Novas famílias

Minha mãe é dona de casa. Desde que se casou ela se dedicou ao marido e aos filhos. Naquela época, a mulher era criada para casar e “procriar”. Ela cuidou muito bem de nós. Foi realmente um privilégio ter uma mãe ao nosso lado, que nos ajudava a fazer a lição, nos levava para a escola, fazia o almoço e o jantar e cuidava de tudo o que precisávamos.

Hoje o conceito de família já é outro. Aconteceu uma verdadeira revolução nos moldes familiares que estávamos habituados a conhecer.

A mulher despontou no mercado de trabalho e além de assumir os filhos, passou, em muitos casos, a ser arrimo de família. O homem não é mais o único provedor do lar. Ambos dividem as tarefas e as despesas de casa. Muitos deles, optaram por cuidar da casa e dos filhos, enquanto a mulher sai para trabalhar. E aceitam bem esse papel sem perder sua masculinidade.

Esse modelo já existe há algum tempo e a sociedade passou a aceitá-lo sem nenhum preconceito. Bem diferente do que acontecia antigamente.

As famílias, agora, são unilaterais. O aumento dos divórcios fez com que isso acontecesse com maior frequência. Pais separados cuidam bem de seus filhos. Estes por sua vez, convivem com amigos em iguais condições. Crescem sem traumas. Aceitam essa relação – ainda que não seja das melhores – e não apresentam problemas no futuro. Claro, desde que os pais, cada um do seu lado, saibam exercer bem o seu papel.

Você já se deu conta disso? Sim, essa é a nova realidade. E quem disse que não dá pra ser feliz assim?

Não há vitórias…

Sem provação! Essa foi a frase que eu ouvi da minha funcionária nesses últimos dias. Ela tem acompanhado a minha luta. Viu todo o sofrimento pelo qual eu passei recentemente.

A Sueli me conhece há alguns anos. Quando ela chegou em casa me viu casada e, digamos, feliz. 

Eu me casei aos 31. Aos 32, nasceu a minha primeira filha, a Rafaela, hoje com 7 anos. Antes mesmo dela completar um ano, eu estava grávida da Giovanna, hoje com 6. Meu marido e eu, naquela época, tínhamos uma vida normal, própria das pessoas casadas e que vivem bem. Sim, nós éramos felizes. Até que um dia o nosso castelo começou a ruir.

Aquele sonho do casamento feliz, começou as poucos a se perder no tempo. As brigas tornaram-se cada vez mais freqüentes, até que o casamento chegou ao fim.

Nao foi uma decisão fácil de se tomar. Com o fim da relação, veio a dor. Mais profunda do que eu podia imaginar. O sentimento de fracasso é muito grande. 

Passei um tempo chorando por tudo. Eu sempre digo que separação é um luto. A gente acha que nunca vai passar. Mas nada como o tempo pra nos ajudar nesse empreitada. 

Sofrer faz parte da vida, infelizmente. E a gente aprende que as pessoas são livres e não pertencem a ninguém. Aprende que o amor não aprisiona, que não se enobrece, que não é egoísta e que não tem limites. Aprende que amar exige esforço e dedicação diária e que a felicidade é feita de momentos e de pequenos gestos. Aprende que sexo faz parte mas não é tudo na vida. Ele é o complemento do amor. Aprende que os filhos têm muitos mais para nos ensinar do que nós para eles.

Hoje, posso dizer, que com tudo que passei me sinto mais preparada para a vida, mais forte. Melhor como mãe e como mulher. Aprendi com meus erros e com as provações que a vida me impôs.

Entendo melhor o sentido da frase de que quando Deus fecha uma porta, certamente ele nos abrirá outras. E que quando ele tira algo de você, não o está punindo, mas sim te dando a chance de encontrar algo melhor.

Se a sua porta estiver fechada, pegue as chaves para abrir as tantas outras que aparecerão na sua vida. É preciso se dar uma nova chance! Boa sorte!

Quando o homem da sua vida já tem filhos

No auge dos meus vinte e poucos anos, eu me envolvi com um homem recém-separado. Ele tinha dois filhos. Foi uma paixão “desenfreada” como diria meu pai. Coisas próprias da idade.

Naquela época, a situação causou certo mal estar. Eu, solteira, sem filhos, namorando um homem mais velho, experiente, separado e com filhos. Confesso que para mim também não era a relação ideal, mas estava vivendo o momento. Depois de alguns meses terminamos e nunca mais nos encontramos.

