Alimentação nos ciclos de vida

Por Roseli Rossi  

Alimentos funcionais são aqueles que, além de fornecer nutrientes, possuem em sua composição substâncias bioativas com ações benéficas específicas à saúde. Porém, para se aproveitar seus benefícios, esses alimentos devem ser consumidos diariamente, como parte de uma alimentação equilibrada. Conheça os principais nutrientes para cada ciclo de vida.

Gestação:

Muitos nutrientes são essenciais nessa fase, mas o maior destaque é para o ácido fólico, uma vitamina que auxilia na formação do tubo neural, no desenvolvimento do embrião. Os alimentos funcionais fontes são os vegetais de folhas escuras como espinafre, couve, rúcula, agrião, brócolis, escarola, as frutas cítricas e os grãos integrais. O consumo deve iniciar antes da gestação para garantir um bom estoque à mãe e ao bebê. O DHA (ácido docosahexaenoico) é o principal tipo de ômega-3 e traz benefícios para a saúde ao longo de toda a vida, que vão desde o desenvolvimento das estruturas do cérebro e da retina, a partir da gestação, até a prevenção do declínio cognitivo na fase adulta. Este nutriente pode ser obtido por meio da ingestão de peixes de águas profundas ou até mesmo por meio de suplementos.

Primeira infância:

O melhor alimento funcional para essa fase é o leite materno, que fornece todos os nutrientes que o bebê precisa, por isso, não precisa ser complementado com outros alimentos até o 6º mês de vida. Crianças que são amamentadas têm um colesterol mais controlado na vida adulta, evitando o surgimento de diversas doenças.

Escolares:

Para garantir uma boa absorção e aproveitamento dos nutrientes, é essencial um intestino saudável, portanto, o alimento funcional indicado para essa fase são os pré-bióticos, que estimulam o crescimento de bactérias “boas” no intestino além de auxiliar para o bom funcionamento intestinal. Suas principais fontes alimentares são: chicória, cebola, alho, alho-poró, alcachofra, aspargo, banana, centeio, grão de soja, mel, grão-de-bico, tremoço, tomate e açúcar mascavo.

Adolescência:

É a fase de grande crescimento e pico de formação óssea, assim, há maior necessidade do fornecimento de alimentos ricos em cálcio. Além do leite e derivados, outras fontes de cálcio podem ser incluídas na dieta, como vegetais de folhas escuras, peixes como a sardinha, oleaginosas, gergelim e aveia. A acne, comum na adolescência, pode ser causada por problemas nutricionais, alergias alimentares, disfunções hormonais e problemas intestinais. Um dos principais nutrientes que auxiliam no tratamento é o selênio, encontrado nas oleaginosas como castanha-do-pará, nozes, lentilha e gérmen de trigo.

 

Adulto:

Um problema comum nessa fase, nas mulheres, é o surgimento da tensão pré-menstrual. As isoflavonas, presentes na soja, podem auxiliar no seu tratamento, pois ajudam a reduzir enxaqueca, sensibilidade mamária, cólicas e inchaço. Para os homens, é o momento de cuidar da saúde do coração. O consumo de alimentos de cor roxa ou avermelhada fornecem antocianinas, que protegem o sistema cardiovascular, são eles: uva, jabuticaba, morango, cereja, ameixa, açaí, beterraba e berinjela.

Terceira idade:

O cuidado com o cérebro é fundamental, e diversos fatores nutricionais podem ajudar na saúde cerebral e memória, entre eles, a colina, vitamina presente na lecitina de soja e gema de ovo, que tua no desenvolvimento do cérebro e da boa memória.

Estima-se que cerca de 15% de idosos desenvolvam doença de Alzheimer e problemas de memória. Diversos nutrientes podem auxiliar no funcionamento cerebral e prevenção de doenças como Parkinson e Alzheimer, como a colina, vitamina fundamental para o desenvolvimento cerebral e atuação relacionada à memória. Entre as principais fontes, estão a lecitina de soja (não contém colesterol) e a gema de ovo.

Roseli Rossi  é  colunista do Mulheres de Quarenta. Nutricionista formada pelas Faculdades Integradas São Camilo (CRN 2084 /1983), com título de Especialista em Nutrição Clínica concedido pela ASBRAN – Associação Brasileira de Nutrição. Pós Graduada nos cursos de especialização de Planejamento, Organização e Administração de Serviços de Alimentação; Fitoterapia Aplicada à Nutrição Funcional e Nutrição Ortomolecular com Extensão em Nutrigenômica. É Diretora da Clínica Equilíbrio Nutricional e autora dos Livros: “Saúde & Sabor com Equilíbrio” – Receitas Infantis, “Saúde & Sabor com Equilíbrio” – Receitas Diet e Light Volumes I e II, Colaboradora do livro Nutrição Esportiva – Aspectos relacionados à suplementação nutricional e autora do Livro “As Melhores Receitas Light da Clínica Personal Diet”

Como emagrecer com saúde na menopausa?

