo lugar que ocupa em relação a esses dois,
seus pais. E num primeiro momento a vida segue assim.
A falta
Então algo acontece a esse pai ou a essa mãe, e um deles
parte. O filho, pequeno, se encontra sem um de seus referenciais. Ou os dois. E
isso, para ele, é uma informação que chega de forma forte, para muito além do
que seria possível digerir.
Uma criança pode sentir isso em seu interior como um
abandono. Crescer com raiva de seu pai ou sua mãe por tê-la deixado. Não é uma
decisão. É o que ela sente em seu corpo.
Olhar para o lugar dos pais e encontrar um desses espaços
vazio é demais para os pequenos. A raiva (a face birrenta do amor) surge como
uma alternativa para se lidar com a falta. E também uma forma de permanecer
conectado. Isto é tudo o que o filho deseja.
O tempo
A medida que o tempo passa, é necessário a este filho
conseguir olhar de outra forma para seu pouco tempo com seus pais. É necessário
aceitar o que aconteceu e olhar para o essencial: a vida chegou. O pai e a mãe,
ainda que não mais presentes, passaram o que tinham de melhor.
O filho sentirá a falta, sem dúvida. Viver a partida dos
pais, em nenhum momento, é algo fácil. A cada atendimento percebemos como os
pais são importantes na vida dos filhos, não importa como eles sejam. São
importantes simplesmente por serem pais. O simples fato do vínculo que se forma
entre um homem e uma mulher e o fruto do seu relacionamento já transforma estes
dois no lugar mais seguro para o filho. E os filhos sabem disso intimamente, e
por isso o momento da despedida é tão difícil.
Um novo lugar
O processo da perda pede que seja possível trazer os pais
para um novo lugar. Se sentimos falta da presença física, da conversa, do afeto
e do amor, talvez podemos trazê-los para perto de nós, em nosso coração. Fazemos
isso ao buscar meios de cultivar a gratidão ao que eles nos passaram. Em um
sentido mais profundo, reconhecemos que, embora não tenhamos tido a presença,
sempre seremos parte de um vínculo muito forte e insubstituível.
Na trinca meu pai, minha mãe e eu, há sempre um lugar onde
nós três podemos nos encontrar.
Isso porque cada um conserva em si seu pai e sua mãe. O que o compõe veio deles, que nos passaram muitas coisas. Ainda que isso não supra a falta física, um coração preenchido de pais torna a ausência deles muito mais leve. A saudade não dói tanto, o olhar se direciona para frente e a vida segue seu caminho.
Genésio Lopes: Facilitador em constelação institucional, 59 anos, filho de imigrantes portugueses, autodidata, desenvolve atividades profissionais desde 1976 nas áreas da indústria, comércio e serviços, empresário (fundador e proprietário da Belfogões), Diretor do Incoi instituto de constelação integral, membro da Sociedade em Defesa Do Litoral Brasileiro, consultor do Lab Evoluir em sistemas de Meta modelos administrativos, apresentador do programa de TV Visão Sistêmica, fotógrafo, consultor metafísico para instituições, terapeuta alternativo em Reiki, consultor em Feng Shui, palestrante espiritualista, estudioso das filosofias orientais, estudioso em sistemas de alimentação, alem de consultor e incentivador na criação de várias instituições, é ativista sócio-ambiental, comunicador na rádio Mundial – programa Tal Pai Tal Filha e voluntário em Arautos do espiritismo;
Colaboração: Jéssica Mayara (@jessica.mjornalista): jornalista, atua com produção de conteúdo para redes sociais e blogs, e assessoria de comunicação!