Está no passado aquele constrangimento causado pelo tabu do sexo, em que mulheres eram mantidas cercadas e aprisionadas. Conversas sobre sexualidade não faziam parte das famílias e meninas, então, não tinham nenhum espaço para fazerem brincadeiras ou se manifestarem sobre o assunto. Que bom que ficou para trás todo esse modelo discriminatório.
Sexo e dinheiro são coisas vitais, pois, trazem vida e realizações pessoais. Porém, ainda hoje, falar sobre dinheiro causa constrangimento para muitas mulheres. Algumas entendem que trazer esse assunto em conversas com o namorado ou marido pode passar a impressão de que são interesseiras, mas, longe disso, preocupar-se com seu futuro financeiro é sinal de inteligência e autonomia.
Muito comum ver um grupo de amigas conversando sobre muitas coisas, menos dinheiro. Por que? É que não fomos criadas sócio e culturalmente de forma a cuidarmos de dinheiro e, portanto, ainda temos amarras nesse setor. Setenta por cento de todo o dinheiro existente no mundo encontra-se em contas bancárias masculinas.
É urgente mulheres falarem e se interessarem pelo seu futuro financeiro. Pesquisas mostram que em cada quatro pessoas idosas pobres na velhice, três são mulheres. Dados do IBGE apontam que, em cada três casamentos, um termina em divórcio no Brasil. O patamar financeiro de uma mulher que se divorcia cai mais de 60 por cento. É comum mulheres sofrerem infidelidade financeira no casamento, ou seja, não possuírem um casamento transparente no setor financeiro. Aliado a tudo isso, sabemos que as mulheres se cuidam mais. Cuidam da saúde, fazem mais terapia, comem de forma mais saudável e, como consequência, vivem em torno de sete anos a mais do que os homens.
Por tudo isso é que toda mulher necessita ter autonomia financeira. Significa dizer que, mesmo aquelas que não trabalham porque optaram por cuidar dos filhos em dado momento de suas vidas, devem ter a coragem de falar sobre dinheiro em seus relacionamentos e colocarem na mesa de forma aberta exatamente como se sentem e o que desejam.
Saber sobre as finanças da família e cercar-se de segurança para seu futuro fará com que uma mulher tenha muito mais tranquilidade e, portanto, saúde emocional, pois, não há como ter saúde emocional sem saúde financeira.
Exploraremos mais o assunto saúde emocional e financeira nos próximos posts, de forma leve e descontraída, para que esse assunto passe a interessar cada vez mais mulheres. Até breve!
Marcia Brito Mulheres
Procuradora Federal, Psicanalista e Palestrante. Pós-graduada em Filosofia e Economia Comportamental, possui vários cursos concluídos no Brasil e Exterior sobre Psicoeconomia, Finanças Pessoais, Gestão do Tempo e Relacionamentos Interpessoais.
Autora de uma série de livros digitais sobre organização financeira, busca educar e inspirar mulheres a adquirir autonomia financeira e emocional.