Quando menos se espera as crianças nos surpreendem com perguntas capciosas. Claro que nunca estamos preparados para responder.
Dia desses, na hora do jantar, minha filha mais velha, de oito anos, me perguntou sobre a semelhança da letra das fadas com a minha.
Ela sempre acreditou nesses seres mágicos e encantadores. E eu alimentei os sonhos dela. Crianças acreditam piamente na sua imaginação.
Fiquei sem resposta na hora. Eu não gosto de mentir. Ela olhava profundamente nos meus olhos. Não tive como negar que a letra das cartas que ela havia recebido “das fadas” era minha.
A Rafaela pôs-se a chorar, copiosamente, por alguns minutos.
Sentei-me com ela para conversar. Ela estava decepcionada. Eu não tinha mais saída. Era o momento de contar a verdade, até mesmo para não me contradizer na educação que dou para as meninas.
“Melhor uma verdade doída do que uma mentira descabida”, concorda?
Tivemos uma longa conversa. A Rafaela me compreendeu. E eu aprendi mais um pouco sobre a aventura de ser mãe e a árdua tarefa que é a de educar os nossos filhos.
Um dia a gente descobre, inevitavelmente, que Papai-Noel não existe.
O tempo passa muito rápido. A Rafaela tem muito pra me ensinar. E eu tenho muito o que aprender com ela.
É…crescer dói! Como dói!