Liberte-se do seu passado

Uma das minhas amigas e seguidoras do Mulheres de Quarenta se desabafou comigo. Ela é recém-separada e se lamentava sobre a solidão. Os filhos, já crescidos, estavam tomando seu rumo. Ela, que ficou anos casada, está se redescobrindo nesse momento pós-separação.

Durante a nossa conversa eu refletia sobre o que eu mesma já havia passado. Como foi difícil e dolorida a separação.

Quem já passou por isso, sabe muito bem que temos os momentos de euforia e de depressão. Altos e baixos são bastante comuns nessa fase. Mesmo porque o sentimento de perda fica por um bom tempo presente nas nossas vidas. Ainda mais quando se tem filhos, e eles, queiram ou não, são criados para o mundo.

Minha amiga continua na sua antiga casa. Seus móveis relembram o passado que insiste em estar presente. Cada canto da casa tem uma história a ser contada. Nesse momento é preciso de reinventar. Levantar e sacudir a poeira. Deixar para trás aquilo que já passou e acreditar que tudo pode ser diferente.

E um bom começo, embora possa parecer estranho, é promover não só mudanças interiores como também exteriores. Isso não quer dizer que você precisa mudar de casa. Claro que não. Mas mude os móveis de lugar. Compre umas almofadas coloridas. Despeça-se daquilo que já não serve pra nada. Mande embora aquele velho vaso que você nunca gostou. Jogue fora as tralhas, os potes quebrados e tudo aquilo que está em excesso na sua casa.

Abra espaço para o novo. Faça isso também no seu armário. Tire as roupas velhas e aquelas que você comprou por impulso e nunca usou. Faça isso com as suas roupas de cama e banho. Aprenda a viver com menos. Tenha mais qualidade do que quantidade. Arrume a sua caixa de bijuterias. Livre-se do que está quebrado e nem mande mais consertar. Jogue fora as maquiagens quebradas. Deixe apenas aquilo que tem utilidade pra você.

Faça uma arrumação geral na sua casa e livre-se do que for supérfluo. Deixe ir o que tem que ir. Com essas atitudes, o novo terá espaço para chegar até você. E isso, em todos os sentidos, não só material, como principalmente na sua vida pessoal.

Não espere as mudanças acontecerem. Elas dependem exclusivamente de você.

Minha amiga? Ela seguiu o meu conselho…

Vamos lá! Está disposta a começar! Bora se renovar. Eu garanto que vale a pena!

Beijos e até a próxima!

Vanessa Palazzi

Eu me retiro

110111_1737_CoraoGelado12Muito comum nos fins dos relacionamentos, nos darmos conta do que realmente vivíamos. Nem sempre aquela relação era perfeita como você gostaria que fosse.

O fato é que ninguém enxerga. Talvez pela boa vontade de um dos lados de que tudo desse certo. Pelo romantismo e ilusão de se ter uma vida feliz para todo o sempre. Mas já sabemos que a felicidade é um momento. Que ela pode e deve ser conquistada todos os dias e que depende única e exclusivamente de nós mesmos.

Mas dentro da relação nem sempre é fácil enxergar os vícios, as manias insuportáveis e tantas outras coisas que na rotina diária não tem nada a ver com você.

Eu sou e sempre fui uma pessoa alegre, espontânea, rodeada de amigos. A vida social me agrada. Não preciso de muito para ser feliz. Consigo retirar das coisas mais simples uma satisfação incrível. Às vezes o requinte excessivo me desagrada. Cansa-me. Isso não quer dizer que não aprecio as coisas boas da vida. De toda forma, prefiro quando posso aproveitá-las do meu jeito.

Adoro comer um sanduíche no sofá vendo TV. E que se dane se caírem migalhas no chão. Também quero sair da mesa quando me der vontade ou dormir mais cedo porque estou cansada de tanto trabalhar. Ao contrário, posso passar a noite toda jogando conversa fora, rindo de mim mesma ou de alguma graça que minhas filhas tenham feito.