 

Inevitavelmente, vamos ter que passar pela menopausa. Muitas já estão nesse período, outras ainda irão passar por ele. Adorei as dicas do endocrinologista Dr. Paulo Mário F. de Oliveira que nos orienta sobre como temos que nos preparar para passar bem por essa fase. Confiram!

“Como emagrecer com saúde na menopausa?

Com a chegada da tão temida fase da menopausa, é comum a mulher ter um ganho de peso. O desequilíbrio hormonal afeta diretamente o metabolismo e por isso muitas se sentem desmotivadas, diminuindo a atividade física e não controlando a alimentação. Porém, é possível emagrecer com saúde (ou manter o peso magro) mesmo com a mudança dos hormônios. Confira as dicas do endocrinologista Dr. Paulo Mário F. de Oliveira:

Por que a mulher tende a engordar após a menopausa?

* Nesta fase da vida, o enorme desequilíbrio hormonal que a mulher sofre afeta sua silhueta física, seu metabolismo, sua psique e acaba comprometendo suas relações sócio afetivas. Não era de estranhar que tudo isto se refletisse no peso. A grande maioria se sente desmotivada, infeliz, tende a parar de administrar balança, sua alimentação e diminui a atividade física. A falta do estrogênio por si só, diretamente, não causa aumento de peso.

Peso e alimentação indicada

* Deve-se ter bastante preocupação com a manutenção de um peso adequado dentro de uma dieta saudável, pois o excesso de peso acentua o desconforto físico causado pelas ondas de calor conhecidas como fogachos, característicos da menopausa.

* Os carboidratos complexos e ingeridos com fibras encontrados nas frutas em natura e nos grãos integrais são muito bem vindos. Ajudam na manutenção do peso e previnem doenças como diabetes e aterosclerose.

* Em sua composição, a soja contém substâncias denominadas de isoflavonas que têm uma estrutura molecular semelhante aos estrogênios. Assim, estas substâncias quando ingeridas, na forma de óleos comestíveis, shoyu, ou mesmo concentrado em cápsulas manipuladas farmacologicamente, podem diminuir os sintomas desagradáveis da menopausa. Em relação ao shoyu, como tem um teor de sal elevado, é recomendável usar a versão light. Além disso, a falta de estrogênio tende a modificar o perfil de gordura da circulação, diminuindo o colesterol bom e, em menor proporção, aumentando o ruim. Assim, alimentos ricos em Ômega 3, como peixes tipo salmão e sardinha que podem facilmente ser incorporados a nossa dieta, são recomendáveis.

* O azeite extra virgem sem menor dúvida é a melhor gordura vegetal que pode ser utilizada no preparo e no tempero de alimentos.

Deve-se evitar

* Alimentos ricos em gordura animal, carnes de vísceras e órgãos, embutidos, alimentos processados e o excesso de sal devem ser evitados pelo aumento do risco cardiovascular.

Inchaço

* A sensação de inchaço que a maioria das mulheres se queixam nesta fase da vida dizem respeito principalmente as modificações apresentadas na distribuição da gordura corporal. A gordura abdominal se acentua trazendo uma sensação muito desconfortável e esteticamente desagradável.

* Mais do que diuréticos, é imprescindível manter um peso adequado para a altura. Os chás reconhecidamente diuréticos são o verde, de hibisco e de gengibre com canela.

Exercício físico

* São sempre indicados, mas aquelas que não tinham hábito de praticar, seria mais do que conveniente que tivessem uma orientação profissional.

* O exercício que vem para trazer enormes benefícios mas pode, quando mal orientado, ocasionar lesões e comprometer temporária ou definitivamente o desempenho físico.

* É fundamental alternar atividades aeróbicas com musculação. Essas modalidades trazem benefícios diversos mas que se complementam.

* A atividade física deve ser praticada pelo menos 3 vezes por semana. Entretanto, o ideal são cinco vezes na semana sempre dentro do condicionamento individual a ser bem estimado por profissional habilitado.

Exercícios ao ar livre

* Dentro das aptidões físicas e gostos indivíduas, qualquer atividade física é saudável. Dependendo do objetivo, aquelas com mais gasto energético estão indicadas para quem precisa perder peso. Natação e bicicleta tem menos impacto físico. Corrida e esportes como futebol, vôlei, tênis, etc, tem uma exigência músculo esquelética mais intensa e estão sujeitas a um maior risco de lesão. O trabalho muscular mais intenso também pode ser alcançado ao ar livre em estações de ginástica espalhadas por toda orla marinha do Rio e em praças públicas.

Exercícios que podem ser praticados em casa

* Pode-se adaptar a residência bicicleta ergométrica e esteira para atividades aeróbicas. Assim também, em casa com facilidade pode-se realizar diversos tipos de ginástica e musculação, com ou sem ajuda de pequenos pesos que auxiliariam na obtenção de resultados.”

Paulo Mário F. de Oliveira é endocrinologista, Doutor pela UFRJ, com Mestrado e Pós-graduação pela PUC-RJ, Professor Adjunto Faculdade de Ciências Médicas / UERJ e especialista em Menopausa (CRM 52-34725/6).

 

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