Por Gisela Campiglia
Estudos realizados pela universidade de Harvard concluíram que as pessoas que não têm dinheiro para moradia, vestuário e comida, não conseguem ser felizes, porque suas necessidades básicas não são atendidas. Mas, esse estudo também mostra um resultado no mínimo curioso: as pessoas muito ricas são menos felizes do que as de classe média, porque tendo dinheiro sobrando, algumas delas se tornam consumistas, o que leva à vaidade excessiva e gera inveja. Esse tipo de pessoa começa a confundir quem ela é com o que ela tem, com isso passa a acreditar que ela é o carro que possui, as joias que usa, a roupa que veste, etc. Há um afastamento do valor próprio, e em busca da felicidade passam a comprar cada vez mais. Porém, essa busca é ilusória, porque o prazer de adquirir um bem material é temporário. Quando compramos uma roupa nova sentimos um prazer momentâneo, mas com o tempo ele passa, e a vestimenta acaba ficando jogada no armário. No objetivo de alimentar essa falsa sensação de felicidade surge um novo desejo de compra, e esse ciclo fugaz continua.
A verdade é que o consumo exagerado revela um vazio interior, um estado de infelicidade. Mas, como muitas pessoas passam a vida no automático, sem fazer grandes reflexões e praticar o autoconhecimento, elas não sabem identificar nem mesmo o que sentem. Muito triste!
Não confunda quem você é com aquilo que você possui!
O consumo exagerado revela um vazio interior, um estado de infelicidade.
Um dos princípios da filosofia budista diz que para alcançarmos o estado de iluminação precisamos nos livrar dos desejos da mente. A plenitude só pode ser atingida quando conseguimos controlar nossos pensamentos, por isso os budistas praticam mantras e meditação. As pessoas que desenvolvem uma mente agitada costumam ser mais confusas, porque têm grande dificuldade de concentração e foco. O resultado, é que elas não conseguem acessar sua fonte interna de sabedoria e conquistar a verdadeira felicidade.
Perceba que suas maiores riquezas são aquelas que não foram compradas com dinheiro. Amor, alegria, tranquilidade e gratidão não tem custo financeiro, são sentimentos que ocorrem de dentro para fora. Felicidade é um estado de consciência, ela é interna e intransferível.
No final do ano nossos desejos consumistas são extremamente estimulados pela propaganda. É Black Friday, Natal, férias, liquidações. Reflita sobre as dívidas que você pode acumular se acabar comprando o que não precisa. O consumo exagerado é muito mais fonte de infelicidade do que de felicidade. Saia do automático, não permita que as necessidades do mercado definam seu comportamento de compra.
Formada em psicologia, física quântica, bioenergia e metafísica. Trabalha com desenvolvimento pessoal, promove palestras, escreve artigos e é colunista do Mulheres de Quarenta.