Lei da compensação

???????????????????Minha filha mais velha andava relapsa com as tarefas da escola. Deixou de fazer algumas coisas e omitiu sobre outras. Ela precisava de uma lição.

Já não adiantava lhe privar dos programas de TV ou do computador. Ela já estava habituada a esse tipo de punição. Por uns dias fiquei pensando de que forma eu poderia fazê-la entender que ela precisava cumprir com as suas obrigações.

Tirei dela alguns dos seus pertences preferidos. Assim o fiz para que ela entendesse que as compensações vêm quando merecemos. Nada se consegue sem nenhum esforço.

Ela chorou copiosamente. E por mais que isso doesse em mim, mantive-me firme no meu propósito. Eu não podia voltar atrás.

Às vezes é preciso pisar no freio. Eu precisava mostrar para a Rafaela as consequencias dos seus erros. E crianças que nunca escutam um “não” podem se tornar adolescentes rebeldes e adultos frustrados.

Depois de uma longa conversa ela entendeu que infelizmente não se pode ganhar todas as vezes. Além disso ela percebeu que é preciso fazer por merecer! Essa é a tal lei da compensação que nos acompanha por toda a vida. Acho que ela compreendeu.

É, a vida é cheia de batalhas. Então, vamos à luta?

 

Lutos da vida

texto-52-foto-2Lembro-me bem do dia da minha separação. Foi triste. Naquele momento precisava de um apoio e chamei minha mãe para ficar ao meu lado. Minhas filhas não sabiam de nada mas eu não podia esconder.

Quem já se separou sabe o quanto é dolorido contar para os filhos que os pais não ficarão mais juntos. Foi um dos piores momentos da minha vida. Minha filha mais velha, Rafaela, na época com 6 anos de idade, pôs-se a chorar. Incontrolável. Por dias ela se manteve assim. Jogada nos cantinhos, sofrendo e chorando muito.

Não há dor maior para os pais do que assistir uma cena dessas. Dói. E como dói.

A Giovanna, minha filha mais nova, na época com 5 anos, não entendeu muito bem o que se passava. Logo após a notícia, ela começou a brincar. Não derramou uma lágrima. Passou um bom tempo dessa forma. Inclusive, me deu forças muitas vezes. Quando me via chorar simplesmente me acolhia em seus bracinhos pequenos e me enchia de beijos.

Agora, depois de uma ano e meio, a Giovanna está vivendo o luto que não viveu naquela época. Ela começou a sentir os efeitos da separação dos pais. As férias deflagraram esse comportamento. Ela anda triste e sentida. Um tanto quanto quieta e solitária. Quando não estamos por perto, ela fica insegura. Quer ficar ao nosso lado, tanto do meu, quanto do pai.

Ela sofre, mas entende que a partir de agora será assim. Sente dor mas não sabe e nem consegue verbalizar. Está passando por um dos lutos dos muitos que temos que passar na vida. É triste vê-la sofrer e não ter o que fazer. Mas superar os maus momentos faz parte do amadurecimento.

Nós já sabemos disso. Ela ainda não! Nada como o tempo para curar todas essas feridas.

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Filhos que ensinam

Quando cheguei em casa, logo após o nascimento da minha primeira filha, abracei minha mãe e chorei.

Foi nesse momento que senti a verdadeira responsabilidade de ser mãe.

Apesar de toda a emoção da maternidade, de ser abençoada por ter a oportunidade de experimentar a melhor sensação do mundo e de ser capaz de gerar um novo ser, fui invadida pela insegurança de ser mãe. É incrível essa sensação. Ao mesmo tempo que nos sentimos completas como mulher, nos cobramos pelo êxito na tarefa que vamos ter que levar pelo resto das nossas vidas.

Minha filha me fortaleceu. Ela me deu coragem para seguir em frente. Eu sabia o quanto ela precisaria de mim.

E foi nesse momento que entendi todos os “nãos” que recebi da minha mãe. E passei a admira-lá cada dia mais.

Nos braços dela chorei e agradeci por tudo o que ela havia feito por mim, por todo o seu amor. E com toda a liberdade que uma filha deve ter com a mãe, falei dos meus medos e da responsabilidade que sentia de falhar na educação da minha pequena.

Minha mãe olhou-me nos olhos e disse:

– Minha filha, os filhos nos ensinam a viver. Sua filha tem muito pra lhe ensinar. Ela não aprenderá tanto com você como você aprenderá com ela.

As palavras da minha mãe, naquele momento, ficarão guardadas para o resto dos meus dias.

E assim tenho vivido. Tenho duas meninas que fizeram de mim uma pessoa muito melhor.

Hoje sei exatamente o significado do amor incondicional. Ainda tenho muito a aprender!

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