Formas de desrespeito no relacionamento!

O desrespeito raramente chega com gritos ou gestos explosivos. Ele costuma se infiltrar de forma silenciosa, em comportamentos cotidianos que minam nossa autoestima, desvalorizam nossas emoções e atravessam nossos limites sem alarde.

Identificar essas situações é essencial para estabelecer relações mais conscientes, equilibradas e respeitosas — sejam elas afetivas, familiares, profissionais ou de amizade. A seguir, trago seis formas de desrespeito muito comuns e, para cada uma delas, caminhos para retomar sua dignidade e se posicionar com firmeza.

1 – Interrupções constantes enquanto você fala

Ser interrompido com frequência é sinal de que sua fala não está sendo considerada importante. Esse gesto revela mais sobre o outro do que sobre você: é uma tentativa de impor poder ou desinteresse em escutar.

Como agir:
Reduza o tom de voz, mantenha a calma e diga:
“Vou concluir meu ponto de vista, e depois quero muito ouvir o seu.”
Essa atitude mostra presença, autoconfiança e impõe respeito com elegância.

2 – Quando seus sentimentos são invalidados

Frases como “Você está exagerando” ou “Pare de ser tão sensível” deslegitimam o que você sente. E quando sentimentos são ignorados, o diálogo se torna impossível.

Reflita:
“Por que estou permitindo esse tipo de tratamento? Que parte de mim ainda acredita que isso é aceitável?”
O modo como você se trata dita o padrão do que aceita dos outros.

3 – Atrasos frequentes e sem consideração

Atrasar-se uma vez pode acontecer. Mas o hábito de não cumprir horários — especialmente sem avisar ou se desculpar — revela falta de consideração com o seu tempo.

Como se posicionar:
“Percebi que atrasos têm sido frequentes entre nós. Valorizo nosso tempo e espero que isso seja recíproco. Se voltar a acontecer, vou precisar cancelar nossos encontros.”
Ser claro e direto é um ato de respeito consigo mesmo.

4 – Quando sua opinião é ignorada

Ser ignorado em uma conversa é uma forma de silenciamento. Pode acontecer por insegurança alheia ou por arrogância — ambas desrespeitosas.

Como reagir:
“O que você disse é uma verdade absoluta ou está aberto(a) a outras visões?”
Essa simples pergunta resgata o espaço do diálogo e afirma a legitimidade da sua perspectiva.

5 – Comentários que diminuem você

Ninguém tem o direito de ridicularizar, rebaixar ou zombar da sua história, aparência ou trajetória. Isso não é humor — é desrespeito disfarçado.

Atenção:
Se for alguém próximo, questione o lugar dessa pessoa na sua vida. Se for alguém em posição de poder, como um gestor, trate como o que é: abuso emocional ou moral, que merece ser reportado e enfrentado.

6 – “Elogios” que escondem críticas

Frases como “Você está ótimo, mas deveria fazer algo com esse cabelo” ou “Você só chegou até aqui por sorte, né?” são ataques disfarçados de opinião. Geralmente, têm origem na inveja ou insegurança do outro.

O que fazer:
Se quiser cortar o impacto, responda com leveza:
“Certos comentários nem merecem resposta, não é?”
Ou apenas sorria e se afaste. O importante é não absorver aquilo que não te pertence.

O respeito começa por você. Você merece ser ouvido(a), respeitado(a), valorizado(a). E isso começa com o modo como você se posiciona no mundo.

Dizer “não”, impor limites e se afastar de quem não te reconhece não é egoísmo — é maturidade emocional.

Você ensina o outro como deseja ser tratado a partir do momento em que decide como vai se tratar. Não aceite menos do que aquilo que você ofereceria a quem respeita.

Escolha o respeito. Começando pelo próprio.

Grande abraço!

Margareth Signorelli


Especialista em Relacionamentos pelo Método Gottman. Pós-graduada em Sexualidade pelo PROSEX- Faculdade de Medicina da USP. Gold Standard e Optimal EFT terapeuta. Autora do livro “Os 4 Pilares para uma vida feliz e saudável com EFT”. Criadora e Idealizadora de cursos de Autoaplicação da Técnica EFT, de Relacionamentos e de Formação de Terapeutas na Técnica EFT.

Como evitar a perda de controle nas discussões

Quando falo sobre conflito, procuro orientar pessoas, sugerindo ferramentas para que o casal possa administrá-lo da melhor forma, evitando o desequilíbrio emocional. Esta instabilidade das emoções, provocada pelo momento das divergências de ideias, normalmente leva ao arrependimento por ter falado o que não queria ou deixado de expressar sua real opinião.

O que fazer para evitar que isto aconteça?

Começo com algumas sugestões:

  • Evitar discutir quando estiverem alterados.
  • Entender e focar especificamente no problema.
  • Encontrar um momento bom, para os dois, e poderem conversar sobre o assunto.
  • Ter uma comunicação saudável.

Muito provavelmente, com as sugestões acima, a perda do controle não ocorrera, mas, para ampliar esta possibilidade, sugiro que em uma conversa tranquila, quando nenhum assunto estiver sendo discutido, pergunte:

  • Quando estamos brigando e você fica muito bravo (a), como você gostaria que eu agisse?

Uma pergunta simples, direta, sem cobranças ou acusações e que pode trazer grandes mudanças no seu relacionamento. Você se surpreenderá com as respostas. Seguem algumas:

  • Exponha seu ponto de vista e me deixe só. Eu te procuro quando minhas ideias estiverem mais claras. Preciso sempre de um tempo para refletir.
  • Não me coloque rótulos, dizendo que sou isto ou aquilo. Isto me irrita muito e perco minha paciência.
  • Não me interrompa, por favor, me ouça, deixe eu me expressar e depois exponha a sua opinião.

Esta abordagem também lhe dá a oportunidade de apresentar o que você gostaria que mudasse quando estão em um conflito.

Você pode dizer que estipular regras quando os dois estão alterados não funcionará. Não concordo, porque não são regras, mas sim um interesse mútuo em procurar conhecer melhor o outro, saber o que funciona e não funciona para cada um individualmente. Isto demonstra respeito e o desejo de ter um melhor relacionamento.

A perda de controle, na maioria das vezes, é desencadeada por uma dinâmica que se repete quando existe algo para ser resolvido e o casal não consegue encontrar um modo de alterá-la. Quando mudanças são necessárias é preciso que um só o faça e os resultados mudarão.

Seja fonte desta mudança e sinta a diferença entre ter uma briga, que pode gerar ressentimentos ou mesmo o efeito Zeigarnik, ou ter um conflito saudável, produtivo e equilibrado.

Grande abraço!

Margareth Signorelli


Especialista em Relacionamentos pelo Método Gottman. Pós-graduada em Sexualidade pelo PROSEX- Faculdade de Medicina da USP. Gold Standard e Optimal EFT terapeuta. Autora do livro “Os 4 Pilares para uma vida feliz e saudável com EFT”. Criadora e Idealizadora de cursos de Autoaplicação da Técnica EFT, de Relacionamentos e de Formação de Terapeutas na Técnica EFT.

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