Esse foi o conselho de um amigo durante um dos meus desabafos. Ele é médico, uma pessoa inteligente que gosta de ler e estudar sobre a filosofia budista. Eu falava sobre os meus problemas, sobre a fase pela qual estava passando, sobre tudo o que acontecia comigo.
Ele me olhou fixamente e disse: Vanessa, pratique o desapego! Eu fiquei parada por um momento sem entender nada. Como assim desapegar? Quer dizer que a gente não pode se apegar a nada, nem a ninguém?
Ele começou a me explicar: quem se desapega de tudo, tanto das coisas materiais como das pessoas, para de sofrer. A conversa foi curta e rápida, mas fiquei uns bons dias pensando sobre o assunto.
Será que eu consigo? Sinceramente eu acho que não. Sou uma pessoa acostumada a viver as emoções intensamente.
Minha família é italiana. Aos domingos nos reunimos na casa da minha mãe. Você pode imaginar o que acontece por lá? Nós rimos, choramos juntos, nos abraçamos, brigamos e falamos todos muito alto (rsrsrsrsrs).
Mas foi com eles que eu aprendi certos valores importantes na vida, como o respeito, a verdade, o perdão, a doação e tantos outros que eu demoraria um dia inteiro para elencar aqui. Mas o mais importante deles é o amor, esse que nos mantém sempre juntos, nas alegrias, nas tristezas, nos nossos erros, nas nossas conquistas e nas nossas derrotas.
Desculpe-me, meu amigo Doutor, agradeço o seu conselho, mas eu não consigo e nem quero aprender a “desapegar”!
Estou no auge da necessidade de exercitar o desapego. Não de coisas ou pessoas, e sim de uma situação aparentemente “cômoda” e de um status do qual na verdade nem sei se faço tanta questão.
Mas não é fácil!
bjo