O antes

Tenho amigas casadas que estão prestes a se separar. Elas me procuram para ter uma opinião sobre o que eu acho desse assunto.

Muito difícil aconselhar nessa fase. Eu sei bem o quanto é complicado. E também sou muito a favor do casamento. Desde que você seja feliz, é claro! Quantos bons exemplos temos por aí, não é?

Mas o que posso dizer é que o fim é bem semelhante para todos que passam por isso.

Indiferenças, preocupação com os filhos, o medo de ficar só, o vazio, a solidão a dois, as angústias, a ingratidão, as expectativas, a pressão e a depressão. Sexo nem pensar: ainda que ele exista torna-se físico, quase material. O amor ficou em segundo plano.

O sentimento de traição -mesmo que não tenha acontecido – a perda, a frustração, a falência daquela relação que durante anos você investiu.

Homens e mulheres que se perderam em algum tempo da relação sentem-se assim.

Não é nada fácil tomar uma decisão.

E todos que estão nessa fase precisam de um tempo. Nada acaba de um dia para o outro, ainda mais quando o vínculo do casamento fala mais alto e principalmente quando essa relação gerou frutos: os filhos.

Outra questão que pega nesse momento é a parte financeira. Sim, muitos são obrigados a encarar as despesas sozinhos. E na separação há queda de padrão, inevitavelmente.

É preciso estar preparado para isso também.

Como ficam os filhos? O que fazer daqui pra frente? Como se preparar para essa nova fase, ainda que você não aceite que as coisas mudaram tanto?

Vamos falar disso no próximo post!

Por enquanto, mantenha a calma. Fortaleça-se. Pense nas coisas boas que essa relação te rendeu.

Apesar de não ser fácil é preciso encarar. Nem sempre as coisas acontecem do jeito que você queria ou esperava. Mas a vida é assim e é preciso seguir em frente. Pense nisso!

Diferenças que fazem toda a diferença

Eu tenho uma amiga que se casou com um homem bem mais velho.

Na época, ela tinha 21. Ele 46. Vinte e cinco anos de diferença. Viveram um grande amor, sem preconceitos. Não tiveram filhos.

Hoje ela é uma mulher de quarenta. Ele, um homem de 66 anos.

O amor e a admiração daquele tempo transformaram-se numa profunda amizade. Sim, ela o ama, da forma dela. Ele a tem como uma filha agora. Vivem juntos um dilema.

Os anos impedem que ela saia de casa. Ela lhe é grata.  Ele, já não acompanha mais o mesmo ritmo.

Ela trabalha; ele é aposentado. Entregou-se às tarefas da casa. Vive depressivo e sem vontade de nada. Adoeceu.

Ela tem muitos amigos, é esportista, tem a força e o vigor da época dos quarenta. Essa é a fase de questionamentos da mulher. E do homem também, por que não? Ele a entende, apesar de tudo. Os anos lhe trouxeram essa compreensão.

O sexo já não existe mais. Dormem juntos na mesma cama, apesar disso. A chama do amor se apagou, sem mais nem por que.

O que fazer numa situação dessas? Minha amiga está entre a cruz e a espada. Não sabe se vai ou se fica.

Aos quarenta, a gente faz um balanço da vida. De que forma quero viver? Quais são as minhas opções? Quais as minhas escolhas? Resgatar a minha felicidade ou viver pra sempre do mesmo jeito?

Às vezes é preciso abdicar de algumas coisas pra vida poder seguir em frente. Ainda que esse processo seja doloroso para ambos os lados.

Tempo, reflexão e coragem para tomar decisões e correr riscos.

Minha amiga não tem certeza de nada. E ninguém pode fazer nada por ela nesse momento.

Mas eu estou certa que estarei seu lado para o que der e vier. Amigas são para essas coisas, certo?

Mas é claro que para todas as regras há exceções, concorda?

Eu tenho, você não tem!

Minha mãe, assídua leitora do Mulheres de Quarenta, pediu que eu não escrevesse tanto sobre separação. Está certo, ela tem um pouco de razão. É que apesar de ter passado por essa situação há pouco tempo, tenho me deparado com várias pessoas da nossa idade que passam pelo mesmo momento.

Eu sei que há casais que vivem bem e felizes no casamento. Esse seria o certo. O casal “Palazzi” é o meu maior exemplo. Meus pais estão juntos há mais de 50 anos. Confesso que foi muito difícil encarar o divórcio tendo eles como meus pais. Enfim…

Hoje sou uma mulher divorciada com duas filhas pequenas. Claro, que assim como todas as mulheres, eu também penso em encontrar alguém para me relacionar. E já sei que não posso exigir um homem solteiro, sem filhos e sem história. Haverá uma bagagem, estou certa disso. Muito diferente de quando somos jovens, livres, solteiras e desimpedidas. Homens com filhos, para mim, não me incomodam hoje como me incomodariam no passado.

