Você já sentiu que algo mudou na sua região íntima? Mais secura, sensibilidade, dor durante a relação… E ninguém te explicou o motivo?
Muitas mulheres acreditam que esses desconfortos são “normais da idade”. Mas não são. Isso tem nome, tem causa e o mais importante: tem tratamento
O que é a Síndrome Geniturinária da Menopausa?
É uma condição bastante comum que surge com a queda dos níveis de estrogênio, principalmente na menopausa. Ela afeta diretamente a saúde da região íntima e do trato urinário da mulher. Apesar do nome difícil, os sintomas você talvez já conheça bem:
- Secura vaginal;
- Coceira, ardência ou irritação;
- Dor ou desconforto durante a relação sexual;
- Perda involuntária de urina;
- Vontade urgente ou frequente de urinar;
- Infecções urinárias que vivem voltando.
Esses sintomas podem aparecer sozinhos ou juntos, e acabam afetando a autoestima, a vida sexual e até os relacionamentos.
Por que isso importa?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 2050, mais de 1 bilhão de mulheres estarão com mais de 60 anos. Ou seja, as mulheres passam cerca de 1/3 da vida na pós-menopausa. E entre 50% e 70% das mulheres apresentam sintomas da SGM. Essa condição também pode ser observada nos anos que precedem a menopausa, com uma taxa de 19% em mulheres entre 40 e 45 anos.
O que pouca gente te conta é que esses sintomas não melhoram sozinhos com o tempo. Pelo contrário, podem piorar com os anos, se nada for feito. Impactando de forma negativa na função sexual, os relacionamentos e a qualidade de vida das mulheres.
Ana achava que sua vida íntima tinha acabado…
“Ana, 52 anos, evitava qualquer contato com seu parceiro há meses. Sentia dor, secura e muito incômodo. Até que descobriu que isso não era “normal” — era tratável. Após o acompanhamento certo, ela recuperou o prazer e a autoestima”
Tem tratamento, sim!
O manejo da Síndrome Geniturinária da Menopausa, é fundamental reconhecer que o foco principal é aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e evitar a progressão das condições geniturinárias.
O cuidado com a SGM pode ser feito em etapas, de acordo com a intensidade dos sintomas. Veja os principais:
- Lubrificantes e Hidratantes Íntimos — ideais para casos leves;
- Estrogênio vaginal — em creme, gel ou óvulos. Ele atua diretamente na região afetada, melhorando espessura, lubrificação e elasticidade. É o tratamento mais indicado hoje, com riscos mínimos quando bem indicado. Mulheres com histórico de câncer ginecológico, trombose ou doenças hepáticas devem ter cuidado com o uso de hormônios e buscar outras opções com orientação médica;
- Laser vaginal de CO₂ — Para quem não pode ou não quer usar hormônios. É uma tecnologia moderna e não invasiva que estimula a regeneração da mucosa, melhora a lubrificação e reduz os sintomas com sessões rápidas e seguras. Apresentando benefícios duradouros e resultados percebidos já após as primeiras sessões.
O que você precisa saber:
- SGM não é frescura e não é “coisa da idade”;
- É uma condição real, comum e com impacto direto na sua qualidade de vida;
- E o mais importante: tem solução.
Seu corpo mudou. E tudo bem!
Mas ele merece carinho, cuidado e soluções baseadas em ciência. Converse com uma especialista em saúde íntima da mulher madura. Você não está sozinha e pode viver essa fase com prazer, conforto e liberdade.
Autoria:
Caroline Alonso Ferreira Machado Dantas
Médica ginecologista
CRM/RJ 961493 RQE 37352