Por Roseli Rossi
Foi só a partir dos dois últimos séculos que o açúcar começou a ser produzido em grande quantidade e consumido de forma cada vez mais intensa. Cada vez mais purificado, o açúcar de cana (ou beterraba) se transformou em sacarose branca. Um pó branco.
Hoje nossa população é consumidora de milhares de toneladas diárias de açúcar, o açúcar refinado é o resultado de um processamento físico-químico que extrai da garapa a sacarose purificada e anidra, usando e adicionando produtos químicos como clarificantes, antiumectantes e agentes de moagem. Aditivos químicos, sintéticos, muitas vezes cancerígenos e/ou danosos à saúde. Há estudos que demonstram que a longevidade está relacionada ao menos consumo de açúcares. O corpo humano não necessita de açúcar refinado. O que ele realmente necessita é de glicose, ou seja, o tijolo básico dos carboidratos. Mas essa glicose pode ser facilmente obtida a partir de uma alimentação balanceada, onde frutas, cereais integrais, legumes e hortaliças são consumidos diariamente.
E, como estamos falando de uma droga, quem consome muito açúcar torna-se um dependente orgânico, e quanto mais intoxicado, mais deseja açúcar, mais sedentário, porque tende a ter menos força física, emocional e mental. Grandes consumidores de açúcar geralmente são fracos, astênicos, e acreditam que não podem fazer nada sem consumir um pouco de doce.
Açúcar refinado é sempre excesso de energia, acima das necessidades reais. Seu excesso pode ocasionar:
- Depósito de gordura corporal nas vísceras, órgãos, sistemas;
Maior demanda de energia metabólica (estresse metabólico) para contornar as desarmonias energéticas geradas; - Envelhecimento precoce, pois a célula só usa o que necessita, todo o resto passa a ser um “estorvo” metabólico;
- Estímulo excessivo do pâncreas;
- Depressão do sistema imunológico, incluindo problemas como doenças repetitivas;
- Desmineralização orgânica, incluindo problemas de anemia, dentes e ossos;
- Subnutrição pela depressão de enzimas digestivas, portanto pobre aproveitamento e fixação de nutrientes;
- Problemas digestivos, gases, constipações, etc.
OS DIFERENTES TIPOS DE AÇÚCAR
- Açúcar light: também chamado de açúcar magro, é uma mistura do açúcar comum (sacarose) com adoçante (edulcorante), e adoça duas vezes mais do que o açúcar normal.
- Açúcar mascavo: por não passar pelo processo de refinamento, a qualidade nutricional do açúcar mascavo é melhor, em relação ao açúcar refinado. Ele apresenta vitaminas e minerais que não estão presentes na versão refinada.
- Açúcar orgânico: o diferencial deste tipo de açúcar é que a cana utilizada em sua fabricação é cultivada sem fertilizantes químicos. Portanto, apresenta uma quantidade maior de vitaminas e minerais em relação ao açúcar refinado.
- Açúcar Demerara: Também usada no preparo de doces, esse açúcar de nome estranho é um dos tipos mais caros. Ele passa por um refinamento leve e não recebe nenhum aditivo químico. Por isso, seus grãos são marrom-claros e têm valores nutricionais altos, parecidos com os do açúcar mascavo.
- Açúcar de Coco: Por não passar pelo processo industrial de refinamento ao qual é submetido o açúcar comum (ou branco), esta versão “integral” mantém as vitaminas e mineiras originais provindos da palma de coco e, por isso, é muito mais nutritiva. O açúcar de coco possui quantidades elevadas de potássio, magnésio, zinco e ferro. É também uma fonte natural de vitaminas B1, B2, B3 e B6. Porém, segundo ele, uma das principais vantagens do produto é o baixo índice glicêmico, que favorece as pessoas que possuem diabetes tipo 2.
- Mel: O mel é um alimento, geralmente encontrado em estado líquido e viscoso, que é produzido pela abelha a partir do néctar que colhem das flores. O mel possui pequenas quantidades de potássio, vitaminas do complexo B e vitamina C e alguns tipos de aminoácidos (proteínas). É rico em sais minerais como selênio, cobre, fósforo e ferro e também contém substâncias antioxidantes (flavonóides e fenólicos). Quanto mais escuro, maior concentração de minerais. Quanto mais claro mais concentração de vitamina C.
Alerta: Por ser carboidrato simples não deve ser consumido por diabéticos (pois o alimento aumenta a taxa de glicemia), indivíduos com sobrepeso e obesidade e triglicerídeos elevados, também devem evitá-los. Crianças com menos de 1 ano também devem evitar o consumo de mel, pois este pode conter esporos de Clostridium botullinum e transmitir o botulismo.
RESUMINDO
Quais as opções de açúcares melhores?
