Orgasmo: tenho permissão para chegar lá?

A sexualidade faz parte da vida de toda mulher, e o que difere uma da outra é a forma como ela vive e a expressa. Existem mulheres que, por alguma razão, optam por não serem ativas sexualmente, mas a grande maioria delas procura explorar seus desejos sexuais de alguma forma em determinado momento da vida, e que bom!

Recebo mulheres no consultório que dizem nunca ter tido sequer a curiosidade de olhar seus genitais. Tocar-se e descobrir como seu corpo responde aos estímulos, nem pensar! Mulheres que se consideram frígidas, que fingiram orgasmos a vida inteira para não decepcionar seus parceiros. Mulheres que não foram autorizadas a conhecer seus corpos, a sentir prazer, a viver o “gozo”.

Incentivo minhas pacientes na desconstrução dessa mentalidade, de que se tocar e se descobrir seja algo errado, faço com que compreendam que conhecer o próprio corpo e se permitir sentir prazer, abrir mão do suposto controle, é que o que faz o orgasmo ser tornar real!

Também é comum que algumas mulheres não saibam exatamente se já tiveram ou não um orgasmo, e embora seja uma experiência muito particular, as alterações fisiológicas durante a excitação fazem parte da resposta sexual, e a não ser que essa mulher tenha algum transtorno excitatório, alguma doença crônica ou faça uso de medicação capaz de provocar a anorgasmia, as sensações serão muito parecidas.

Na excitação o aporte sanguíneo da região genital aumenta em grande quantidade, os lábios internos e o clitóris enrijecem, a vagina fica úmida e chega a dobrar de tamanho, útero muda de posição, ocorrem mudanças nos batimentos cardíacos e na respiração, e quando o orgasmo acontece é como uma explosão, os músculos que envolvem a vagina, a uretra e o ânus se contraem rápido e de forma ritmada, espalhando uma sensação de prazer e relaxamento profundo, seguido da sensação de esvaziamento, de exaustão. Orgasmo é perder o controle!

Você pode estar se perguntando nesse momento, – “Será que eu sou a única pessoa no mundo que nunca sentiu isso?”. Saiba que você não está sozinha, segundo uma pesquisa realizada em 2016 pelo ProSex (Projeto de Sexualidade da Universidade de São Paulo e sob coordenação da Dra Carmita Abdo), 55,6% das mulheres relatam ter dificuldade para chegar lá. Em geral, esse número tão alto se dá por falta de informação, tabus, problemas com a autoestima, problemas nos relacionamentos e por aí afora.

 

Agora que percebeu não estar sozinha e quer aumentar suas possibilidades, se conectar com sua sexualidade, deixo aqui algumas sugestões/dicas:

  • Inicie pelo autoconhecimento, se olhe, toque, experimente. Relaxe;
  • Todo o seu corpo é feito para te dar prazer, toque outras regiões também, não foque só no genital;
  • Perceba e identifique suas sensações, tenha atenção plena;

Se conhecer não custa, e através do projeto “oriente-SE+”, uma mentoria que ofereço, individual ou em grupo, tenho proporcionado muita troca de informações, orientações, autoajuda para mulheres em todas as idades que querem aprender a vivenciar sua sexualidade.

Por Dra. Cristina Nobile

Fisioterapeuta Pélvica / Pós-Graduada em Oncologia
Crefito-3/157407-F
Tel: (11) 93404-3370 – (11) 3061-3370
Instagram@clinicamulheresmais
Sitewww.clinicamulheresmais.com.br

Atendo há mais de 5 anos apenas mulheres com dor na relação sexual. São mulheres de todas as idades, mas o meu maior público são as que estão na casa dos 45 ou 55 anos, como eu!

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