Existem questões que podem parecer incontornáveis no relacionamento, mas dependendo do tipo da relação que o casal vem construindo até o momento, isto pode mudar.
A grande diferença está em ter uma relação totalmente desgastante e os dois estarem exaustos de tantos conflitos não resolvidos e neste ponto nenhum dos dois quer ceder. Os dois querem se distanciar um do outro evitando mais um confronto, que já sabem não será resolvido e muita energia será gasta. Se tornou impossível tentar uma solução, pois o Efeito Zeigarnik já se instalou e muita coisa teria que ser revisada e trabalhada.
Dependendo da magnitude do problema, talvez seja a hora de repensar o real motivo de permanecerem juntos. Neste caso, sugeriria uma mediação profissional para poder resgatar o que ainda pode ser salvo da relação e construir uma outra forma de se relacionar, que os dois teriam que aprender a partir desta orientação.
O casal, com uma relação mais saudável, quando enfrentam uma questão, que a princípio parece incontornável, tem que admitir que de certa forma, terão que ceder ou uma briga infinita e sem solução se instalará.
Os psiquiatras Phillips Lee e Diane Rudolph, especialistas em relacionamento, dizem que casais podem adquirir o hábito de discutir, sem resolução — vício de brigar.
Especialmente nas questões incontornáveis, se aprendermos a aceitar as diferenças, ficará muito mais fácil resolvê-las.
Por exemplo, seu parceiro não aceita participar de múltiplos eventos sociais, os quais você precisa e gosta de estar, tanto na sua vida privada, como profissional. Ele pode escolher ir aos que se sentir pertencer ou mesmo que sejam de seu interesse e se abster dos outros.
Tudo estará resolvido, caso você tenha respeito e compreensão dos motivos dele e consiga trabalhar sua frustração, pensando que não perdeu uma batalha para ele, mas sim o relacionamento venceu.
Outra situação. Vocês têm filhos juntos e você tem um filho de outro relacionamento. Quais seriam as regras para a educação dos dois, uma vez que o seu ex pode proporcionar uma escola privada de alto nível para seu primeiro filho, mas sua atual realidade não comporta este privilégio e seu ex quer o melhor para seu filho?
Neste caso, um meio-termo educacional poderia ser cogitado ou aceitar as diferenças. Não deixar que sua história desgaste sua relação atual, sendo nocivo também para os filhos.
Questões aparentemente incontornáveis eventualmente aparecerão em uma relação duradoura. O que faz a diferença é:
- A vontade de ambos de resolver o problema;
- Forma de se comunicar um com o outro;
- Aprender a ouvir;
- Pesar as necessidades um do outro;
- Aceitar as mudanças necessárias;
- Sublimar o que não se consegue mudar. Este é o grande segredo.
Grande abraço,
Margareth Signorelli
Especialista em Relacionamentos pelo Método Gottman. Pós-graduada em Sexualidade pelo PROSEX- Faculdade de Medicina da USP. Gold Standard e Optimal EFT terapeuta. Autora do livro “Os 4 Pilares para uma vida feliz e saudável com EFT”. Criadora e Idealizadora de cursos de Autoaplicação da Técnica EFT, de Relacionamentos e de Formação de Terapeutas na Técnica EFT.