Hoje, depois de passados vinte anos, divorciada e com duas filhas, esse tipo de relação já se torna mais comum. Aos quarenta,  é difícil encontrar alguém que não tenha história. Os homens dessa idade, com exceção dos casados, já tiveram filhos, outros não, mas todos eles têm um passado “amoroso”.

As mulheres divorciadas que procuram um relacionamento terão grandes chances de encontrar homens na mesma situa ção que elas: separados e com filhos. Nessa idade, isso não será  mais um problema. Pode até ser uma boa solução, contanto que ambos saibam lidar com a situação.

Minha amiga Roberta Palermo é terapeuta familiar. Sua experiência como madrasta, a fez escrever alguns livros sobre o assunto, os quais eu recomendo. Ela ensina através dos seus livros como lidar e mostra que é sim possível conviver em harmonia Madrasta – quando o homem da sua vida já tem filhos e vice-versa.

É claro que é preciso fazer alguns ajustes para que esse mecanismo funcione bem. Saber entender as limitações que todos têm de vez em quando, ajustar o tempo para que o casal possa namorar e ao mesmo tempo desfrutar de bons momentos com os filhos.

Não é nenhum bicho de sete cabeças. Essa relação pode ser muito saudável. Com muita conversa e um pouco de boa vontade, todos podem ser felizes e viver em paz. Basta querer!

Foto:http://carolinachiquechique.blogspot.com.br/2011/03/alguns-ensaios-fotograficos-do-momento.html

O outro lado da moeda

Não é fácil para o homem seguir adiante depois da separação. Queira ou não, no casamento a gente acaba assumindo o marido um pouco como “filho”. 

A gente se preocupa com a roupa que ele vai usar, se os sapatos estão em ordem, com a mala de viagem. No mercado, sempre compramos a cerveja da marca que ele gosta de tomar. Quando ele chega a casa após o trabalho, nos preocupamos em servir o jantar. As crianças em primeiro lugar, mas o “mimo” para os maridos existe sim.

Não, não se trata de submissão. É uma questão de gentileza inerente a nós mulheres. E nós aceitamos esse papel sem nenhum problema. No fundo, até gostamos de cuidar quando amamos de verdade.

O duro é quando tudo se acaba. Cada qual para o seu lado. A mulher, por mais difícil que seja, já está mais acostumada a cuidar dos filhos, da casa, de administrar a empregada, de prover o lar com o que esta faltando. Duro mesmo é trocar a lâmpada da sala, consertar o vazamento, instalar o videogame, mas nada que a gente não aprenda a fazer. No fim, a gente ainda fica com o melhor do que restou da relação: os filhos, na maioria das vezes, ficam com a mãe.

Para o homem, encontrar-se novamente sozinho é bem mais difícil. Ele já havia se acostumado com a vida que tinha. O conforto de chegar a casa, tirar os sapatos no meio da sala e ter quem os coloque no lugar, abraçar e beijar os filhos, ajudar a fazer a lição, brincar de pega-pega, jogar uma conversa fora, assistir TV abraçadinho… Essas coisas fazem falta!

Na hora de dormir, compartilhar uma história e dar um beijo de boa noite. Ao acordar, depois do café, dar uma olhada para ver se os filhos ainda dormem e assim por diante.

Na verdade para ambos os lados é difícil assumir a separação. O importante é ter sabedoria para saber lidar com as dificuldades, ter força para superar os problemas e a certeza de que a vida tem que continuar da melhor forma possível. 

É importante encarar essa nova fase com muita coragem. Ter equilíbrio para educar os filhos sem medos e sem culpas pela separação, principalmente, sem compensações. Eles não serão os primeiros e nem os últimos a terem pais que moram em casas separadas. 

Bom… e quando encontrar um novo amor… é preciso saber conciliar os filhos com a nova relação. Pessoas adultas sabem que na relação entre pais e filhos não há concorrência. Quem tenta usar dessa artimanha, perde feio!

Com um pouco de habilidade e até mesmo “elegância” é possível resolver essa situação. Afinal, você também deve recomeçar. Administre bem o seu tempo – e o seu novo amor – para poder ser feliz por inteiro. Você merece!

Essa relação não é tão complicada assim, basta ter um pouco de disposição e boa vontade. Vamos lá, você consegue!

Mágoas do passado

Tem gente que convive anos a fio com elas. Ficam amargurando palavras e sentimentos do passado por muito tempo. Não conseguem esquecer e nem perdoar pequenos deslizes. Sofrem por coisas pequenas e irrisórias. Com isso, vivem no passado e não progridem no futuro. Andam para trás ao invés de caminhar pra frente.

