Cadê o romantismo?

Era madrugada. Eu tinha quinze anos. O quarto da casa onde eu morava com meus pais tinha uma porta de ferro que dava para o quintal. No meio da noite ouvi um barulho muito estranho na janela de vidro. Confesso que morri de medo.

No dia seguinte, ao acordar, encontrei uma carta de amor. O guarda da rua, logo pela manha, tocou a campainha para informar que o meu pretendente havia pulado o muro da nossa casa pra colocar o recado na minha janela. O vigia apontou a arma para o coitado do rapaz que teve que lhe dar uma boa explicação.

Eu nem sabia que povoava a os pensamentos do meu pretendente, mas aquele gesto, de qualquer forma, me conquistou.

Hoje os tempos mudaram.

Quem não se lembra das festas com correio elegante e dos telegramas. E os bailinhos da escola com a dança da vassoura?

Naquela época cada vez que o telefone tocava o coração disparava esperando uma ligação especial. E na hora de desligar era aquele tal de “desliga você?”. “Ah não, desliga você!” rsrsrsrs

O mundo digital deixou tudo muito diferente. Um torpedo daqui, outro dali. Telefonar só na última hipótese. Melhor mandar uma mensagem através das mídias sociais. E agora tem até gente trocando o parceiro por sexo virtual!

É…os tempos mudaram e temos que aprender a conviver com essa modernidade.

Mesmo assim, ainda é possível resgatar o romantismo. Que tal mandar flores virtuais, heim?

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