Psicopatas do coração

Nesses seis anos do blog Mulheres de Quarenta tenho ouvido muitos relatos de mulheres que vivem em relacionamentos abusivos, sofrendo assédio moral, sendo chantageadas por homens que, atrás de um rosto sóbrio e bonito, tem uma personalidade perturbada e agressiva.

Pensando nisso, pedi que a nossa colunista Gislene Teixeira falasse abertamente sobre esse assunto para que todas nós possamos estar alertas ao encontrar os chamados “psicopatas do coração”. Serão quatro textos sobre esse assunto super importante. Confiram!

“Psicopata do coração e  relacionamentos tóxicos, ácidos e abusivos

Quando ouvimos falar em psicopatas, logo  pensamos naqueles seriados  ou maníacos em série, não é? Mas não, apenas uma pequena porcentagem de psicopatas cometem crimes. A grande maioria apenas causam muitos danos, quase irreparáveis por onde passam e de uma forma muito peculiar. Estima-se que há de 1 a 4% de psicopatas no mundo, sendo 90% homens, assim,  em cada 25 pessoas,  1 é psicopata, sim, ele pode estar em nosso convívio. E há um grande risco de nos envolvermos com eles. Eles deixam um rastro de destruição por onde passam. Segundo o psicólogo canadense Robert Hare, os psicopatas: ”Deixam um rastro de corações partidos e carteiras vazias”.

Os psicopatas do coração se relacionam com muita facilidade, são estrategistas e manipuladores, estudam suas vítimas para conseguirem exatamente o que almejam. Psicopatas buscam sempre poder, status, afago ao ego, reconhecimento, vaidade, não sentem culpa, remorso e desconhecem o que é empatia. Eles investem e se dedicam a serem  encantadores, gentis, alegres, sedutores, primam pela aparência, inteligentes, cordiais, simpáticos, atenciosos, esbanjam charme, carisma, alegria  e elegância. São chantagistas emocionais e egocêntricos, eles tendem a diminuir o outro para que ele se engrandeça, são ciumentos, porém, mostra esse ciúme com uma roupagem de cuidado e  preocupação com a mulher que está ao seu lado, isto é, a vítima. Com esse comportamento encantador, conquista verdadeiros seguidores, quase um fã clube com todas as pessoas com que ele se relaciona.

Os psicopatas também são conhecidos como “homicidas da autoestima”, pois eles simplesmente “matam” a autoestima alheia. São insatisfeitos natos, nada, nunca é bom o bastante para eles, e isso é confundido com “perfeccionismo”, ou que ele sempre quer o melhor e com isso por mais que o outro faça, jamais vai conseguir atender às suas expectativas e  com isso vai minando a energia e autoestima de quem estiver ao seu lado.

Mentir é tão natural quanto beber água, eles são “mentirosos patológicos”, mentem até quando poderiam falar a verdade mas se divertem com os outros, querem sempre saber que eles conseguem levar vantagem , manipular e dominar o outro. E também quando as coisas não saem como ele quer, ele sempre tem a quem responsabilizar e culpar pelos erros, desde que não seja ele. Ele nunca erra mas sim quem está com ele.

São “sequestradores emocionais” fragiliza o outro emocionalmente e a vítima não consegue reagir, vive pisando em falso sem saber o que fazer para agradá-lo, ou ao menos não desagradá-lo, o que será impossível conseguir.  Eles trapaceiam o tempo todo, puxam o tapete, afinal o que importa é conseguir o que deseja, não importa quais sejam os meios.

Ele vai tirar a vítima da zona  de conforto, para que ela se sinta completamente perdida e sem base. Ele vai tirar a rede de apoio e proteção, isto é, os amigos, parentes e familiares da vítima do convívio, talvez até o emprego e hobbies da vítima e você se pergunta: Mas para que ele faria isso? Para quando ele estiver no ápice da manipulação e a vítima  estiver se sentindo fragilizada, perdida e com a autoestima em frangalhos, ela não terá a quem recorrer, a não ser a ele mesmo e então a vítima verá que seu ciclo começa e termina nele, o famoso “morde e assopra”.