Dia desses recebi uma reclamação de uma “amiga” através de uma mensagem. Ela se lembrou de um fato que aconteceu há muitos anos. Ela é mais velha do que eu, o que se pressupõe um pouco mais de maturidade e equilíbrio. Na comemoração de 15 anos da filha não pude comparecer.

Eu era casada, minhas filhas pequenas e deixei de ir a muitos compromissos porque a tarefa de ser mãe sempre esteve em primeiro lugar. Quem é mãe sabe do que eu estou falando: a empregada que falta, a criança que fica doente e assim por diante. A amiga ficou extremamente ofendida com isso. Anos se passaram e assim, sem mais nem menos, ela trouxe esse fato à tona como um acontecimento gravíssimo.

Fiquei imaginando o quanto ela deve ter sofrido durante todos esses anos – já que se passaram uns 7 mais ou menos – lembrando-se desse episódio. Sinceramente, me compadeci.

Sinto muito pelas pessoas que não conseguem se livrar das mágoas do passado e ficam remoendo fatos durante muito tempo. Sofrem com isso. Minam-se interiormente. Entram em profunda depressão. Adoecem. Será que vale a pena?

Esquecer não e nada fácil, perdoar, menos ainda. Esse é um exercício diário, afinal quantas coisas ouvimos por dia que nos aborrecem?

Muitas vezes essas pessoas que alimentam diariamente esses sentimentos perdem a oportunidade de serem felizes.

Só você pode fazer a sua escolha, mais ninguém. Se não estiver disposto a mudar, não haverá nem terapia nem ao menos religião que possa fazer algum milagre por você.

E aí, qual será a sua opção?

Bendito celular!

Tem certas coisas que não imaginamos ficar sem. Eu vivo me perguntando como é que vivíamos antes sem algumas dessas tecnologias que temos nos dias de hoje.
O celular é uma delas. Quando éramos crianças não existia nada dessas coisas. Minha mãe nos deixava no shopping para patinar no gelo e marcava um ponto de encontro e um horário para nos buscar. E aí de nós se não estivéssemos lá na hora marcada! Esse era um dos programas preferidos da turma de quarenta aqui de São Paulo: patinar no gelo no Shopping Morumbi.
Hoje em dia as coisas estão bem mais fáceis. Minha filha de 7 anos já tem celular. E nós não conseguimos nos desconectar um minuto desse brinquedinho. Se um dia esquecemos o telefone em casa, parece que estamos despidos. Eu volto correndo para buscar. Minha vida está nesse pequeno aparelhinho que faz tudo para mim. Meus contatos, endereços, meus e-mails, fotos, mídias sociais, internet…o mundo anda comigo nas minhas mãos.
Mas concorda que há momentos que ficamos mal educados com o celular? Já reparou que hoje em dia nos restaurantes as pessoas fazem as refeições com o seu melhor amigo ao lado seu lado: o celular. Os amigos param de conversar para ler um MSN que receberam ou para tuitar alguma coisa na rede ou ainda para postar uma foto.
Concordo que às vezes é irresistível, mas é preciso resgatar um pouco do que andamos esquecendo por aí. Quantas vezes estamos conectados e esquecemos de ver detalhes importantes que estão ao nosso redor? Quantas vezes deixamos de fazer uma atividade qualquer para ficar plugado na rede?
Esse vídeo que apresento agora a vocês fez parte da palestra que ministrei com a Lilian Riskalla e nos faz pensar bastante sobre isso. Olha só que “puxão de orelhas”! Fantástica propaganda: DESCONECTAR PARA CONECTAR! Não preciso falar mais nada, não é?

