Infelizmente as estatísticas são preocupantes, segundo o Fórum de Segurança Pública, de 2007 para 2019 no Brasil, houve um aumento de mais de 400% dos abusos sexuais sofridos por mulheres. Em 2007, a taxa era de 11.958 casos registrados, saltando para 66.123 em 2019.
Essa semana veio à tona o caso da influenciadora digital Mariana Ferrer, que já está correndo na justiça desde 2018, que durante o julgamento de abuso sexual que sofreu por um empresário catarinense, foi desrespeitada pelo advogado do réu, que tentou fazer da vítima o alvo.
O Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público, após se atentar ao vídeo e ter visto que ali presente tinha o juiz e o promotor que nada fizeram, prestou uma nota de repúdio, pedindo que medidas fossem tomadas contra o ato e incentivando que mulheres que sofreram ou sofrem abusos, denuncie.
O Mulheres de Quarenta entrou em contato com uma promotora de justiça do Rio de Janeiro, Carla Araújo, que alertou sobre o fato de que o machismo ainda está enraizado na sociedade, onde os homens observam as mulheres como forma de objetos.
Entretanto, ela ressaltou que a medida tomada pelos profissionais no vídeo do julgamento da influenciadora não condiz com a justiça, pois ela está ali para acolher a vítima e não recrimina-la por algo.
Caso você esteja passando por algo semelhante, há algumas ações, além da denúncia, que você pode tomar:
- Procurar um psicoterapeuta
O profissional pode ser um grande aliado para quem passa por essa situação, para que ela fale sobre o que ocorreu e trabalhe as consequências dentro dela.
- Buscar grupos de apoio
Encontros com outras mulheres que também foram vítimas de abuso pode ajudar, a fim de entender que você não está sozinha.
- Encontrar pessoas de seu círculo de confiança
Ter algum familiar ou amigo com quem possa contar ajuda bastante, ficar com o segredo e remoendo o que passou pode piorar o sentimento.
Vale ressaltar que apesar do ocorrido com a Mariana Ferrer, a lei protege a mulher de abusos sexuais e agressões. Existe a delegacia da mulher especializada na área e que auxiliará da melhor maneira, o 190 da polícia militar e o 180 disque denúncia.
Lembre-se, onde não há consentimento é assédio!