Mas para quem nunca viveu a experiência de ser pai ou mãe é mais difícil se relacionar com quem tem filhos. Claro que não é impossível, mas requer um pouco de paciência. Filhos são para o resto da vida e nós pais temos responsabilidade eterna sobre eles. E ainda temos que conviver, bem ou mal, com o (a) nosso (a) ex.

Por outro lado, a parte que não tem filhos precisa saber entender isso muito bem. E tem que estar disposta para essa relação. Conviver com as birras das crianças sem ter o pátrio poder. Ver a namorada brigando com o ex por causa das crianças e não poder se intrometer nessa relação e assim por diante.

Mas com disposição, de ambos os lados, é possível conciliar essa relação, que pode sim, dar muito certo, porque não?

Não há barreiras que o amor verdadeiro não possa superar.

Eu tenho, você não tem! Vai encarar?

Passado é passado

Começou a namorar? Então não fale do passado.

Claro que é inevitável perguntar o que aconteceu no relacionamento anterior. Faz parte do conhecimento. Todo mundo quer saber os motivos pelos quais você se separou do seu último par. Mas não precisa ficar insistindo. Nem perguntar sobre todos os detalhes. E nada de comparações:  “Homens (ou mulheres) são todos(as) iguais!”

Mentira! Não são. Quem sabe você não se comporta da mesma maneira e faz com que a pessoa tenha o mesmo tipo de reação? Sim, isso acontece com frequência.

Quem não aprende com o passado e não muda a sua forma de se relacionar, comete os mesmos erros que já cometeu anteriormente.
Não faça com os outros o que você não quer que façam como você. Esse é um bom conselho. Aliás, se conselho fosse bom ninguém dava, vendia, certo? Rsrsrsrs

Cada relacionamento é único. O inicio é um aprendizado. Queira ou não, requer um tempo para que possam se conhecer e saber o que gostam ou não. Isso em todos os sentidos.

Na verdade não existem regras que levem você ao sucesso da relação. Ambos precisam entender os limites de cada um. Saber até onde podem ir. Respeitar-se mutuamente. Mas para isso é preciso que haja reciprocidade. Se os dois estão dispostos a se envolver, tudo pode dar certo. Basta querer. E ter um pouco de sorte, é claro!

Nada de cobranças. Liberdade é fundamental. Deixe as coisas acontecerem naturalmente. Quando você cria muitas expectativas, vem a frustração. Viva um dia após o outro, sem se preocupar muito com o futuro. Esqueça o passado. Bola pra frente!

Lembre-se que amar é um aprendizado. Requer um pouco de esforço, paciência, doação e perdão. Mas que vale a pena, ah, isso vale!

Enjoy!

O resgate

Um dos maiores erros que cometi na vida foi, por um certo tempo,  mudar o meu jeito de ser.

Claro que eu não percebi. Tudo aconteceu naturalmente.

Eu me lembro bem, há alguns anos, tive um namorado mais baixo do que eu. Depois de alguns meses de namoro eu, que sempre adorei sapatos  bem altos, tratei de levá-los ao sapateiro para cortar os saltos. Esse namorado também não gostava que eu usasse maquiagem e nem cabelos soltos.

Homens inseguros te diminuem para que se sintam melhores do que você. Isso acontece com frequência.

Depois que me casei, achei que isso nunca mais aconteceria comigo. Errei mais uma vez. Tudo certo com a maquiagem e com os saltos. Ele era alto afinal. Eu me anulei de outras formas. Mesmo sem querer deixei de tomar algumas atitudes próprias da minha personalidade.

Coisas bobas como subir numa cadeira para dançar sem medo de achar o que os outros iriam pensar ou até de falar alguma coisa para alguém quando eu quisesse.

Estive com uma amiga que não via há algum tempo. Ela me conhece há muitos anos. Logo depois do nosso encontro, ela me ligou para dizer que estava feliz de ver a Vanessa de antigamente, aquela mesma que ela conheceu.

Sim, eu me resgatei, literalmente. Voltei a ser quem eu sempre fui. A mudança, queira ou não, é bem aparente.

Acho que agora aprendi bem a lição. Eu faço o que eu quero, na hora que quero e do jeito que eu quero!

Quer saber? Eu gosto de ser a Vanessa que eu sou! Como é bom ser uma mulher de quarenta!