Acompanhe o na próxima semana mais um post sobre esse importante assunto!

Beijos e até lá!”

Gislene Teixeira – Pós-graduanda em sexologia pela FMABC – Faculdade de Medicina do ABC, Gestora Estratégica em Capital Humano, Especialista em Capital Erótico, Pós-graduada em Neurociências, Gestora Estratégica em Escolas, Graduada em Letras, Coach de relacionamento, Pratictioner em PNL, Palestrante e Produtora de Conteúdo online.

 

 

 

Refém de si mesma

Colaboração de Gislene Teixeira

“Quase todas as pessoas querem um relacionamento, mas o que é, e como ele começa?

Relacionamentos se iniciam quando nem sabemos explicar bem o porquê. Começam com um olhar, um bom dia, um sorriso, um café, um choppinho, um jantar, um cinema, um final de semana na praia e outro no campo, uma noite fria, uma lareira, uma taça de vinho, até que os programas se intensificam.

Um beijo roubado  entre um sorriso e outro e, quando você se dá conta, já está envolvida com alguém.

As pessoas entram em nossa  vida meio que  por acaso e ficam por vontade própria. E é isso que traz a leveza de querer estar com alguém. Mas fique atenta aos sinais! Se o que era espontâneo no início  passa a ser obrigatório, alguma coisa pode estar errada.

As cobranças, exigências, as regras muitas vezes  inflexíveis, a agenda fechada e a exclusão dos amigos são alguns dos sinais de que algo não vai bem. O ciúme, a manipulação e o controle excessivo carregam a relação e nesse momento é bem possível que você perceba que a leveza se perdeu em algum lugar e que o riso fácil, aquele que você soltava com facilidade no início do relacionamento, já perdeu a sua leveza.

Nesse caso é bem provável que um dos dois já não queira mais estar na relação. A fase do “tanto faz, como tanto fez”, “do deixa a vida me levar”, do “vamos ver o que vai acontecer” é um sinal bastante claro de que as coisas não vão bem, ainda que seja difícil admitir.

O que fazer quando a relação chega a esse ponto? Ficar, insistir, consertar, desistir, chorar e implorar : “fica comigo, vamos tentar novamente?”

E quantos novamente, quantos recomeços você pretende ter? Antes de tudo e de qualquer coisa, reflita. O que de fato sinto, quero e espero é amor?  Estou acostumado com essa pessoa e com essa relação que entrou no modo “zona de conforto”?

Insistir que o outro fique com você ou tentar impedir que o outro saia da relação é acabar com todo o encanto que havia no início. Se você precisa convencer ou manipular o outro com promessas e juras de amor para que ele fique com você, ou vice-versa, saiba que você é sim refém dessa relação. E isso pode ter sérias consequências.

Se uma das partes não se relaciona por espontaneidade, amor, desejo, tesão, mas sim por insistência do outro, obrigação, manipulação, persuasão, dependência emocional, financeira,  status social, familiar, chantagem ou promessas, algo de muito errado pode estar acontecendo.

Pense bem se você está em um relacionamento como convidado ou como refém. Se alguém faz alguém de refém para alimentar seu ego, sua vaidade ou por covardia de assumir para você mesmo é hora de dar um basta e começar tudo de novo. Ainda que seja dolorido pra você.

A vida é feita de escolhas, decisões e atitudes. Acasos não acontecem, a não ser que você terceirize sua vida. E nesse caso, o ciclo se retroalimenta. Se você terceirizou, você é sim, um refém das decisões alheias.

Reflita! Você tem que estar sempre em primeiro lugar!”

 

Gislene Teixeira – Pós graduanda em sexologia –FMABC –Faculdade de Medicina do ABC, Coach de relacionamento, consultora erótica, palestrante e colunista.

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