A grande verdade é que quando estamos num relacionamento dificilmente conseguimos enxergar a realidade. Os hábitos fazem com que você se acostume com tudo. E como se quer muito ser feliz, não é tão difícil aceitar. Ambos se conformam, muitas vezes, com a mediocridade em que vivem. Outros vestem-se da sua infelicidade interior e buscam fora outras alternativas para mascarar suas falhas e suas frustrações mas se esquecem, que a qualquer momento, elas voltarão á tona. E aí, pode ser tarde demais.

O fato é que verdadeiramente passamos a enxergar o passado quando nos projetamos para o futuro. E chegamos a conclusão que ele pode, e certamente será, muito mais promissor do que se pode esperar.

Eu confio!

Algumas-vezes-é-preciso-silenciar-sair-de-cena-e-esperar-que-o-tempo-nos-traga-as-respostas.

Depois de você

jealousy

Olá ex, eu estou aqui! Sim, sou eu a atual do seu ex. E é claro que você já notou a minha presença. Não tenho motivos para me esconder.

Já sei da sua história. Compreendo as suas dores. Sei dos seus medos, das suas angústias e das suas aflições. Conheço bem as suas inseguranças. Discordo de algumas atitudes, mas respeito o seu momento. Também não lhe julgarei.

Saiba que não estou aqui para competir, nem com você e nem com ninguém. Nem pretendo substituí-la. Você, assim como eu, tem o seu valor. Apenas não me desmereça. Afinal, você não sabe o caminho que percorri para chegar até aqui.

Seus filhos são seus. Sim, eu sei. Mas eu os quero bem e não tenho como impedir os meus sentimentos. Não tenho a mínima intenção de substituí-la como mãe. Melhor pra você que eu goste deles, certo? E como diz o velho ditado: “quem meu filho beija, minha boca adoça”.

Estou onde devo estar assim como você. Entendo o seu presente e não tenho nada a ver com o seu passado. O que me interessa, apenas, é o meu futuro. E nele, escrevo uma nova história.

Desejo que você encontre um novo amor e que seu coração se encha de esperanças. Que você viva feliz e faça feliz aqueles que estão ao seu lado. Que cuide bem dos seus filhos e lhes encha do amor que eles tanto precisam. Só assim eles crescerão seguros e felizes ainda que, nesse mundo mais do que moderno, tenham que conviver e aceitar os novos modelos de família.

Desejo ainda que você, assim como eu, ame e seja amada. E que por fim, tenha muito boa sorte!

Esses são os meus mais sinceros votos!

Eu tenho, você não tem!

Minha mãe, assídua leitora do Mulheres de Quarenta, pediu que eu não escrevesse tanto sobre separação. Está certo, ela tem um pouco de razão. É que apesar de ter passado por essa situação há pouco tempo, tenho me deparado com várias pessoas da nossa idade que passam pelo mesmo momento.

Eu sei que há casais que vivem bem e felizes no casamento. Esse seria o certo. O casal “Palazzi” é o meu maior exemplo. Meus pais estão juntos há mais de 50 anos. Confesso que foi muito difícil encarar o divórcio tendo eles como meus pais. Enfim…

Hoje sou uma mulher divorciada com duas filhas pequenas. Claro, que assim como todas as mulheres, eu também penso em encontrar alguém para me relacionar. E já sei que não posso exigir um homem solteiro, sem filhos e sem história. Haverá uma bagagem, estou certa disso. Muito diferente de quando somos jovens, livres, solteiras e desimpedidas. Homens com filhos, para mim, não me incomodam hoje como me incomodariam no passado.

Mas para quem nunca viveu a experiência de ser pai ou mãe é mais difícil se relacionar com quem tem filhos. Claro que não é impossível, mas requer um pouco de paciência. Filhos são para o resto da vida e nós pais temos responsabilidade eterna sobre eles. E ainda temos que conviver, bem ou mal, com o (a) nosso (a) ex.

Por outro lado, a parte que não tem filhos precisa saber entender isso muito bem. E tem que estar disposta para essa relação. Conviver com as birras das crianças sem ter o pátrio poder. Ver a namorada brigando com o ex por causa das crianças e não poder se intrometer nessa relação e assim por diante.

Mas com disposição, de ambos os lados, é possível conciliar essa relação, que pode sim, dar muito certo, porque não?

Não há barreiras que o amor verdadeiro não possa superar.

Eu tenho, você não tem! Vai encarar?

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