É…o que não te mata, te deixa mais forte! Curta aí!

Do meu jeito!

A melhor coisa mulher de quarenta é que ela sabe bem o que quer. E o que não quer também.

Eu tenho vivido minha vida a cada dia. E claro que tenho momentos tristes e problemas como todo mundo tem. Às vezes um dia ruim no trabalho, as contas para pagar no início do mês, a administração da casa, entre outras coisas, como cumprir minhas tarefas como mãe e educar minhas filhas.

Mas nada impede que eu seja feliz. Apesar de todas as dificuldades pelas quais eu passei, hoje eu me sinto mais forte. Mais determinada. Sei bem por onde quero ir. Melhor que tudo, sei bem o caminho que não quero seguir.
Os erros quer cometi me fizeram aprender. E a principal lição que tirei de tudo é que eu não quero mudar o meu jeito de ser. Sou quem eu sou. Quem gostar, muito que bem!

Eu nao tenho vergonha e nem medo de ser feliz. Hoje em dia eu faço tudo o que tenho vontade e fico frustrada quando não atendo os meus próprios desejos. Eu vou atrás do que quero realizar. Os anos fizeram com que eu entendesse isso melhor.

Quantas vezes deixei de fazer o que eu queria fazer para respeitar a vontade dos outros. Quantas vezes deixei de ser eu mesma para não ofender ou magoar quem estava ao meu lado. Hoje isso nao acontece mais.

Eu faço o que eu tenho vontade. Nada me impede. Se isso e egoísmo da minha parte? Sim, eu me tornei um pouco egoísta. Não me importa o que os outros pensam de mim. Quem me julga ou se incomoda comigo não paga as minhas contas! (Nossa, como eu estou brava! rsrsrsrs)

Estou certa que quem me ama de verdade quer me ver feliz e realizada,  independente de qualquer coisa. O amor é  isso, concorda? 

Bom, como eu mesma tenho sido minha “fada madrinha”, realizei um dos meus desejos! Olha só como eu atendo bem os meus próprios pedidos!

E pra não perder o hábito…uma pequena canja!

Novas famílias

Minha mãe é dona de casa. Desde que se casou ela se dedicou ao marido e aos filhos. Naquela época, a mulher era criada para casar e “procriar”. Ela cuidou muito bem de nós. Foi realmente um privilégio ter uma mãe ao nosso lado, que nos ajudava a fazer a lição, nos levava para a escola, fazia o almoço e o jantar e cuidava de tudo o que precisávamos.

Hoje o conceito de família já é outro. Aconteceu uma verdadeira revolução nos moldes familiares que estávamos habituados a conhecer.

A mulher despontou no mercado de trabalho e além de assumir os filhos, passou, em muitos casos, a ser arrimo de família. O homem não é mais o único provedor do lar. Ambos dividem as tarefas e as despesas de casa. Muitos deles, optaram por cuidar da casa e dos filhos, enquanto a mulher sai para trabalhar. E aceitam bem esse papel sem perder sua masculinidade.

Esse modelo já existe há algum tempo e a sociedade passou a aceitá-lo sem nenhum preconceito. Bem diferente do que acontecia antigamente.

As famílias, agora, são unilaterais. O aumento dos divórcios fez com que isso acontecesse com maior frequência. Pais separados cuidam bem de seus filhos. Estes por sua vez, convivem com amigos em iguais condições. Crescem sem traumas. Aceitam essa relação – ainda que não seja das melhores – e não apresentam problemas no futuro. Claro, desde que os pais, cada um do seu lado, saibam exercer bem o seu papel.

Você já se deu conta disso? Sim, essa é a nova realidade. E quem disse que não dá pra ser feliz assim?

É preciso saber viver…

Uma das coisas que eu pensava logo depois da minha separação era em como recomeçar. Era preciso iniciar praticamente do zero. Vida nova, apesar de todas as dificuldades.

Além de trabalhar, ter de assumir minha casa sozinha, minhas filhas e todos os cuidados que elas merecem, também precisei pensar  um pouco em mim. Sim, eu tinha que estar forte e restabelecida para ter força para elas.

Nesse momento a gente se sente meio sozinha. Os amigos casados tendem para um lado ou para o outro. Isso é fato. Claro, há exceções! 

Mas é preciso mudar de “turma”. Eu tive a sorte de reencontrar bons amigos. Muitos me ajudaram bastante nessa fase. Alguns serão inesquecíveis: nas dificuldades conhecemos as pessoas e vemos o verdadeiro valor que elas têm na nossa vida. Sofremos decepções também. Mas isso nada mais é do que aprendizado. Faz parte, afinal, nunca paramos de aprender, nao é mesmo? 