Açúcar demerara, mascavo, por conterem mais nutrientes, o açúcar de coco (tem baixo índice glicêmico e o mel por ter fitoquímicos que agem como antioxidante e fortalece o sistema imunológico).
Para quem estes açúcares podem ser indicados?
Crianças, gestantes ou quem não tem nenhuma doença, como dislipidemias, Diabetes, obesidade, nem descontrole glicêmico e insulinêmico, mas com MUITA moderação!
ADOÇANTES
Os adoçantes ou edulcorantes na sua maioria são até produzidas com matérias primas naturais, cana de açúcar, milho, mas, sofrem mudanças na industrialização que se tornam substâncias tóxicas “estranhas” e podem ter efeitos acumalativos. Outros não são absorvidos. As vantagens é que tem menos calorias ou nenhuma e não promovem hiperglicemia. Indicados para obesidade, dislipidemia, Diabetes, cardiopatias, etc.
Quais as opções de adoçantes melhores?
Menos calorias: xilitol,sorbitol.
Sem calorias: stevia, sucralose, soft sugar, sweet lift, taumatina.
Para quem estes adoçantes podem ser indicados?
Quem tem que controlar a glicemia, como o Diabético ou quem tem Resistência Insulínica, obesidades, gordura visceral, Síndrome metabólica.
Qual a recomendação diária?
5mg/Ka/dia = 1 sachê
SUCRALOSE
A sucralose é o único adulcorante de alta intensidade obtido através da sacarose, portanto, apresenta características sensoriais muito próximas á sacarose. É um pó branco cristalino com poder dulçor médio de 600 vezes maior de que a sacarose.
SUCRALOSE X AQUECIMENTO – PESQUISA DA UNICAMP
Bebidas ou alimentos que se expõem acima de 90 graus por 15 minutos podem fazer com que a sucralose libere HPAs. As principais foram os “HPAs”, que são os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, substâncias semelhantes as encontradas na gordura do churrasco e com grande potencial cancerígeno.
STEVIA
Stevia, é um adoçante natural, é um glicosídeo isolado da planta Stevia rebaudiana Bertoni e tem sido amplamente utilizada no Japão por mais de 20 anos. Recentemente, a stevia tem sido comercializada como um adoçante não calórico em produtos de panificação e refrigerantes. Estudos indicaram possíveis papéis realizados por hipotensores estévia, sugerindo que aumenta a sensibilidade à insulina e a tolerância à glicose em seres humanos.
SWEET LIFT
100% natural extraído do melão Chinês (Momordica grosvenori), juntamente com Eritritol, um poliol obtidos de frutas e cereais fermentados, que não causa diarréia como outros polióis, uma vez que é absorvido no intestino delgado e rapidamente é excretado do organismo sem sofrer metabolização. Não contém nenhuma substância artificial, como aspartame, ciclamato, sacarina e sucralose. Pode ser consumido por crianças, gestantes, diabéticos, hipertensos ou simplesmente para manutenção de peso. Estável a temperaturas elevadas, sem alterar a doçura.
TAUMATINA
Taumatina é um adoçante 100% natural extraída da fruta Katemfe, original do Sudão, no oeste Africano. A Taumatina foi documentada pela primeira vez em 1855 pelo cientista W.F. Daniell, que a descreveu como um poderoso adoçante que realça o sabor e aroma em alimentos e bebidas locais.
XYLITOL
Xylitol é um adoçante natural com o mesmo poder adoçante do açúcar, com quase metade das calorias e com baixo índice glicêmico. Xylitol pode ser utilizado para adoçar bebidas e preparar doces em geral. Diferentemente do açúcar, o Xylitol é lentamente absorvido e metabolizado pelo organismo, característica de alimento com baixo índice glicêmico.
O ideal é sempre consumir os alimentos ou bebidas ao natural, mas caso precise adoçar, espero que saiba qual é a melhor opção para VOCÊ!!! E sempre utilize o mínimo necessário!!!
Roseli Rossi é colunista do Mulheres de Quarenta. Nutricionista formada pelas Faculdades Integradas São Camilo (CRN 2084 /1983), com título de Especialista em Nutrição Clínica concedido pela ASBRAN – Associação Brasileira de Nutrição. Pós Graduada nos cursos de especialização de Planejamento, Organização e Administração de Serviços de Alimentação; Fitoterapia Aplicada à Nutrição Funcional e Nutrição Ortomolecular com Extensão em Nutrigenômica. É Diretora da Clínica Equilíbrio Nutricional e autora dos Livros: “Saúde & Sabor com Equilíbrio” – Receitas Infantis, “Saúde & Sabor com Equilíbrio” – Receitas Diet e Light Volumes I e II, Colaboradora do livro Nutrição Esportiva – Aspectos relacionados à suplementação nutricional e autora do Livro “As Melhores Receitas Light da Clínica Personal Diet”.