A vida rosa depois dos 40

Mais um outubro acaba e, com ele, todas as cores rosas espalhadas pela cidade. Não quero falar mais uma vez sobre o câncer de mama porque nesse mês, vocês já devem estar cansadas dele. 

Mas precisamos continuar falando de prevenção o ano todo! Apesar do câncer de mama ser o mais frequente nas mulheres (depois do câncer de pele), a atenção não deve estar voltada só à ele. Outros tipos de câncer também acometem bastante esse público,  como o câncer do colo do útero,  do estômago e do intestino. 

Porém, não adianta vocês se atentarem para essas doenças, ter a mamografia em dia e, de repente, passar por um infarto agudo ou um acidente vascular cerebral (AVC). Isso porque todas se assustam com essas doenças mais temerosas, mas não se atentam para a principal causa de morte no mundo: as doenças cardiovasculares. 

Com a finalidade de orientar sobre os cuidados com sua saúde, trago alguns dos exames mais importantes aos quais a mulher de 40 deve ser submetida além da mamografia. 

Claro que a escolha dos procedimentos só deverá ocorrer após uma avaliação clínica individual e que aqui são apenas algumas sugestões para esclarecer a importância de cada um deles.

O exame colpocitológico – ou Papanicolaou, para os mais íntimos – é fundamental para diminuir a incidência do câncer do colo uterino. Ele detecta algumas alterações nesta região antes de elas virarem câncer.  Hoje existem algumas opções mais modernas, como a captura híbrida de HPV e a genotipagem do HPV, cujas intenções são similares, mas o bom e velho “papa” já ajuda bastante! 

Para as mulheres de 40 que já entraram na menopausa, a densitometria óssea é importante para identificar alterações na composição do osso, como osteopenia ou osteoporose. Com isso, permitir um acompanhamento melhor para evitar fraturas na terceira idade. Ainda para aquelas no climatério, um perfil hormonal ajuda a entender melhor essa fase e como aliviar melhor seus sintomas. 

Outro exame que pode ser pedido nessa faixa  etária,  mas mais comumente após os 50 anos, é a colonoscopia. Com ele, é possível localizar lesões, como pólipos intestinais, que se não retirados, podem causar o câncer colorretal. Uma alternativa mais fácil,  porém não melhor, é  a pesquisa de sangue oculto nas fezes.

Ainda, alguns exames laboratoriais são fundamentais, como a glicemia (para diagnosticar diabetes) e colesterol total e suas subdivisões.  Quando há diabetes ou dislipidemia, o risco de doença cardiovascular aumenta!

Para as fumantes, um raio-x do tórax permite visualizar possíveis alterações pulmonares, e para as já portadoras de diabetes, dislipidemia ou hipertensão,  um eletrocardiograma é indicado para ver como o coração está.

As ultrassonografias, incluindo a transvaginal,  não são indicadas de rotina, mas se feitas, permitem uma avaliação da área em específico,  sem riscos associados ao exame. Atenção: o ultrassom de mamas não substitui a mamografia!

Por fim, vou repetir um pouco do mesmo, mas de suma importância: tanto para o câncer como para as doenças cardiovasculares, o mais  importante é a prevenção primária.  Sim, já está comprovado que uma vida saudável,  com sono em dia, com atividades físicas constantes e com alimentação adequada pode afastar essas enfermidades. Claro, além de cessar o tabagismo. 

É muito mais difícil tratar uma doença quando ela aparece. Vamos tratar suas causas para dificultar o seu aparecimento.

Por: Rodrigo Ferrarese (ginecologista)

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