Uma das minhas amigas me disse que viveu a ADULescência logo depois da separação. Isso mesmo…ADULescência! 

É engraçado ver quantas pessoas de quarenta e até de mais idade estão se divertindo por aí, da mesma forma e na mesma intensidade de quando eram jovens.  Hoje em dia nao há mais aquela separação, bares de moçada, de balzaquianas…hoje está tudo misturado! Pais e filhos saem juntos na balada. Jovens interagem com os mais velhos sem nenhum preconceito. Aliás, essa miscelânea é muito mais interessante!

Rir, dançar, conversar com amigos e se divertir. Trocar experiências, conhecer gente nova, “cutucar, cutir e compartilhar”! Tem coisa melhor do que isso? Se isso é reviver a adolescência, sim, eu confesso, sou ADULescente!

E você, está esperando o quê? É preciso saber viver!

Música maestro!

Divórcio

Motivos? Todo mundo tem. Sempre que a gente encontra alguém que se separou fica pensando nos motivos do desenlace. Muitas pessoas não acreditaram quando eu me divorciei. Nós parecíamos um casal perfeito! Mas não éramos.

Na verdade, a primeira coisa que nos vem em mente é que o casal se separa por traição. Claro, esse sem dúvida é um dos motivos mais comuns na separação entre casais.

Incompatibilidade de gênios? Sim, ela existe. Mas ninguém casa enganado! Lá no começo do seu namoro você já tinha traços da personalidade do seu par. E não adianta dizer que não sabia que ele ou ela era sim. Ninguém muda tanto em tão pouco tempo. Pode até ser que você tenha mascarado com o seu amor alguns defeitos, mas que eles estavam lá… ah isso sim, não tenho dúvidas!

A questão financeira: isso pega sim no relacionamento. Já dizia minha avó: “Antes de casar, amor e uma cabana! Depois: amor e uma cabana? Uma banana!” Rsrsrsrsrs

Ninguém quer viver junto de alguém sem construir alguma coisa. Ninguém casa para regredir, ainda mais depois que se têm filhos. A gente pensa no futuro deles, quer o melhor para eles. Hoje homens e mulheres trabalham em igualdade de condições. Ambos dividem as tarefas do lar e a criação dos filhos compete aos dois, certo?

Mas tenho ouvido muitas historias por aí! Casais que deixaram a chama se apagar (nossa, que brega isso! rsrsrsrsrs). Mas é verdade. Quando o casamento entra na rotina – e entra mesmo sem você querer – as coisas começam a desandar. Mesmo sem perceber, você se vê assistindo televisão todos os dias ao lado do seu marido ou mulher. Datena, Luciana Gimenez, Ronnie Von… Vocês se esquecem de que existe uma televisão a cabo e que mesmo em casa e possível assistir um filme bacana e estourar uma pipoca para comerem juntos!

Vocês dormem sempre nos mesmos horários. Depois do banho você coloca o seu pijama de gatinho (aí que deprê!), coloca a sua pantufa (vai me dizer que você não tem uma?) escova os dentes, entra na cama de fininho e enquanto ele pilota o controle da TV, você adormece sem nem mesmo receber um “boa noite”!

Festas, nem pensar? Sair para dançar? Bobagem: você já está casado, não e? Depois de jantar fora – o que acontece uma vez a cada quinze dias – você volta correndo pra casa, afinal, já bebeu e comeu até não aguentar mais e esta na hora de dormir!

Lugares diferentes, pra que se você tem um restaurante na rua que você mora?Bar com os amigos? Imagina! Pensou se rola uma cantada? Você não vai aguentar! O legal é sair sempre com os mesmos amigos- aqueles casais que você não suporta mais ver, mas que ele (ou ela) adora – e fazer sempre os mesmos programas: cerveja, churrasco e cuidar das crianças. Ser diferente pra quê?

Essa rotina, entre outras coisas, acaba com os relacionamentos. E o pior e que quando você esta nessa situação, não percebe a que ponto as coisas chegaram. Tudo passa a ser normal pra você. A gente só enxerga tudo isso depois que esta fora da relação.

Se você percebeu algum sinal, se isso te parece familiar, está na hora de mudar! Se a relação vale a pena, pare de achar motivos para brigar. Ao invés disso, saia para dançar depois do jantar. Encha a cara com o seu par e deem boas risadas, ainda que estejam sozinhos. Discutir a relação? Você não vai precisar mais disso.

Corre lá! Caso contrário você vai precisar encomendar o seu bolo. E eu, sinceramenete, espero que não!

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