O amor depois dos 40: calmo, profundo e cheio de verdade!

Depois dos 40, o amor não vem mais com pressa — ele vem com calma. Chega devagar, senta ao lado no sofá, segura sua mão com firmeza e te escuta com o coração. É um amor que não precisa provar nada a ninguém. Não precisa de filtros, nem de promessas mirabolantes. Ele só precisa existir.

É nessa fase que aprendemos que o melhor encontro é aquele em que você pode rir até chorar, dividir silêncios sem desconforto e, acima de tudo, ser exatamente quem é — sem medo, sem jogo, sem esforço.

É o amor que admira suas cicatrizes, respeita seus limites, e te acha ainda mais bonita quando você está de moletom no fim do dia.

Neste Dia dos Namorados, que tal celebrar esse amor que vem com maturidade? Seja com alguém, seja com você mesma. Porque o melhor dos romances começa quando a gente entende que merece o melhor — com menos urgência e mais verdade.

Quem cuida de quem no relacionamento?

Há uma história atribuída ao Buda sobre dois acrobatas — um mestre e sua assistente. O mestre subiu no topo de uma vara de bambu e disse para sua assistente que subisse também e ficasse de pé sobre os ombros dele.

“Vamos exibir nossa habilidade para a plateia, e eles vão nos dar muito dinheiro. Você cuida de mim e eu cuidarei de você e assim estaremos seguros”. A assistente avaliou a situação e balançou a cabeça. “Não mestre”, disse ela. “Você vai cuidar de si mesmo e eu vou cuidar de mim, e então vamos exibir nossa habilidade. Desse jeito nós vamos ganhar algum dinheiro e ficar seguros”

A forma com que o casal encara suas responsabilidades pela harmonia e sucesso do relacionamento é a mesma do acrobata e sua assistente. “Você vai fazer o que for preciso fazer e eu vou fazer o que eu preciso fazer”.

Citarei duas formas erradas que casais costumam administrar uma relação, achando ser correta.

  • Colocar o propósito de vida do outro em primeiro lugar e achar que isto é um sinal de amor.

Romantizamos a ideia de fazer sacrifícios e nos dedicarmos totalmente a outra pessoa, deixando suas necessidades e propósito em segundo lugar. Principalmente renunciar ao seu propósito. Já vi muitas relações falirem por este motivo. A pessoa abdica dos seus objetivos e anos depois se ressente profundamente e se sente enganada pelo outro. Acusam seus parceiros de não terem ajudado a priorizar seu propósito.

Seu propósito deve vir em primeiro lugar para você e o propósito do seu parceiro deve vir em primeiro lugar para ele. Desta forma ambos podem apoiar os objetivos um do outro, priorizando o que, no momento, é mais importante para o relacionamento como um todo.

Obviamente podemos privilegiar o propósito do outro, mas com a garantia de que o nosso um dia também chegará. Como exemplo pode ser, um renunciar a sua pós-graduação em um certo momento, para que possam direcionar o investimento para comprar um imóvel juntos.

  • A outra forma errada é manter uma relação de codependência, acreditando ser o modo correto para se relacionar.

Vejo muitos casais que a relação é de codependência, em que não existe individualidade, mas sim uma dependência emocional e afetiva pelo outro.

“Os casais precisam manter a identidade individual dentro do relacionamento, em vez de deixar que a relação a defina.”

Como diz a terapeuta familiar e matrimonial Kathleen Dahlen de Vos, os casais mais felizes são aqueles que conseguem superar a obsessão inicial um pelo outro e priorizar os próprios objetivos e empreitadas. “Quando os casais dependem apenas um do outro para satisfazer todas as necessidades sociais e de intimidade emocional, essa “fusão” pode sufocar o desenvolvimento pessoal saudável e fazê-los recair na codependência”.

Viver seu propósito ajuda a viver uma vida apaixonada, inspirada e motivada, uma vida que quer compartilhar com alguém. Por outro lado, também ter o prazer de conviver com alguém que se sente realizado.

Priorize-se e deixe que o outro faça o mesmo. Só assim vocês terão uma relação de interdependência. Maior felicidade sua e a de quem você ama.

Grande abraço,

Margareth Signorelli


Especialista em Relacionamentos pelo Método Gottman. Pós-graduada em Sexualidade pelo PROSEX- Faculdade de Medicina da USP. Gold Standard e Optimal EFT terapeuta. Autora do livro “Os 4 Pilares para uma vida feliz e saudável com EFT”. Criadora e Idealizadora de cursos de Autoaplicação da Técnica EFT, de Relacionamentos e de Formação de Terapeutas na Técnica EFT.

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