Educação é tudo nessa vida

Não estou falando da obrigação que temos de dizer bom dia, boa tarde, por favor, e obrigado! Isso todo mundo aprende a fazer. Falo da educação, aquela que forma as pessoas de bem, pessoas melhores e que fazem a diferença.
Estive com amigos que há 25 anos não encontrava. Agora, aos quarenta – e todos tem a mesma idade – as diferenças de antes ficaram todas para trás. Encontrei pessoas de bem, pessoas honestas, inteligentes, bem sucedidas e que acima de tudo cultivam os valores que tanto a família como a escola lhes ensinou, principalmente no que diz respeito a amizade e a fraternidade.
A passagem de todos aqueles anos não nos fez esquecer os momentos que vivemos juntos e o amor verdadeiro que cultivamos um pelo outro enquanto convivemos juntos.
Tenho certeza que todos no fundo estavam pensando porque passamos tantos anos longe uns dos outros. Mas a vida toma rumos diferentes e esse foi o momento certo do nosso reencontro.
Como e bom estar entre pessoas que tiveram a mesma educação que você e que tem os mesmos valores que você cultiva e acredita.
Como e bom estar entre “gente como a gente”!
Despidos de todo e qualquer preconceito, voltamos a ser adolescentes, brincamos, demos risadas, lembramos-nos dos acontecimentos do passado, nos abraçamos e nos beijamos com amor verdadeiro, aquele que aprendemos a cultivar lá trás e que permaneceu até os dias de hoje. Aquele mesmo, que Jesus nos ensinou.
Obrigada amigos queridos, por mais um dia feliz e cheio de emoção! Aguardo ansiosa pelo nosso próximo encontro!

Brigas em família

Vai me dizer que na sua não tem? Nos almoços de domingo geralmente tudo acontece. O motivo? Geralmente por causa de um brinquedo jogado na sala, uma criança que passou correndo pelo corredor, uma palavra a mais, uma palavra a menos. TPM nas mulheres, cervejinha para os homens.

E de repente, assim, sem mais nem menos, aquela confraternização vira um terremoto. A casa treme. Um grita daqui, o outro dali. As crianças se escondem em qualquer lugar. Umas choram, outras entram na discussão.

No final, aquilo que era para acabar bem, acaba muito mal. Todos se vão, tristes e magoados. Ao chegar a casa, pensam sobre o que fizeram e principalmente sobre o que falaram e escutaram. Todos saem feridos e machucados e refletem sobre como tudo poderia ter sido diferente. Arrependem-se do que falaram e lamentam a proporção que a briga tomou.

Eu já disse aqui no blog que “A família é o berço de tudo”. E se acreditamos mesmo nisso, sabemos que “lá em casa” também é lugar de lavar roupa suja. Faz parte. Ainda mais com a vida que levamos, com todos os problemas e com todos “os sapos que engolimos” todos os dias.

Minha mãe diz que muitas vezes o filho agride a mãe porque sabe que sempre haverá perdão. E nós mães, sabemos bem disso. Esse nosso amor universal e incondicional pelos filhos não nos permite guardar mágoas. Ainda que as palavras sejam duras, lá no fundo, conseguimos esquecer e perdoar.

Às vezes é preciso sim colocar os pingos nos “is”. Dar o braço a torcer, ainda que você tenha razão, também faz parte. O melhor é deixar as palavras se perderem no tempo e permitir que o amor fale mais alto.

É isso aí. Domingão tem mais um almoço lá em casa!

Pra se divertir um pouco, aí vai uma música clássica do Titãs…quem não se lembra?

Impondo limites

Eu já disse a vocês que não sou nenhuma expert na arte da educação. Como mãe, cometo erros e muitas vezes, falho. Mas sempre na tentativa de agir corretamente e acertar na formação das minhas filhas.

Essa nova realidade em que as mães trabalham e participam da gestão do lar ou ainda das mulheres mais independentes que por alguma razão fazem o papel duplo de pai e mãe tem gerado alguns conflitos na educação dos filhos.

Tenho visto por aí muitas coisas erradas. Mães que se sentem culpadas porque trabalham a maior parte do tempo, tentam suprir os seus filhos cedendo a todas as suas vontades. São subservientes e carentes de amor.

Mães que superprotegem os seus filhos e tomam a frente em tudo. Os filhos, por sua vez, tornam-se reis e rainhas de seus lares porque sabem a quem recorrer em qualquer situação. Mandam e desmandam ao seu bel prazer: fazem birras, agridem com palavras e até mesmo fisicamente. Tenho visto crianças mimadas, donas de si, totalmente sem limites!

E vejo mães sem saber como agir quando o filho tem um ataque de nervos em público ou até mesmo dentro de casa. Esses pequenos seres sabem bem como fazer isso e, esperam sim, uma resposta de seus genitores. E nós, pais e mães, temos a obrigação de impor esses limites aos nossos filhos, ainda que isso nos doa na alma.

As frustrações fazem parte da vida. Cada um tem que saber lidar com os seus próprios conflitos. Se as crianças não aprendem a superar os seus problemas, não amadurecem.

Falar “não” é difícil, mas necessário. Impor limites faz com que o seu filho cresça mais confiante. E depois de alguns anos, a gente entende bem melhor os “nãos”  que recebemos na vida!

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